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Ibovespa cai 0,99%, dólar sobe quase 1% e juros avançam com “efeito Petrobras” e payroll

Ações da petroleira estatal, com grande peso no índice brasileiro, caíram mais de 10%, repercutindo mudanças

Equipe InfoMoney

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O efeito do não-pagamento de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR3;PETR4) teve impactos para o mercado brasileiro em geral, com o Ibovespa tendo fechado em queda de 0,99% nesta sexta-feira (8), aos 127.070 pontos, dada a forte participação da petroleira no índice – mas também com outras ações sofrendo um efeito secundário do anúncio da petroleira. Na semana, o principal benchmark brasileiro acumulou baixa de 1,63%.

Enquanto isso, os papéis preferenciais da Petrobras perderam 10,57%, as ações das petroleiras juniores, ou “oil juniors”, registraram ganhos fortes na sessão, mesmo em uma sessão de leve queda para o petróleo. PRIO (PRIO3), 3R (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3) subiram entre 3,11% e 4,28%, em meio a um possível movimento de “rotação de carteiras”, com saída dos investidores de Petrobras para outras companhias do mesmo setor.

Outra estatal, o Banco do Brasil (BBAS3) também registrou perdas, com desvalorização de 0,98%, chegando a ter baixa de cerca de 4% na mínima do dia: contudo, mais do que a maior percepção de risco pelo fato da companhia ser estatal, o fator de peso é a reunião de Lula, Fernando Haddad (ministro da Fazenda) com bancos públicos, que constou na agenda da manhã desta segunda-feira (8).

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“A gente tem visto o presidente cada vez mais à vontade em pedir que os bancos públicos aumentem ajuda para o crescimento econômico. Isso pode ser interpretado por muitos como uma intervenção maior nos bancos públicos, algo que poderia fazer com que seus resultados piorassem”, avalia Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Segundo o noticiário, o petista, na reunião, fez exatamente isso. Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, afirmou a jornalistas que Lula pediu o aumento da oferta de crédito para aumentar o acesso a programas sociais.

No mercado de câmbio, o dólar comercial subiu 0,97%, a R$ 4,981 na compra e a R$ 4,982 na venda, também com o “efeito Petrobras”, mas com outros pontos a serem monitorados pelos investidores, como payroll, nos Estados Unidos, e o noticiário sobre o Congresso. Na semana, a divisa dos EUA subiu 0,54% frente à brasileira.

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A moeda americana mostrou instabilidade ao longo das primeiras horas de negócios, saltando aos picos do dia imediatamente após o relatório de emprego norte-americano para em seguida devolver parte dos ganhos, antes de voltar a ganhar fôlego novamente a partir das 11h. A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos superou as expectativas em fevereiro, mas dados de meses anteriores foram revisados para baixo, enquanto houve aumento da taxa de desemprego e moderação dos ganhos salariais –indícios de algum afrouxamento do mercado de trabalho.

A economia dos EUA abriu 275 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, mostraram os dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200 mil vagas em fevereiro, com estimativas variando de 125 mil a 286 mil. Os dados de janeiro, contudo, foram revisados para baixo, mostrando 229 mil empregos criados, em vez de 353 mil, conforme informado anteriormente.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,18%, 0,65% e 1,16%.

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“O par real/dólar apresentou grande volatilidade no momento da divulgação dos dados, mas a leitura acabou sendo um pouco amenizada, suavizada, com os dados adicionais, como a revisão dos empregos (de meses anteriores), o crescimento da taxa de desemprego e assim por diante”, disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX. Ainda assim, “a criação de empregos no mês de fevereiro foi novamente bem acima do estimado, o que mostra três meses seguidos de leituras acima do que se estimava para o mercado de trabalho americano, dezembro, janeiro e fevereiro… Vale destacar que a taxa de desemprego nos Estados Unidos se encontra abaixo de 4% há dois anos… e ainda mostra um mercado de trabalho saudável, resiliente.”

De pano de fundo, pesaram ainda as notícias de que o governo quer discutir com o Congresso um novo limite de gastos no Orçamento de 2024 diante dos recordes de arrecadação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez essa sinalização ontem no anúncio do PAC Seleções, no Palácio do Planalto, o que também impulsionou os juros futuros na sessão.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,885%, ante 9,883% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,745%, ante 9,703% do ajuste anterior. Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,975%, ante 9,908%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,245%, de 10,171% no dia anterior. O contrato para janeiro de 2029 marcava 10,43%, ante 10,343%.

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(com Reuters e Estadão Conteúdo)