Ibovespa fecha em leve queda, com Petrobras (PETR4) e bancos amenizando perdas; dólar volta a subir

Índice brasileiro teve performance melhor do que americanos nesta sexta-feira

Vitor Azevedo

(Getty Images)

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O Ibovespa oscilou durante boa parte do pregão desta sexta-feira (6) e acabou fechando em leve queda, de 0,16%, aos 105.134 pontos. Na mínima, a bolsa tocou os 103.984 pontos e na máxima, os 106.268 pontos, encerrando com um volume financeiro de R$ 32,122 bilhões.

Com a queda de hoje, a bolsa brasileira ainda opera no positivo no acumulado do ano, com alta de 0,29%, enquanto no mês recua 2,54% e em 52 semana perde 12,32%.

Mesmo com as perdas de hoje, o principal índice da Bolsa brasileira acabou performando melhor do que os seus pares americanos, que fecharam majoritariamente em queda. Nos EUA, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,30%, 0,57% e 1,40%.

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Por lá, foi registrado mais um dia de alta dos juros, com o treasury com vencimento em dez anos vendo seu rendimento voltar a acelerar, fechando em 3,132%, alta de 6,4 pontos-base.

Mais cedo, houve a publicação do Payroll americano, que trouxe a criação de 428 mil vagas, acima do consenso de 391 mil da Refinitiv, e que pressionou a curva.

“Apesar do Payroll ter vindo positivo e com vagas além do que era esperado, os dados reforçam a ideia de que a economia nos EUA está aquecida. Com isso, apesar de apontar que a economia está crescendo, temos um cenário de inflação e preços mais altos, o que assusta investidores e reforça que o Federal Reserve terá de seguir aumentando os juros”, comenta Fabio Louzada, Fabio Louzada, fundador da escola Eu Me Banco.

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A alta dos juros nos Estados Unidos acaba por pressionar os ativos de risco, incluindo as ações, com investidores buscando mais segurança em um cenário que ameaça trazer alta dos preços e baixo crescimento econômico.

“Se o Fed subir juros de forma acentuada, aumenta o risco de recessão global. Essa recessão seria ruim para todo mundo, principalmente para países emergentes. Cenários de instabilidade global e recessão global afetam muito mais os emergentes, e o Brasil é um deles”, comenta Louzada.

Para Luiz Adriano Martinez, gerente de portfólio da Kilima Asset, foram os treasuries que puxaram a performance dos índices nesta sexta. “A preocupação com a alta de juros voltou, com as probabilidades implícitas na curva americana precificando uma alta de 75 pontos-base na próxima reunião, que é uma atitude agressiva”, afirma. “Isso acontecendo, entramos em um ponto do ciclo econômico que a alta de juros influencia negativamente as expectativas quanto a crescimento econômicos, o que é ruim para as bolsas”.

Bolsa em queda, dólar e juros em alta

O dólar se valorizou frente ao Real – o contrato futuro fechou em alta de 0,92%, a R$ 5,114, e o dólar comercial subiu 1,17%, a R$ 5,075 na compra e na venda. A moeda brasileira perdeu força frente à americana mesmo com o DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas internacionais, tendo recuado 0,17%.

A curva de juros brasileira acabou sentindo a pressão e também avançou. No aftermarket, os contratos DIs com vencimento em 2023 operavam, por volta das às 17h15, com seus rendimentos subindo 12 pontos-base, para 13,36%. Os DIs vincendos em 2025 tinham suas taxas subindo 23 pontos, para 12,56%. Na ponta longa, os DIs para 2027 e 2029 viam seus yields ganhando 21 e 21 pontos, respectivamente, para 12,38% e 12,46%.

No cenário interno, Ibovespa é “segurado” por Petrobras e bancos

Com a curva de juros em ascensão, companhias de tecnologia foram alguns destaques entre as principais baixas do índice. As ações ordinárias Locaweb (LWSA3) caíram 7,63% e as da Totvs (TOTS3), 4,72%.

Chamou também a atenção, de forma negativa, a performance da Petz (PETZ3) e do Carrefour Brasil (CRFB3), com os papéis ordinários caindo, na sequência, 12,76% e  7,04%, após as duas companhias publicarem seus resultados trimestrais.

Do lado positivo, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) ajudaram o Ibovespa a não cair tanto, com altas de 3,78% e 3,28% – também após a companhia divulgar seus números para o período entre janeiro e março.

Alpargatas (ALPA4) e Lojas Renner (LREN3), que também publicaram seus documentos, fecham o top 3, avançando, 7,44% e 5,99%.

A perspectiva de alta dos juros também gerou o chamado buy quality, com bancos sendo destaque, com Santander (SANB11) avançando 3,10%, Itaú (ITUB4), 2,15% e Bradesco (BBDC4), 2,09%.

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