Futuros de NY caem à medida que investidores avaliam perspectivas de juros; inflação na China e mais destaques

Principais bancos estatais chineses decidiram reduzir os juros sobre os depósitos em geral, abrindo caminho para o BC chinês reduzir os juros

Felipe Moreira

Painel de ações (Crédito: Shutterstock)

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Os índices futuros dos EUA e as bolsas da Europa operam com baixa nesta sexta-feira (9), com investidores se preparando para a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), prevista para a próxima quarta-feira, dia 14 de junho.

As apostas de uma pausa nos aumentos dos juros americanos ganhou ainda mais força depois que os pedidos de auxílio-desemprego divulgados na véspera (8) subiram mais do que o esperado, atingindo o nível mais alto desde outubro de 2021, sinalizando uma possível desaceleração do mercado de trabalho após mais de um ano de aperto monetário.

Já os mercados asiáticos fecharam em alta generalizada, seguindo os ganhos de Wall Street da sessão anterior, enquanto traders digerem os dados de inflação da China.

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O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês registrou alta de 0,2% em maio e os preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caíram 4,6% ano a ano, marcando a queda mais acentuada desde maio de 2016.

Além disso, os principais bancos estatais chineses decidiram na quinta-feira reduzir os juros sobre os depósitos em geral, uma medida vista como um prenúncio de um corte na taxa básica de juros pelo banco central do país.

O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR (BR20), que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, fechou com ganhos a sessão de ontem (8) no mercado americano.

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O dia foi de folga na B3, devido ao feriado de Corpus Christi, mas nos EUA os recibos de ações de empresas brasileiras foram negociados normalmente. O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR fechou em alta de 0,81%, a 18.288 pontos. Esse desempenho sinaliza mais um dia positivo para a Bolsa brasileira no pregão de hoje.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam nesta manhã de sexta-feira, após alta da véspera, quando o S&P 500 atingiu o ponto mais alto em 2023.

Enquanto isso, os rendimentos do Tesouro americano sobem, com os investidores aguardando a próxima reunião de política monetária do Fed em 13 e 14 de junho, quando as autoridades anunciarão uma nova decisão sobre a taxa de juros.

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A incerteza sobre se o banco central continuará ou interromperá sua campanha de aumento de juros se espalhou recentemente, mas os dados de empregos divulgados ontem (8) levaram os investidores a acreditar que o Fed não aumentará os juros novamente na próxima semana.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta depois que o S&P 500 registrou em uma nova máxima em 2023 e o Dow Jones fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo.

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Os investidores também digeriram o índice de preços ao consumidor da China, que registrou alta de 0,2% em maio e a baixa anual de 4,6% dos preços ao produtor, marcando a queda mais acentuada desde maio de 2016.

Os principais bancos estatais chineses decidiram na quinta-feira reduzir os juros sobre os depósitos em geral, uma medida amplamente vista como um prenúncio de um corte na taxa básica de juros pelo banco central do país.

As ações do varejo e da indústria impulsionaram o Nikkei 225, do Japão, para uma alta de 1,97% na sexta-feira, liderando os ganhos entre os principais índices da região da Ásia-Pacífico.

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Europa

Os mercados europeus operam sem direção definida no final de uma semana instável com sentimento global incerto.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,02% no início das negociações, com setores dividos por pequenos ganhos e perdas. Os serviços públicos avançam 0,6%, enquanto os produtos químicos caem 1,8%, após uma declaração de ganhos pessimista da Croda International, que produz cosméticos, produtos farmacêuticos, alimentos, lubrificantes e tintas.

Commodities

Os preços do petróleo operam com leve alta na sessão de hoje, devido às preocupações com a demanda e ao ceticismo de que os Estados Unidos e o Irã poderiam fechar um acordo nuclear.

Ontem, o petróleo cai, mas fechou longe das mínimas do dia após Casa Branca negar acordo próximo entre EUA e Irã. “Esta informação é falsa e enganosa”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

As cotações do minério de ferro na China subiram forte, repercutindo expectativas de novos estímulos de Pequim para impulsionar a economia.

Bitcoin

2. Agenda

A semana termina sem a divulgação de indicadores relevantes tanto no Brasil quanto no exterior.

3.Noticiário econômico

CNI apoia relatório de GT da reforma tributária e pede aprovação com urgência no Congresso

O relatório do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara, divulgado na terça-feira, 6, agradou à Confederação Nacional da Indústria (CNI), que declarou apoio às principais diretrizes da proposta.

Em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, pede que a mudança no modelo de tributação do País seja aprovada “com urgência” no Congresso e afirma que a reforma tem potencial de acelerar o crescimento da economia brasileira. A expectativa é que o texto final vá para votação no plenário da Câmara na primeira semana de julho.

Brasil está preocupado com aumento do protecionismo no comércio global

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na última quinta-feira (8), em Paris, que o Brasil teme o avanço de medidas protecionistas no comércio internacional e defendeu um papel mais efetivo de entidades como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

“O Brasil também está bastante preocupado com o aumento do protecionismo em todo o mundo e com a utilização de preocupações com a sustentabilidade como cobertura para medidas protecionistas”, afirmou Vieira durante discurso na reunião do Grupo de Ottawa, aliança de países, criada em 2018, que defende justamente a modernização da OMC. O grupo inclui Austrália, Brasil, Canadá, Chile, União Europeia, Coreia do Sul, Japão, Quênia, México, Noruega, Nova Zelândia, Cingapura e Suíça.

O Brasil destacou ainda a importância e urgência do restabelecimento do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, que está paralisado desde 2019.

4. Noticiário político

STF volta a suspender julgamento do marco temporal de terras indígenas

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a suspender hoje (7) o julgamento do processo que trata da legalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A suspensão foi ocasionada por um pedido de vista do ministro André Mendonça. Pelas regras internas do STF, o caso deverá ser devolvido para julgamento em até 90 dias.

Antes do pedido de vista, o ministro Alexandre de Moraes votou contra a tese do marco temporal. Com a manifestação de Moraes, o placar do julgamento está em 2 a 1 contra o marco.

5. Radar Corporativo

3R Petroleum (RRRP3)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quarta-feira (7) a transferência da totalidade da participação da Petrobras no Polo Potiguar, localizado na Bacia Potiguar, no Estado do Rio Grande do Norte, para 3R Potiguar, subsidiária integral da 3R Petroleum (RRRP3).

A transação foi concluída com o pagamento à Petrobras, nesta quarta-feira (7), de US$ 1,098 bilhão (R$ 5,408 bilhões), já considerando os ajustes previstos em contrato, que se somam à parcela de US$ 110 milhões (R$ 591,95 milhões) pagos na assinatura do contrato, em 31 de janeiro de 2022.

O contrato ainda prevê o pagamento de US$ 235 milhões, divididos em 4 parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, sendo a primeira em março de 2024.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Conselho de Administração do Itaú Unibanco (ITUB4) aprovou nesta quarta-feira (7) o pagamento de JCP – juros sobre o capital próprio, no valor de R$ 0,2663 por ação.

O pagamento dos proventos será realizado no dia 25 de agosto de 2023, tendo como base de cálculo a posição acionária final registrada no dia 19 de junho de 2023, com suas ações negociadas “ex-direito” a partir do dia 20 de junho.

Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) informou na noite da última quarta-feira (7) que precificou a oferta de bonds de sua subsidiária integral Vale Overseas de US$ 1,5 bilhão com cupom de 6,125% e com vencimento em 2033, garantidos pela mineradora.

Os bonds terão um cupom de 6,125% ao ano, pago semestralmente, e foram ofertados a um preço de 99,117% do valor principal. Os Bonds tem vencimento em 12 de junho de 2033 e foram emitidos com um spread de 245 pontos-base sobre os títulos do Tesouro dos EUA (U.S. Treasuries), resultando em um rendimento até o vencimento de 6,245% (yield to maturity).

Os bonds serão obrigações da Vale Overseas, sem garantia real (unsecured) e serão incondicionalmente garantidos pela Vale. A garantia terá o mesmo grau de prioridade de pagamento de todas as outras obrigações sem garantia real (unsecured) e não-subordinadas da mineradora.

Copel (CPLE6)

A Copel (CPLE6) deu um novo passo em direção à privatização com a aprovação, pelo conselho de administração, em reunião realizada nesta quarta-feira, 7, de convocação de assembleia geral extraordinária (AGE) para deliberar sobre a reforma do estatuto da companhia, a ser realizada no próximo dia 10 de julho. As alterações propostas deverão permitir a transformação da companhia em sociedade com capital disperso e sem acionista controlador, no modelo de corporação.

Conforme a proposta, nenhum acionista poderá exercer direitos correspondentes a mais de 10% do total de votos em cada deliberação. O modelo é semelhante ao adotado no processo de privatização da Eletrobras (ELET6). Já o governo, principal acionista, deverá ter direito a uma ação de classe especial Golden Share, condicionada à liquidação da potencial oferta de ações da companhia numa operação no mercado de capitais.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)