Ibovespa fecha em alta de 1,5% e volta aos 103 mil pontos; commodities ajudaram o índice em dia de forte volatilidade

Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a zerar os ganhos e operou no terreno negativo, mas se recuperou

Mitchel Diniz

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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SÃO PAULO – Depois de uma sessão de forte volatilidade, o Ibovespa terminou a terça-feira (23) em alta e de volta ao patamar dos 103 mil pontos. Durante uma boa parte do dia, a Bolsa encontrou apoio em ações de peso, como Vale e Petrobras, que foram impulsionadas pela alta dos preços das commodities no mercado internacional. O exterior ajudou só nas últimas horas, com os índices em Nova York passando a operar com tendência de alta.

No cenário doméstico, os temores sobre inflação e preocupações com o andamento da PEC dos Precatórios no Senado continuam pesando nas decisões dos investidores. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) marcou para amanhã, às 9h30, reunião para apresentação do parecer do relator Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) para a PEC.

Na CCJ, o quórum necessário para a aprovação da PEC é de maioria simples. Depois disso, a matéria estaria livre para ser pautada em plenário. No plenário, o governo precisa do apoio de ao menos 3/5 dos senadores (ou seja, 49 dos 81) em dois turnos de votação. Pela regra, as duas casas legislativas precisam aprovar a mesma versão do texto para que ele seja promulgado e passe a valer.

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O espaço que a PEC vai abrir no orçamento de 2022 para financiar o Auxílio Brasil e os desdobramentos dessa decisão são aspectos que preocupam o mercado. O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu votação para que o tema possa ser votado em 2022 sem ferir leis eleitorais, sinalizando que a questão pode não ser resolvida este ano. Afinal, agora falta pouco para que o recesso parlamentar tenha início.

O Ibovespa fechou em alta de 1,5% aos 103.653 pontos. O volume negociado foi de R$ 30,6 bilhões. O Ibovespa futuro para dezembro de 2021 acelerou ganhos nos últimos negócios e fechou em alta de 2,06% aos 104.500.

“O mercado abriu bem e continuou se segurando por causa das commodities. Vale (VALE3), Petro (PETR3;PETR4) e as siderúrgicas ajudaram o Ibovespa hoje. Isto é reflexo da China, que tem sinalizado que pode ajudar o mercado, principalmente, o imobiliário”, afirmou Bruno Komura, da equipe de análise da Ouro Preto Investimentos.

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Os preços do minério de ferro na Bolsa chinesa de Dalian chegaram a subir 10% na madrugada desta terça-feira. Os preços do petróleo também dispararam, mesmo com Estados Unidos, China e Índia afirmando que vão utilizar reservas para tentar baixar o preço da matéria-prima. O barril do Brent avançou 3,5% a US$ 82,49; o do WTI subia 2,53% a US$ 78,69.

O dólar comercial fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,608 na compra e R$ 5,609 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro fechou em queda de 0,28% a R$ 5,576.

No after hours mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 cai oito pontos-base para 12,26%; DI para janeiro de 2025 recua 16 pontos-base para 11,95%; e o DI para janeiro de 2027 recuava 18 pontos-base, a 11,78%.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones fechou em alta de 0,55%, a 35.813 pontos; o S&P 500 avançou 0,17%, a 4.690 pontos; e a bolsa de tecnologia Nasdaq fechou em queda de 0,5%, a 15.775 pontos, impactada pela alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro.

Durante a maior parte do dia, os índices americanas operaram em baixa, repercutindo a possibilidade de uma antecipação na redução de compra de títulos públicos (tapering) pelo Federal Reserve, o Banco Central americano, e de uma possível elevação dos juros nos EUA já no ano que vem. Essa percepção ficou mais forte hoje depois que o presidente Joe Biden decidiu reconduzir o atual chairman do Fed, Jerome Powell, ao cargo.

“O mercado está começando a achar que o tapering vai ter ritmo acelerado e a subida de juros antes do meio do ano que vem. Isto tem afetado negativamente os mercados globais”, disse Bruno Komura, da Ouro Preto.

A manutenção de medidas de estímulo em detrimento da escalada da inflação tem sido motivo de preocupação entre os  investidores. Na Europa, onde os preços avançam para patamares históricos, as autoridades monetárias dão sinais de que os estímulos podem diminuir. O avanço no número de casos de Covid-19, com novas restrições sendo impostas em países como Holanda, Áustria e a Alemanha, coloca mais pressão negativa sobre as Bolsas.

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“No que diz respeito a indicadores, a confiança do consumidor na zona do euro veio abaixo das expectativas em novembro. Já os PMIs (Índices de Gerentes de Compras) da região surpreenderam positivamente as estimativas do mercado, mas devem perder fôlego nas próximas divulgações mensais e apontar para desaceleração da atividade econômica local”, aponta relatório da XP divulgado na manhã de hoje.

O índice Stoxx 600 que reúne empresas de setores-chave em 17 países europeus fechou em queda de 1,28%.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados