Ibovespa futuro opera entre leves baixas e altas, com investidores repercutindo Copom

Investidores ainda ficam atentos às decisões de política monetária na Europa

Vitor Azevedo

(Foto: Getty Images)

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O Ibovespa futuro opera próximo da estabilidade no início do pregão desta quinta-feira (3), com os investidores repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, para 10,75% – primeira vez desde 2017 com juros de dois dígitos.

O contrato, que tem vencimento em fevereiro, sobe 0,15%, aos 112.090 pontos, às 9h23 (horário de Brasília), após abrir em queda de cerca de 0,20%. O dólar futuro, por sua vez, sobe 0,34%, a R$ 5,315, e o comercial avança 0,19%, a R$ 5,286 na compra e a R$ 5,287 na venda.

Na curva de juros, a tendência é majoritariamente de queda – o rendimento do DI com vencimento em janeiro de 2023 recua 23 pontos-base, para 11,90%. O para janeiro de 2025 cai dez pontos, para 10,87%. Na ponta longa, os DIs vincendos nos primeiros meses de 2027 e 2029 têm tendências opostas – o primeiro recua dois pontos base, para 10,93%, e o segundo sobe dois, para 11,11%.

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Segundo comentários de analistas, a surpresa veio com o Copom sinalizando um menor ritmo de aumento das taxas no futuro, ao afirmar que “antevê como atitude mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste”. De maneira geral, os analistas viram a fala como sinalizando um aumento nos juros menor do que 1,5 ponto-percentual na próxima reunião.

“O Copom deixou de sinalizar que o ajuste da próxima reunião vai ocorrer na mesma magnitude [das últimas reuniões], como vinha fazendo nos meses anteriores”, observa Maria Cândido, sócia da HCI Invest.

Já Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, acredita que a autoridade monetária pode ter se precipitado ao comunicar essa sinalização já na reunião de fevereiro.  “Entendo que pode ser um pouco traiçoeiro deixar essa definição. Você tem uma evolução da inflação ainda em ritmo bem alto, sem sinais de que está cedendo nesse primeiro trimestre do ano e o mercado precifica pontas da curva de juros em patamares mais altos por conta da inflação persistente”, afirma.

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Fora o Copom, ainda no cenário interno, o mercado volta a monitorar também com mais atenção o cenário político, após fim do recesso do Congresso nesta quarta.

Logo no começo da manhã, o ex-presidente Lula, atual favorito para ocupar o Palácio do Planalto no ano que vem, voltou a atacar a política de preços da Petrobras (PETR3;PETR4), além de afirmar que os EUA “não querem que o brasil seja um protagonista mundial”.

Futuros americanos caem após balanços trimestrais

Nos EUA, os futuros dos principais índices recuam, com destaque para a Nasdaq, com baixa de 2,15% às 8h55. Os contratos futuros do S&P 500 e do Dow Jones caem, respectivamente, 1,15% e 0,38%.

Pesa nas bolsas do país a baixa das ações do Meta FBOK34), dona do Facebook, que caem mais de 20% no pré-mercado, após publicação do balanço quarto trimestre frustrar o consenso do mercado, com seu lucro recuando 8% na base anual. Os papéis do Spotify também têm baixa considerável, de mais de 10%, pelo mesmo motivo.

Além disso, ainda no cenário internacional o mercado repercute a decisão do Bank of England (BoE) de elevar a taxa básica de juros de 0,25% para 0,50%, o que já era esperado.

Ainda mais atenção recebe a decisão do Banco Central Europeu, que deve, segundo o consenso, manter a atual política de juros em 0% – a presidente da instituição, porém, fala após o evento e deve sinalizar as próximas mudanças. “É esperada avaliação da autoridade sobre o quadro de inflação, sobretudo após surpresas altistas com o índice de preços ao consumidor da zona do euro”, diz a XP.

O DAX, da Alemanha, cai 0,35%. O FTSE, do Reino Unido, tem baixa de 0,05%. O CAC 40, da França, recua 0,32%. O STOXX 600, de toda o continente, desce 0,50%.

Na Ásia, as bolsas da China e de Hong Kong seguem fechadas por conta do feriado do ano novo lunar. A da Coréia do Sul, porém, voltou a funcionar, com seu índice tendo fechado em alta de 1,67%, corrigindo os pregões do restante da semana. O Nikkei, do Japão, por outro lado, caiu 1,06%.

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