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Ibovespa futuro e dólar alternam entre leves perdas e ganhos, com investidores de olho em Fomc e Copom

Investidores continuam se posicionando com cautela, esperando reuniões de política monetária, cujas decisões serão conhecidas amanhã

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa futuro alterna entre leves perdas e ganhos no pré-mercado desta terça-feira (14). O contrato com vencimento em junho, às 9h30 (horário de Brasília), avança 0,02%, aos 102.770 pontos, em dia marcado pela falta de tendência exata dos principais índices internacionais.

Nos Estados Unidos, os futuros americanos operam no verde, ainda distantes, porém, de recuperar as fortes quedas da véspera. Investidores continuam temendo que o último dado da inflação, mais forte do que o esperado, faça o Federal Reserve acelerar a alta da taxa básica de juros americana nesta quarta-feira, dia de decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

O contrato do Dow Jones para setembro avança 0,10%. Os do S&P 500 e da Nasdaq têm altas de, respectivamente, 0,19% e 0,42%.

“O Federal Reserve deve começar na terça-feira a discutir se deve aumentar o ritmo de seu aperto monetário diante do agravamento da inflação, já que aumentam as expectativas de que elevará as taxas de juros em 0,75 ponto percentual”, explica a XP Investimentos, em seu morning call. 

Para os especialistas da corretora, o mercado também deve, nesta terça, repercutir a divulgação da inflação ao produtor dos Estados Unidos de maio – que avançou 0,80% na base mensal, em linha com o consenso.

Na Europa, o dia é de queda, ainda que pouco menores do que as registradas ontem. O DAX, da Alemanha, cai 0,83%. O FTSE, do Reino Unido, perde 0,77%. O CAC 40, da França, recua 1,15%. O STOXX 600, de todo o continente, tem baixa de 1,22%.

Pesa, por lá, a divulgação de que a inflação aos consumidores na Alemanha, em maio, veio acima do esperado, com alta de 0,9%, ante consenso de 0%. No mesmo país, o índice ZEW de percepção econômica trouxe leitura de 27,6, melhor do que o consenso de 27,6. Na Inglaterra, a taxa de desemprego em abril ficou em 3,8%, aumentando frente a março, quando era de 3,7%.

“No Reino Unido, dados do mercado de trabalho mostram descompressão na margem, com pequena elevação da taxa de desemprego, o que pode reduzir a pressão sobre o Banco da Inglaterra, que deve aumentar novamente as taxas de juros nesta semana. Na Alemanha, a divulgação do índice de sentimento econômico ZEW mostra uma melhora, mas ainda permanece em campo pessimista”, comentam os analistas da XP.

Na Ásia, as principais bolsas não tiveram direção única. A Nikkei, do Japão, e a Kospi, da Coreia do Sul, recuaram, respectivamente, 1,32% e 0,46%. Shanghai, da China continental, por outro lado, conseguiu fechar no verde, subindo 1,02%. Hong Kong fechou estável.

Por lá, o preço da tonelada do minério de ferro caiu 0,11%, negociada a US$ 133,85. Ainda em commodities, o preço do barril WTI sobe 0,43%, a US$ 121,45, e o do barril Brent avança 0,56%, a US$ 122,96.

No Brasil, Ibovespa futuro repercute dados do serviço e investidores monitoram fiscal

No cenário interno, o Ibovespa futuro repercute os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que trouxe que o setor de serviços cresceu 0,2% em abril, abaixo do consenso Refinitiv de avanço de 0,4%.

A curva de juros brasileira opera com tendência de queda em seu meio e em sua ponta longa – o contrato DI para 2025 tem sua taxa recuando 4 pontos-base, para 12,76%, bem com o para 2029, que vai a 12,71%. O DI para 2029 tem seu rendimento caindo um ponto, mpara 12,79%. Na ponta curta, o DI para 2023 tem o yield subindo dois pontos, para 13,6%.

O dólar comercial cai 0,48%, a R$ 5089 na compra e a R$ 5,091 na venda, após uma abertura próxima à estabilidade.

Investidores continuam ainda a monitorar o andamento do PLP 18/2022, que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte público. Ontem, a proposta foi aprovada no Senado, mas teve mudanças importantes, principalmente na compensação aos estados.

Anteriormente, o Governo Federal seria obrigado a indenizar os estados apenas se a arrecadação total de ICMS deste ano caísse mais de 5% em relação ao ano passado; agora, essa compensação deve ocorrer sempre que a arrecadação de cada um dos itens que tiveram alíquotas reduzidas cair mais de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Estimamos um custo adicional de R$ 35 bilhões para o governo federal, mas sem impactos na inflação”, comenta a XP Investimentos.

Por fim, há, por aqui, também um clima de cautela, no primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Vemos dois cenários como mais prováveis. Um cenário-base, com elevação de 0,5 ponto percentual (pp), com comunicado mais aberto para a próxima reunião, e um cenário alternativo, com elevação de 0,5 pp, porém sinalizando fim do ciclo de altas”, pontua a XP.

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Com a queda de ontem, Ibovespa chegou em região de suporte entre os 100 mil e os 103 mil pontos, e já está com um movimento bem esticado na queda. Este é um ponto bem decisivo e, se mostrar o rompimento desse fundo anterior, aciona um pivot de baixa no gráfico semanal.”

Dólar

“Segue com força compradora e já chegou em patamar de resistencia de R$ 5,300. Seria interessante um pullback para corrigir esse movimento de alta, e se romper o topo anterior (R$ 5,300), abre espaço para uma alta mais forte, com próxima resistência em R$ 5,500.”

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