Ibovespa recua com Wall Street, mas fecha com ganhos de 2,45% na semana; dólar tem leve alta

Balanços trimestrais de companhias como Twitter e Snap frustraram o consenso e trouxeram pessimismo para o mercado

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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Interrompendo cinco sessões de alta, o Ibovespa fechou em leve queda nesta sexta-feira (22), de 0,11%, aos 98.924 pontos, acompanhando o que foi visto nos Estados Unidos. Na semana, porém, o principal índice da Bolsa brasileira acumulou alta de 2,45%.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,43%, 0,93% e 1,87% – tendo todos, porém, também avançado no acumulado dos últimos cinco dias.

“As companhias de tecnologia, que costumam ir bem quando os juros estão baixa, tiveram forte quedas por conta dos resultados ruins apresentados”, comenta Joaquim Sampaio, sócio e gestor da RPS Capital.

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Segundo Sampaio, os balanços da Snap e do Twitter (TWTR34) frustram o consenso, vindo piores do que esperado, e trouxeram pessimismo para o setor. O índice Nasdaq teve a maior queda entre os pares americanos. As ações da primeira empresa fecharem em baixa de 39,08%.

“Do outro lado, tivemos um PMI nos Estados Unidos bem mais fraco do que o esperado, o que está gerando pressão para as taxas de juros caírem”, explica o gestor, mencionando publicações de dados macroeconômicos. O rendimento dos treasuries com vencimento em dez anos recuou 15,2 pontos-base, para 2,756%, e o dos treasuries para dois anos caiu 12,3 pontos, para 2,972%.

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, destaca também, ainda na frente dos juros, o acordo confirmado pela Rússia e Ucrânia a respeito do fornecimento de trigo deste último país. “É uma notícia boa pois a parte de alimentação pressiona a inflação em todo o mundo. Se a alta dos preços nesta frente desacelerar, podemos ver a inflação desacelerar em breve. O trigo caiu quase 6%”, explica.

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Com a melhora na frente dos juros, o dólar perdeu força em todo o mundo. O DXY recuou 0,29%, aos 106,60 pontos. No Brasil, o dólar comercial fechou estável, com 0,05% de alta, a R$ 5,498 na compra e a R$ 5,499 na venda. Na semana a divisa teve alta de cerca de 1,3%.

A moeda brasileira pode ter sofrido, em parte, por conta do recuo das commodities, com a visão de menor crescimento mundial – o petróleo Brent fechou em queda de 0,64%, aos US$ 103,20.

A curva de juros, porém, acompanhou o movimento visto no exterior. Os DIs para 2023 tiveram seus yields recuando cinco pontos, para 13,86%, e os para 2025, 20 pontos, para 13,24%. Os DIs para 2027 tiveram suas taxas caindo 17 pontos, para 13,20%. Os contratos para 2029 caíram 15 pontos, para 13,30%.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da BRF (BRFS3), com mais 4,62%, surfando na movimentação de recuo das commodities agrícolas, parte importante dos gastos da companhia. Logo atrás vieram as ON da Suzano (SUZB3), com mais 2,78%, e as da Sabesp (SBSP3), com mais 2,76%.

Do lado negativo, as ON da IRB Brasil (IRBR3), que divulgou prejuízo em maio, ficaram com menos 8,26%. As ações ON da Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VIIA3) completam o pódio, com menos 4,98% e 4,56%, respectivamente.

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