Gol dispara 15% em três dias com MP, Natura salta 9% com compra da Avon; outros 9 destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (22)

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após acumular alta de 5% em dois pregões, o Ibovespa registrou leve recuo nesta quarta-feira (22), em compasso de espera pela agenda de votações no Congresso Nacional, em meio às sinalizações favoráveis dadas pelos parlamentares às reformas econômicas e ao persistente mau humor em relação ao governo. No exterior, os investidores também acompanharam a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que manteve a taxa de juros norte-americana na faixa entre 2,25% e 2,50%.

Hoje, as atenções dos investidores se voltam para a votação da Medida Provisória 870, que trata da reestrutura ministerial, após um acordo firmado entre membros do chamado “centrão” e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também contribui para reduzir o nervosismo a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de não comparecer às manifestações em seu apoio no domingo.

Do lado das empresas, destaque para Gol e Azul com a aprovação, pelo plenário da Câmara dos Deputados, da MP 863/2018, que libera capital estrangeiro nas companhias aéreas. Também chama atenção notícia de que a Petrobras vai exercer o direito de preferência na licitação dos volumes excedentes de cessão onerosa. A possibilidade de rompimento de barragem da Vale continua no radar.

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Confira os destaques do pregão:

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite a Medida Provisória que autoriza o investimento de até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras. No entanto, os deputados vetaram a permissão para que as companhias cobrem por bagagens despachadas. O texto precisará ser aprovado ainda hoje pelo plenário do Senado Federal para que não perca a validade.

Da forma como foi aprovada, a MP permite ao passageiro levar, sem cobrança adicional, uma bagagem de até 23 kg nas aeronaves acima de 31 assentos. Esse dispositivo não fazia parte da proposta original enviada ao Congresso. O texto libera que empresas estrangeiras possam operar rotas domésticas no País. A notícia deve afetar as ações da Gol e da Azul.

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Já a Avianca Brasil afirmou a Justiça que a proposta apresentada pela Azul para a compra de parte de suas operações é juridicamente inviável, informou o Valor Econômico. A companhia disse ainda, em manifestação apresentada ontem à 1º Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJSP, que não tem preferência por comprador de seus ativos.

Natura (NATU3)

A empresa de cosméticos Natura deve comprar a concorrente Avon por mais de US$ 2 bilhões, de acordo com o Financial Times. As fontes do jornal disseram que empresa brasileira ficará com 76% da empresa, enquanto o restante será detido por acionistas da Avon.

Ainda segundo as fontes do jornal, o negócio pode ser anunciado nesta quarta-feira.

Após a publicação da notícia, a Natura publicou, em fato relevante, que está negociando “os termos e condições contratuais finais da Transação”, mas que não irá comentar os rumores de mercado acerca da estimativa de tempo para o anúncio. 

O valor de mercado atual da Avon Products está em US$ 1,41 bilhão. Recentemente, a imprensa noticiou que a Natura já conseguiu propostas de bancos para o financiamento de até US$ 2 bilhões para a compra. 

Segundo estimativas de analistas, o resultado do acordo de compra transformaria a Natura na quinta maior empresa do setor de cosméticos, com vendas de US$ 10 bilhões.

Petrobras (PETR4)

A Petrobras informou ontem à noite que manifestou ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) o interesse em exercer o direito de preferência na licitação dos volumes excedentes ao Contrato de Cessão Onerosa no regime de Partilha de Produção, nos termos da Lei 12.351/2010 e do Decreto Federal 9.041/2017.

A diretoria executiva aprovou a manifestação do interesse de preferência nas áreas de desenvolvimento de Búzios e Itapu, com percentual de 30%, considerando os parâmetros divulgados na Resolução do CNPE nº 08, de 09 de maio de 2019, e na Portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) nº 213, de 23 de abril de 2019.

O valor correspondente ao bônus de assinatura a ser pago, caso haja confirmação do percentual de participação nos termos acima pelo CNPE, será de aproximadamente R$ 20,9 bilhões, informou a empresa em comunicado.

A Petrobras poderá ampliar sua participação mínima de 30%, na data de realização do leilão, para as áreas de desenvolvimento em que manifestou o interesse em exercer seu direito de preferência. Em relação às áreas nas quais não manifestou o interesse no direito de preferência, a companhia poderá participar em condições de igualdade com os demais licitantes, seja como operador ou não-operador.

Em linha com as determinações do Conselho de Administração, em reunião realizada ontem, a Petrobras reitera que a assinatura do aditivo ao Contrato de Cessão Onerosa deve ocorrer antes da realização do leilão dos volumes excedentes, sujeita às condições já informadas pela Petrobras ao mercado nesta data sobre essa matéria.

Os papéis preferenciais da companhia fecharam em queda nesta sessão, acompanhando a baixa dos preços do petróleo no mercado internacional.

Vale (VALE3)

A Vale segue no radar dos investidores diante do risco de rompimento a qualquer momento até o próximo sábado, dia 25, de uma mina em Barão de Cocais (MG). Enquanto isso, o preço do minério de ferro passa por uma nova alta, hoje, de 3,41%, cotado a 728,00 iuanes, na bolsa de Dalian, equivalente a US$ 105,66. As preocupações do mercado recaem exatamente sobre as consequências um novo desabamento de barragem da Vale no Brasil.

Ainda sobre a Vale, a empresa Porto Sudeste alegou à Superintendência do Cade que a compra da Ferrous Resources Limited pela Vale vai provocar um domínio superior a 80% no mercado de minério de ferro no País, diz o Valor Econômico.

CSN (CSNA3)

A CSN está em negociações com duas empresas chinesas, Citic e China Minmetals, para a venda antecipada do fluxo futuro de minério de ferro, segundo o Valor Econômico. A medida, conhecida como “streaming”, poderá garantir uma receita de cerca de US$ 500 milhões nessa primeira etapa. A iniciativa faz parte do plano de desalavancagem da empresa, que encerrou março com uma dívida líquida equivalente a 4,07 vezes, enquanto a meta é atingir 3 vezes até o final do ano.

BRF (BRFS3)

A empresa busca por um sócio estratégico para ingressar no mercado de carne de frango na Arábia Saudita. Para isso, a empresa estuda oferecer uma participação minoritária em alguns de seus ativos, diz o Valor Econômico. A BRF poderia vender uma parcela dos negócios de distribuição que possui na região e a fábrica de alimentos que detém em Abu Dhabi.

A vendas poderia acelerar o processo de redução da dívida da companha. Segundo a publicação, a venda de uma fatia de 30% a 35% dos ativos no Oriente Médio poderia render cerca de R$ 1,3 bilhão à companhia.

Caixa

A Caixa anunciou ontem ainda que que fará um programa de recuperação de crédito com o objetivo de resolver dívidas de 3 milhões de clientes. A instituição pretende recuperar ao menos R$ 1 bilhão em créditos que já estavam fora do balanço, lançados como prejuízo. Os descontos devem variar de 40% a 90% das dívidas – compostas por débitos de 300 mil empresas e 2,7 milhões de pessoas físicas. Dessas dívidas, cerca de 90% são inferiores a R$ 2 mil.

Segundo o Valor Econômico, a Caixa enviou ainda a bancos de investimentos os pedidos de proposta para a coordenação da oferta pública inicial de ações da subsidiária de cartões.

Santander (SANB11)

Em entrevista ao Valor, o presidente do Santander, Sérgio Rial, disse que o banco acelerou a oferta de crédito antes dos concorrentes e que, neste momento, é necessário andar com mais cautela. Segundo ele, as demais instituições financeiras partiram para o ataque, gerando um risco de aumento do endividamento. Ele disse que o Santander identificou, por exemplo, que há 500 mil portadores de cartão para os quais vai propor redução no limite de crédito.

Suzano (SUZB3)

A companhia fez uma captação de US$ 1,250 bilhão no mercado internacional em duas operações ontem, informa o Valor Econômico. A primeira no montante de US$ 1 bilhão terá vencimento em 2030 e a outra, de US$ 250 milhões, em 2047. Desde a compra da Fibria, a empresa vem fazendo vários movimentos de refinanciamento de seus passivos.

Braskem (BRKM5)

Os acionistas da Braskem devem deliberar hoje, em assembleia geral extraordinária, a troca de membros do conselho de administração, como parte da revisão de processos e controles internos que acabou provocando a não entrega do formulário 20-F dentro do prazo, diz o Valor Econômico. Segundo a publicação, a PwC que auditava o balanço da companhia nos EUA até 2017 questionou a presença de determinados executivos que tiveram ou têm ligação com o grupo Odebrecht no conselho da petroquímica.

(Agência Estado)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.