Ibovespa ameniza na reta final e fecha no zero a zero pelo terceiro dia seguido; dólar sobe a R$ 5,51

Bolsa brasileira descolou dos índices no exterior, que repercutiram acordo no Congresso dos Estados Unidos para ampliar o teto de gastos públicos

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa praticamente apagou os ganhos da sessão desta quinta-feira (7) e fechou próximo da estabilidade, com leve alta de 0,02%. Pela terceira sessão consecutiva, o principal índice de ações do Brasil terminou o dia no zero a zero. As Bolsas internacionais repercutiram o acordo no Congresso americano para ampliar o teto de gastos públicos nos Estados unidos, o que afasta temporariamente o risco de um calote federal por lá. Mas aqui no Brasil, o cenário interno de indicadores fracos e pressões inflacionárias, trava o mercado, de acordo com analistas.

“Chama atenção o altíssimo volume de aluguel de ações, chegando em máximas históricas. Geralmente esse é um instrumento para quem opera vendido e é uma força contrária a uma retomada com mais vigor, em um dia de recuperação no exterior como acompanhamos hoje”, afirma Alexandre Brito, gestor de investimentos da Finacap. O investidor que opera vendido geralmente aluga ações para vender no mercado e recomprá-las por um preço mais baixo, lucrando com a queda do ativo.

O Ibovespa fechou entre perdas e ganhos, com leve alta de 0,02% aos 110.585 pontos. As negociações movimentaram R$ 32,6 bilhões. O Ibovespa futuro, com vencimento em outubro de 2021 tinha ligeira variação negativa, de 0,03%, aos 110.685 pontos, nos negócios do after market. 

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O dólar comercial subiu 0,57% a R$ 5,516 na compra e R$ 5,517 na venda. Foi a quarta sessão consecutiva de ganhos para a moeda americana. O dólar futuro com vencimento em novembro de 2021 avança 0,34%, a R$ 5,537, nos negócios do after market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 avançou dois pontos-base a 7,25%; DI para janeiro de 2023 subiu doze pontos-base, a 9,21%; DI para janeiro de 2025 avançou oito pontos-base a 10,20%; e o DI para janeiro de 2027 registou variação positiva também de oito pontos-base a 10,60%.

“Os juros mais altos trazem mais oportunidades da renda fixa e tem diminuído o apetite do investidor pessoa física na Bolsa. Investidores institucionais, como fundos de investimentos, também acabam fazendo resgates, para reduzir posição em um mercado mais volátil”, afirma Peterson Silva, estrategista de alocação da Ébano Investimentos.

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A expectativa de alta de juros nos Estados Unidos continua no radar dos investidores. Amanhã (8) sai o payroll, dado sobre criação de postos de trabalho e taxa de desemprego. É um indicador aguardado pelo mercado, pois pode vir a ser um sinal de recuperação da economia americana. Assim sendo, o Banco Central dos EUA (Fed) teria espaço para retirar estímulos e elevar os juros, o que aumentaria a atratividade dos títulos do Tesouro americano.

Hoje veio o dado sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que atingiram 326 mil na semana encerrada em 2 de outubro. O número veio melhor que o projetado pelos analistas, que previam 348 mil pedidos.

Em Nova York, os índices futuros fecharam em alta, repercutindo o acordo entre republicanos e democratas no Congresso sobre o teto de gastos públicos. O Dow Jones fechou em alta de 0,98%; o S&P 500 subiu 0,83% e a Nasdaq fechou com variação positiva de 1,05%.

No período da tarde, os preços das commodities do setor de energia voltaram a subir, depois que o departamento de Energia dos EUA informou que não vai liberar reservas estratégicas de petróleo neste momento. A liberação dessas reservas poderia ajuda a frear a escalada do preço do combustível.

O barril do Brent para dezembro de 2021 era negociado novamente acima US$ 82, com alta de mais de 1%. O preço do WTI para novembro de 2021 subia com mais intensidade, encostando nos US$ 79 por barril.

Os preços do gás também voltaram a subir. O alívio com o discurso do presidente russo Vladimir Putin, dizendo que avalia ampliar o envio de gás natural para a Europa através da Ucrânia, foi temporário.

Isso não impediu que as Bolsas europeias fechassem com ganhos expressivos. O Stoxx 600, que reúne empresas de 17 países europeus em setores-chave subiu 1,6%. A Bolsa de Londres (FTSE100) encerrou a sessão com alta de 1,17% e a de Frankfurt (DAX) avançou 1,85%.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados