Ibovespa fecha em alta de 1,38% e emplaca segunda semana consecutiva de ganhos

Investidores repercutiram inflação mais fraca que o esperado e ausência de tensões políticas

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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O Ibovespa reconquistou os 107 mil pontos nesta sexta-feira (10), após um tombo de quase 2% na véspera, e fechou a segunda semana consecutiva de saldo positivo. A Bolsa brasileira subiu mais do que os índices no exterior, em uma sessão de poucos indicadores econômicos, porém relevantes. Os destaques ficaram com os índices de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente a novembro, apresentou um avanço de 0,95% em relação a outubro. A variação é a maior para o mês de novembro desde 2015, mas veio abaixo do consenso dos economistas consultados pela Refinitiv, que esperavam alta mensal de 1,08% e variação anual de 10,88%. Os analistas receberam o dado com percepções diversas.

“A desaceleração em ritmo maior do que o esperado da inflação trouxe alívio às preocupações com a alta dos preços na economia local e isto se refletiu nos mercados”, afirmou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA, destacando o desempenho das varejistas.

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“As varejistas subiram nesta sexta-feira, com a amenização da combinação perversa que vem penalizando o setor nos últimos meses devido à deterioração do cenário macro, que inclui inflação e juros em alta”, afirmou Nishimura.

Já Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest Consultoria, não acredita que o IPCA mais brando tenha esvaziado o tom hawkish do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros para 9,25% ao ano e sinalizou um novo ajuste de 1,5 ponto percentual na reunião de fevereiro do ano que vem.

“Vejo essa alta de hoje como uma correção, com o mercado entrando em um curto período de agenda esvaziada, em que o Congresso vai estar em recesso e algumas tensões serão aliviadas”, afirmou Espinhel. Ele lembra que a Bolsa brasileira vinha de um período de cinco meses seguidos em queda, descontada em relação ao mundo inteiro.

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“Não temos uma perspectiva ‘maravilhosa’ pela frente, mas um alívio de notícias negativas”, concluiu o especialista da Ivest.

Assim como no Brasil, a inflação ao consumidor (CPI) em novembro foi o principal indicador da agenda econômica dos Estados Unidos. O índice apresentou alta de 0,8% em novembro na comparação com outubro, levemente acima do esperado. O consenso Refinitiv apontava para uma alta de 0,7% na variação mensal.

O dado é esperado porque pode sinalizar qual postura deve ser adotada pelo Banco Central Americano (Federal Reserve) em relação a retirada de estímulos (tapering).

Em discurso mais cedo, o presidente americano Joe Biden admitiu que inflação não está desacelerando conforme o desejado, mas a economia dos EUA está se recuperando bem dos efeitos da pandemia.

O Ibovespa fechou em alta de 1,38% aos 107.758 pontos. O volume negociado no dia foi de R$ 21,9 bilhões. Na semana, o índice acumulou variação positiva de 2,55%. O Ibovespa futuro para dezembro de 2021 avançava 1,5% aos 108.025 pontos, nos últimos negócios do dia.

O dólar comercial fechou em alta de 0,71% R$ 5,613 na compra e R$ 5,614 na venda. Na semana, porém, a moeda americana acumulou queda de 1,17%. O dólar futuro para janeiro de 2022 tinha alta de 0,6% a R$ 5,631 nos últimos negócios do dia.

No sessão estendida do mercado de juros futuros, os contratos recuaram após a divulgação do IPCA: o DI para janeiro de 2023 caiu 18 pontos-base para 11,44%; DI para janeiro de 2025 recou 25 pontos-base a 10,39%; e o DI para janeiro de 2027 caiu 21 pontos-base a 10,33%.

As Bolsas em Nova York se recuperaram parcialmente das perdas da véspera. O Dow Jones Dow Jones fechou em alta de 0,60%, a 35.970 pontos; o S&P 500 avançou 0,95%, a 4.712 pontos; a Nasdaq fechou em alta de 0,73%, a 15.630 pontos.

Na Europa, o efeito da variante Ômicron nas Bolsas parece mais forte, com o aumento no número de infecções que levaram alguns países a adotarem medidas restritivas. Os índices fecharam em baixa pelo terceiro dia consecutivo. O Stoxx 600, que reúne ações de empresas de 17 países europeus, caiu 0,3%.

As cotações do petróleo tinham fecharam em alta: o WTI janeiro subiu1,02%, US$ 71,61, por barril; o Brent, para fevereiro, avançou 0,98%, a US$ 75,15.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados