Índice de ADRs brasileiros fecha em alta de 0,81% e sinaliza sessão de ganhos para B3 na volta do feriado; veja destaques

Gol foi destaque de ganhos entre os ADRs, enquanto Cemig registrou baixa; Petrobras e Vale subiram

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR (BR20), que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, fechou com ganhos a sessão desta quinta-feira (8) no mercado americano. O EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, seguiu o movimento.

O dia foi de folga na B3, devido ao feriado de Corpus Christi, mas nos EUA os recibos de ações de empresas brasileiras foram negociados normalmente. O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR fechou em alta de 0,81%, a 18.288 pontos; no mesmo horário, o EWZ avançava 0,67%, a US$ 31,01. Esse desempenho sinaliza mais um dia positivo para a Bolsa brasileira, após o Ibovespa ter superado os 115 mil pontos na sessão de quarta. 

Os ADRs da Vale (VALE3) subiram 1%, em um dia de valorização para o minério de ferro, com o contrato futuro negociando na Bolsa de Dalian registrando alta de 1,85%, a 799,5 iuanes (US$ 112,30) a tonelada, com projeções para estímulos na China persistindo.

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Cabe destacar que os maiores bancos comerciais estatais da China cortaram algumas de suas taxas de depósito, nesta quinta, na mais recente série de cortes similares neste ano. A medida ajuda os bancos a melhorar suas margens de juros líquidas, que têm recuado ao longo dos últimos anos, e poderia fomentar mais empréstimos, dando um impulso à recuperação econômica que perde fôlego da China. A redução nas taxas de depósito também podem facilitar para os bancos cortar taxas de empréstimo mais adiante neste ano, afirmam analistas do Citi.

Ainda no radar da mineradora, precificou a oferta de bonds de sua subsidiária integral Vale Overseas de US$ 1,5 bilhão com cupom de 6,125% e com vencimento em 2033, garantidos pela empresa.

Os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) também tiveram ganhos, com os PBR (equivalente ao papel PETR3) fechando com ganhos de 1,15% (US$ 13,16), enquanto PBR/A (equivalente ao PETR4) avançou 1,80% (US$ 11,90).

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No mercado de commodities, após uma manhã sem grandes variações, o petróleo registrou uma tarde de forte volatilidade. O petróleo chegou a cair mais de US$ 3 o barril após artigo do site Middle East Eye de que o Irã e os Estados Unidos estariam perto de um acordo temporário que permitiria algum relaxamento de sanções em troca da redução das atividades iranianas de enriquecimento de urânio, citando duas fontes não identificadas.

A Casa Branca negou nesta quinta-feira a informação, o que levou a uma recuperação, ainda que parcial, da commodity. O petróleo brent com vencimento em agosto caiu 1,29%, a US$ 75,96 o barril, enquanto o WTI para julho teve queda de 1,71%, a US$ 71,29.

Entre os maiores destaques de alta, estiveram os ADRs da Gol (GOLL4), enquanto a Cemig (CMIG4) teve baixa. Confira abaixo:

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Ticker Empresa Cotação (em US$) Variação
GOL Gol 4,00 4,44%
VIV Telefônica Brasil 8,88 2,90%
SID CSN 2,70 1,89%
PBR.A Petrobras (PN) 11,90 1,80%
AZUL Azul SA 12,04 1,78%
TIMB TIM Brasil 14,81 1,79%
ERJ Embraer 15,77 1,35%
GGB Gerdau 5,15 1,18%
ITUB Itaú Unibanco 5,57 1,09%
PBR Petrobras (ON) 13,16 1,15%
CBD GPA 3,46 1,02%
VALE Vale 14,08 1,00%
UGP Grupo Ultra 3,56 0,99%
SBS Sabesp 10,94 0,97%
BSBR  Santander Brasil 6,30 0,96%
BBD Bradesco 3,39 0,59%
ABEV Ambev 3,00 0,33%
BRFS BRF 1,82 0,55%
EBR Eletrobras 7,68 -0,13%
CIG Cemig 2,39 -1,24%

Os índices americanos, após abrirem quase estáveis, passaram a subir, com os investidores analisando os últimos dados da economia dos EUA. O Dow Jones teve alta de 0,50%, o S&P 500 avançou 0,62% e o Nasdaq teve ganhos de 1,02%, atingindo nova máxima de fechamento do ano.

Mais cedo, o foco dos investidores, após rali recente, era para a tendência dos juros nos países desenvolvidos após a decisão inesperada do Banco do Canadá, ontem, de retomar o aumento da taxa básica. A medida, somada à alta também surpreendente aplicada esta semana na Austrália, trouxe a sinalização para o mercado de que a luta contra a inflação pode estar longe de terminar e influenciar o Federal Reserve (Fed), que anuncia sua decisão na próxima semana.

Contudo, os novos pedidos de auxílio-desemprego cresceram 28 mil nos Estados Unidos, a 261 mil, na semana encerrada no dia 3, acima do esperado. Analistas ouvidos pela FactSet previam 240 mil. Os pedidos da semana anterior foram revistos, de 232 mil antes informados a 233 mil, podendo indicar mais sinais do efeito da alta de juros do Fed para a economia americana.

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os estoques no atacado nos Estados Unidos tiveram contração de 0,1% na passagem de março para abril, a US$ 915,7 bilhões. Analistas ouvido pela FactSet previam queda ligeiramente mais forte, de 0,2%, mas a variação de março ante fevereiro foi revisada de estabilidade para queda de 0,2%.

Ásia e Europa

No mercado asiático, a queda do índice japonês Nikkei contrastou com o avanço das bolsas chinesas. O Nikkei caiu 0,85%, seguindo a queda da véspera dos principais índices americanos, enquanto Xangai avançou 0,49% e Hang Seng subiu 0,25%.

Isso apesar do dado que mostrou que a economia do Japão cresceu mais do que se pensava inicialmente entre janeiro e março, segundo revisão desta quinta-feira, já que uma recuperação pós-pandemia nos gastos corporativos e de consumo ajudou a compensar o impacto nas exportações devido à desaceleração da demanda global. O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão teve expansão anualizada de 2,7% entre janeiro e março, contra uma estimativa preliminar de crescimento de 1,6% e muito acima da previsão média dos economistas de um aumento de 1,9%.

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Na Europa, a sessão também foi de leves variações. Um importante índice de ações da Europa encerrou perto da estabilidade, com papeis do setor de tecnologia e de empresas fabricantes de produtos de consumo básico recuando diante de expectativas de novos aumentos nas taxas de juros pelos principais bancos centrais. O índice pan-europeu STOXX 600 terminou estável e o indicador do setor de tecnologia caiu cerca de 0,3%.

O indicador FTSE 100, da Grã-Bretanha, liderou as perdas entre os pares regionais, com empresas de produtos de consumo, como Unilever  e Reckitt Benckiser, sob pressão, já que a libra subiu perto de 0,9% com as expectativas de mais aumentos nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra, depois que uma previsão mostrou que a inflação do Reino Unido deve permanecer elevada este ano.

O alemão Dax teve alta de 0,18%, o britânico FTSE teve queda de 0,32% e o francês CAC fechou estável.

Em destaque na agenda, a economia da zona do euro entrou em recessão técnica nos primeiros três meses de 2023, mostraram dados da agência europeia de estatísticas Eurostat, após revisões para baixo do crescimento no primeiro trimestre e no último trimestre de 2022.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos 20 países da zona do euro caiu 0,1% no primeiro trimestre em comparação com o quarto de 2022 e cresceu 1,0% em relação ao ano anterior, informou a Eurostat em comunicado. Isso se compara às estimativas de crescimento de 0,1% e 1,3% publicadas em 16 de maio. Economistas consultados pela Reuters previam, em média, expansão de zero e 1,2%, respectivamente.

A revisão deveu-se principalmente a uma segunda estimativa da agência de estatísticas da Alemanha, que mostrou que a maior economia da zona do euro entrou em recessão no início de 2023. O crescimento da zona do euro para o quarto trimestre de 2022 também foi reduzido para -0,1% em relação à leitura anterior de zero. Juntamente com a Alemanha e a Irlanda, o PIB também caiu na comparação trimestral na Grécia, Lituânia, Malta e Holanda.

(com Bloomberg, Reuters e Estadão Conteúdo)