Ibovespa diminui alta, mas fecha acima dos 121 mil pontos, enquanto dólar cai 1% em início de semana agitada; veja o que monitorar

IPCA-15 e decisões do Fed e do BCE estão no radar dos investidores, enquanto temporada de balanços se intensifica por aqui

Equipe InfoMoney

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Até a última quinta-feira (20), o Ibovespa estava no zero no acumulado de julho, mas tem ganhado impulso desde então. O índice fechou em alta de 0,94% nesta segunda-feira (24), a 121.341 pontos, em sua terceira sessão seguida de alta.

O benchmark da Bolsa brasileira acelerou a alta no final da manhã, chegando a subir mais de 1,20%, após abrir próximo da estabilidade, e alcançou o maior nível desde agosto de 2021, enquanto o mercado aguarda por dados econômicos, decisões de juros e balanços corporativos nos próximos dias. Durante a tarde, contudo, o índice perdeu força.

Na máxima, o índice foi a 121.771,71 pontos, maior patamar intradiário desde 12 agosto de 2021.

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Petrolíferas e ações ligadas a commodities metálicas puxavam o índice, enquanto grandes bancos passaram a operar sem direção comum após queda generalizada mais cedo. Enquanto isso, IRB (IRBR3) foi destaque negativo e fechou em queda de 14,40% após prejuízo mensal e corte de recomendação pelo BTG.

O Ibovespa caminha para ter seu quarto mês de alta consecutivo, com avanço de cerca de 20% no período, ancorado na perspectiva de queda de juros a partir da reunião de juros do Banco Central na semana que vem, bem como em medidas econômicas do governo, como a tramitação do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, e avanço em Wall Street.

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Nesta segunda-feira, o mercado abriu no que parecia um clima de espera, uma vez que Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE) e Banco do Japão divulgam decisões de política monetária nesta semana, enquanto localmente há o índice de inflação IPCA-15, a ser olhado de perto já que existe divergência no mercado sobre um corte de 0,25 ponto percentual ou 0,50 na Selic na semana que vem.

“Acreditamos que a reunião do Fed na quarta-feira terá um impacto limitado sobre os mercados de câmbio, já que as próximas decisões de juros serão feitas com base na dependência de dados”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

“O resultado mais provável é um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros, seguido por uma retórica ligeiramente ‘hawkish’ (dura contra a inflação). Acreditamos que esse cenário ressalta que as excelentes notícias sobre inflação nos Estados Unidos significam que o Fed pode tirar o pé do acelerador e esperar alguns meses para avaliar o desenvolvimento do mercado de trabalho e da inflação.”

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Se esse cenário de pausa no aperto monetário do Fed após julho se confirmar, a tendência é o dólar se enfraquecer globalmente, uma vez que investidores provavelmente realocariam recursos em mercados mais rentáveis que os dos EUA – e assumiriam mais riscos.

Frente ao real, a moeda americana comercial teve baixa de 0,99%, a R$ 4,733 na compra e na venda.

Leia também: Decisão sobre juros nos EUA e Europa, IPCA-15, balanços da Vale e “big techs”: o que acompanhar na semana

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Para a Levante Corp, as atenções se voltam ainda para o discurso do chairman do Fed, Jerome Powell, que deverá indicar como a autoridade monetária está observando o impacto da forte alta dos juros na inflação. Nas declarações anteriores, Powell ecoou os comunicados do Fomc, pedindo paciência aos investidores. “A questão, agora, é se ele vai seguir nessa toada ou se vai confirmar que o aperto nos juros já está concluído”, aponta.

Nada de novo – por enquanto

“Não tem nada novo. Acho que o mercado está em alta e este rompimento do 120 mil no Ibovespa deu uma animada”, disse à Reuters Fernando Siqueira, chefe de research da Guide, sobre o índice. O Ibovespa fechou em 120 mil pontos pela primeira vez no mês na última sexta-feira.

“O Ibovespa sobe hoje a meu ver na esteira da bolsa norte-americana, maior apetite por juro. Aqui, hoje, a gente não tem agenda”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

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Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com altas de 0,52%, 0,40% e 0,19%, respectivamente.

“Ibovespa fechou em linha com as Bolsas americanas. O dia foi esvaziado, mas estamos em um semana muito relevante de indicadores e resultados”, comenta Jennie Lie, estrategista da XP Investimentos. “Temos a semana mais importante para o S&P 500, com as big techs divulgando resultados”.

No cenário corporativo, após WEG (WEGE3) abrir a temporada para as companhias do Ibovespa na última semana, a safra de balanços do segundo trimestre ganha tração nesta semana com destaque para Vale (VALE3) e Santander Brasil (SANB11). Já lá fora, a agenda de balanços dos próximos dias inclui empresas como Meta, Microsoft e Alphabet.

Ajudando o Ibovespa a firmar os ganhos, estão as ações da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3), com ganhos respectivos de cerca de 2% e 3% em meio ao anúncio do governo chinês de incentivos para investimentos privados em infraestrutura. Ainda há expectativas para mais anúncios durante a semana. 

(com Reuters)