Futuros dos EUA e Ásia caem, Europa avança no 1º pregão de julho; PEC dos Auxílios e mais assuntos do mercado hoje

Primeiro pregão do segundo semestre é marcado por cautela após primeira metade do ano ser bastante negativa para os mercados

Felipe Moreira

Publicidade

No primeiro pregão do segundo semestre, os índices futuros de Nova York recuam, mesma direção de fechamento dos mercados asiáticos nesta sexta-feira (01), à medida que a inflação e os aumentos das taxas de juros continuam a pesar negativamente na percepção de risco dos investidores. Já as bolsas europeias operam em alta após abertura em queda.

Na quinta-feira (30), o núcleo do índice de gastos com consumo pessoal nos EUA – o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, subiu 4,7% no mês passado em uma base anual. Embora isso estivesse um pouco abaixo de uma estimativa da Refinitiv, ainda estava perto de altas de várias décadas, o que não ajudou os mercados.

Apesar da mudança de semestre, o sentimento global permanece sombrio, já que a guerra na Ucrânia não mostra sinais de que chegará ao fim e as pressões inflacionárias continuam aumentando, levando os bancos centrais a adotar uma política monetária agressiva de aperto e exacerbando os temores de uma desaceleração econômica global.

Continua depois da publicidade

Os investidores estão atentos a mais dados econômicos dos EUA na sexta-feira, com o último índice de fabricação ISM e os números de gastos com construção programados para serem divulgados às 11h (horário de Brasília).

Na Europa, a Reuters informou na quinta-feira que o Banco Central Europeu iniciará na sexta-feira um processo de compra de títulos de países do sul da Europa, incluindo Itália, Espanha, Portugal e Grécia. O BCE usará os recursos da dívida alemã, francesa e holandesa vencida, em uma tentativa de limitar os spreads entre seus respectivos custos de empréstimos.

No Brasil, o Senado aprovou a PEC dos Auxílios, que libera R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos, e um estado de emergência que blinda o presidente Bolsonaro das contestações por descumprir a lei eleitoral.

Continua depois da publicidade

Em indicadores, destaque para divulgação dos preços ao produtor de maio e para balança comercial do mês de junho, com previsão do Itaú de superávit de US$ 9,8 bilhões.

Confira mais destaques:

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã de sexta-feira (1), após o pior primeiro semestre do S&P 500 desde 1970.

Continua depois da publicidade

O Dow Jones Industrial Average e o Nasdaq Composite não foram poupados. O Dow de 30 ações perdeu 11,3% no segundo trimestre, caindo mais de 15% em 2022. O Nasdaq, enquanto isso, sofreu sua maior queda trimestral desde 2008, perdendo 22,4%.

As fortes perdas no primeiro semestre e no trimestre ocorrem em um momento de inflação altíssima e a política monetária mais apertada.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Continua depois da publicidade

Ásia

Os mercados asiáticos reverteram ganhos das sessões anteriores e fecharam com perdas no primeiro pregão de julho, com os investidores digerindo dados positivos da atividade fabril de uma pesquisa privada na China.

O Índice de Gerentes de Compras da manufatura Caixin/Markit atingiu 51,7, acima do nível 50 que separa crescimento de contração. Isso em comparação com a leitura do mês passado de 48,1. Analistas consultados pela Reuters esperavam 50,1.

O presidente chinês Xi Jinping chegou a Hong Kong na quinta-feira . Ele presidiu a posse do novo executivo-chefe de Hong Kong, John Lee, na sexta-feira.

Continua depois da publicidade

Esta é a primeira viagem de Xi fora da China continental desde a chegada do Covid. Lee substituirá a líder cessante Carrie Lam.

Europa

Os mercados europeus operam com ganhos modestos, com investidores avaliando os indicadores econômicos da região.

A produção industrial da zona do euro caiu no mês passado pela primeira vez desde a onda inicial da pandemia do coronavírus há dois anos, pois os preços mais altos e as perspectivas econômicas sombrias mantiveram os consumidores desconfiados de fazer compras, mostrou uma pesquisa.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global caiu para 52,1 em junho em relação a 54,6 de maio, seu valor mais baixo desde agosto de 2020, mas pouco acima da leitura preliminar de 52,0. O subíndice que mede a produção foi abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração, para a mínima de dois anos de 49,3. Em maio ele alcançou 51,3.

A inflação na zona do euro disparou para um recorde de 8,6% ano a ano em junho, de acordo com uma primeira estimativa oficial publicada na sexta-feira, enquanto a guerra na Ucrânia continua elevando os preços de alimentos e energia.

Commodities

As cotações do petróleo sobem nesta sexta, depois de afundarem na sessão anterior, com a Opep+ dizendo que manteria seus aumentos planejados na produção de petróleo em agosto e os investidores preocupados com a força da economia global.

Bitcoin

2. Agenda

Hoje sai a balança comercial do mês de junho. O Itaú prevê superávit de US$ 9,8 bilhões, abaixo dos US$ 10,3 bilhões no mesmo período do ano passado. Nas projeções do banco, as exportações devem crescer 2,3% em relação a maio, enquanto as importações devem sofrer uma queda de 12%, com uma redução nas compras de combustíveis e fertilizantes.

Nos EUA, sai o último índice de fabricação ISM e os números de gastos com construção programados para serem divulgados às 11h.

Brasil

8h: IPC-S de junho

9h: Preços ao produtor de maio

10h: PMI da indústria de junho

15h: Balança comercial de junho, com projeção Refinitiv de superávit de US$ 9,994 bilhões

EUA

10h45: PMI da indústria de junho

11h: Gastos com construção de maio, consenso Refinitiv aponta para alta de 0,4% em relação à abril

11h: ISM de indústria

3. Senado aprova PEC dos Auxílios e texto vai à Câmara

O plenário do Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (30), em dois turnos, o texto-base da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Auxílios, que cria benefícios sociais e amplia programas já existentes em resposta à crise provocada pela disparada da inflação e piora dos indicadores sociais no país.

Foram 72 votos favoráveis e 1 contrário à matéria em primeiro turno. Já no segundo, o placar foi 67 a 1. A votação estava prevista para ocorrer na noite anterior (29), mas foi adiada em meio a pedidos de parlamentares por mais tempo para analisar o substitutivo apresentado pelo relator da matéria, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Condenado ao baixo crescimento e a inflação alta

O Brasil está condenado a conviver com o baixo crescimento econômico e com a inflação em alta, caso Lula ou Jair Bolsonaro seja eleito presidente da República. A afirmação é do economista Edmar Bacha durante participação do seminário virtual sobre o Plano Real, promovido pela Fundação Astrojildo Pereira.

“Em 2016, ocorre o desastre econômico do governo do PT. Uma recessão de tal magnitude que até hoje nos desafia. O governo do Bolsonaro também não sai melhor da foto. O PIB do Brasil cai menos que o da América Latina durante a pandemia, mas também não se recupera tão bem quanto os demais países”, disse.

Ipea eleva previsão de alta do PIB de 2022

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou nesta quinta-feira, 30, sua estimativa para o desempenho da economia brasileira, que deve ter crescimento um pouco maior que o previsto neste ano, mas menor no próximo. A alta esperada no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2022 é de 1,8%, seguida de avanço de 1,3% em 2023. Na projeção publicada em 31 de março, as estimativas eram de aumento de 1,1% em 2022 e de 1,7% em 2023.

Risco de recessão global em alta

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) afirma que há vários choques diferentes ao mesmo tempo, no quadro atual, e com isso o risco de uma recessão global “está aumentando acentuadamente”. Em relatório, a entidade sediada em Washington formada por centenas de bancos internacionais diz que “sempre se preocupa” quando há vários choques diferentes agindo em simultâneo, como agora.

O IIF diz que já vinha advertindo “há algum tempo” para o risco de recessão global.

4. Covid

Na última quinta-feira (30), o Brasil registrou 272 mortes e 75.106 casos de covid-19 em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h.

A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 215, elevação de 57% em comparação com o patamar de 14 dias antes.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 56.388, o que representa alta de 55% em relação ao patamar de 14 dias antes.

Chegou a 167.529.464 o número de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 77,98% da população.

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 179.087.249 pessoas, o que representa 83,36% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 94.967.347 pessoas, ou 44,21% da população.

5. Radar Corporativo

Rede D’or (RDOR3)

Conselho de administração da Rede D’or (RDOR3) aprovou distribuição de R$ 219,3 milhões em JCP, ou R$ 0,111 brutos por ação. O pagamento será realizado no dia 16 de julho. As serão negociadas ex a partir de 7 de julho.

Raia Drogasil (RADL3)

A Raia Drogasil (RADL3) aprovou pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 74 milhões, ou R$ 0,0449 brutos por ação. As ações serão negociadas ex-direito a partir de 6 de julho.

Telefônica (VIVT3)

O conselho de administração da Telefônica (VIVT3) aprovou sétima emissão de debêntures, no valor de R$ 3,5 bilhões.

BRF (BRFS3)

Conselho de administração aprovou quarta emissão de debêntures, no valor de R$ 1,7 bilhão.

Ômega Energia (MEGA3)

A Ômega Energia (MEGA3) confirmou que fundo Actis comprou 12,38% do capital do capital social da companhia, ao preço de R$ 12,75 por ação e movimentou R$ 905 milhões.

MRV (MRVE3)

A MRV (MRVE3) vendeu dois empreendimentos na Flórida com VGV de US$ 195 milhões

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

Oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje. Assista aqui.