Fundos de criptomoedas ganham do Bitcoin e saltam até 85% no 1º semestre; confira como investir

Por conta das diferentes exposições e formas de investimentos, fundos deste tipo tiveram grande variação de desempenho entre janeiro e junho

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de todo o pânico dos investidores a partir de março, as criptomoedas conseguiram deixar rapidamente para trás a crise do coronavírus, com o Bitcoin fechando o semestre com ganhos de 27%, um dos melhores ativos do mundo em rendimento no período.

E neste cenário, os fundos de criptomoedas também registraram ótimos desempenhos nos seis primeiros meses do ano. Porém, por conta das diferentes estratégias e das carteiras com pesos diferentes investidos nos ativos digitais, o que se viu foram desempenhos que variaram de 8% até 85% de alta.

Para o investidor que ainda tem medo de se expor ao mercado de criptoativos, os fundos deste tipo têm se mostrado uma boa opção, já que oferecem um pouco mais de proteção por terem parte do portfolio investida na renda fixa, apesar de acabarem “sacrificando” um pouco do rendimento quando comparados com o investimento direto nos ativos.

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O fundo Discovery, criado pela gestora Hashdex, é considerado o mais acessível no momento no Brasil, com investimento mínimo de R$ 500 e taxa de administração de 1% ao ano, sem taxa de performance. Desde o último dia 29 de junho, este fundo está disponível na plataforma da XP Investimentos.

“Acreditamos que todo o investidor deveria ter uma porcentagem, ainda que pequena, de ativos digitais na carteira. O Discovery é uma ótima opção para quem quer começar a investir neste segmento e pode ser considerado como uma porta de entrada para este mercado. Com a parceria firmada com a XP, o investidor pode finalmente ter acesso a ativos digitais de maneira simples e inclusiva”, afirma Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex.

Este fundo tem exposição de apenas 20% aos ativos digitais, que no caso é feito por meio do do índice HDAI (Hashdex Digital Assets Index), lançado pela Hashdex e distribuído na bolsa americana Nasdaq. Os 80% restantes são investidos em renda fixa (títulos públicos atrelados ao CDI). Este índice passa por rebalanceamentos trimestrais e tem regras específicas para definir quais ativos farão parte (clique aqui para saber mais).

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No primeiro semestre o fundo registrou ganhos de 14,02%, que apesar de ter perdido do Bitcoin, ainda foi um bom desempenho dado o cenário caótico dos mercados, ganhando por exemplo do Ibovespa, que caiu 17,8%.

Já o fundo com 40% de exposição às criptomoedas, o Explorer teve ganhos de 27,38% nos seis primeiros meses do ano, ficando próximo do Bitcoin. Voltado para o investidor qualificado, com investimento inicial de R$ 10 mil, este fundo também está disponível na XP.

A terceira opção da Hashdex, que é apenas para o investidor profissional, com investimento mínimo de R$ 100 mil, o fundo Voyager registrou o melhor desempenho da gestora, com ganhos de 63,90% entre janeiro e fim de junho.

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Veja os detalhes dos fundos:

Há ainda a opção de investimento diretamente no exterior, por meio da gestora Transfero Swiss, também criada por brasileiros. Para investir lá é preciso transferir o dinheiro diretamente para a Suíça, onde a gestora está localizada (veja mais sobre como investir no exterior clicando aqui).

Seu modelo também é de gestão ativa, com a compra e venda direta de moedas virtuais. Além disso, o investidor tem a opção também de investir e cotizar diretamente por Bitcoin, transferindo a cripto para a gestora.

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A gestora também oferece três opções de fundos. O chamado Conservative, que faz arbitragem de Bitcoins, comprando e vendendo o ativo entre diversas exchanges para ganhar na diferença de valor entre elas, o resultado também foi mais conservador, com ganhos de 8,08% no semestre, quando apurado o desempenho em dólar.

E aqui entra uma curiosidade. Como as criptomoedas são cotadas em dólar, muitas vezes em casa país o investidor pode ter um desempenho diferente. E foi o que aconteceu no Brasil, onde por conta da disparada do dólar ante o real, o desempenho do Bitcoin cotado na moeda local foi um alta de 72%.

Diante disso, a Transfero também fornece seus dados em reais. Neste caso, o fundo Conservative subiu 15,64% entre janeiro e junho.

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Já o fundo Advanced, que usa modelos matemáticos e estatísticos, além de robôs, para identificar tendências na hora de comprar e vender criptomoedas, teve ganhos nos seis primeiros meses do ano de 11,65% em dólar e de 51,36% em reais.

Já a terceira opção, batizada de Counter Cyclical, tem uma estratégia de proteção, sendo um fundo passivo que investe 75% em ouro e 25% em Bitcoin, sendo rebalanceado trimestralmente. Este fundo teve alta de 21,41% em dólar e de 64,99% em reais no primeiro trimestre.

Veja os detalhes dos fundos:

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O melhor desempenho entre os fundos cripto no Brasil, porém, veio do primeiro lançado no país: o BLP Crypto Assets FIM, da gestora BLP, registrou alta de 85,18% no primeiro semestre. Voltado para o investidor profissional, o investimento mínimo aqui é R$ 100 mil com exposição de 100% em criptoativos.

Já o fundo BLP Criptoativos FIM, o primeiro do Brasil voltado para o varejo, subiu 15,9% nos seis primeiros meses do ano. Com investimento mínimo de R$ 1 mil, ele tem exposição de até 20% em criptoativos, enquanto os outros 80% são em títulos do Tesouro (conheça os detalhes de cada fundo clicando aqui).

Diferente da Hashdex, que faz gestão passiva por meio do índice HDAI, a BLP tem um modelo ativo de gestão, que aqui é feito por meio de exposição ao Genesis Block Fund, constituído nas Ilhas Cayman. Este fundo offshore tem 80% investido nas maiores criptomoedas e outros 20% em projetos menores ou ICOs (Oferta Inicial de Moeda, na sigla em inglês), sendo que sua composição varia conforme os gestores decidirem comprar e vender ativos.

Veja os detalhes dos fundos:

O brasileiro ainda tem mais uma opção de investimento em fundos cripto, mas que por serem muito recentes ainda não possuem seus desempenhos acumulados disponíveis. Em março, a QR Asset Management lançou o fundo VTR QR Criptomoedas Cripto FIM IE, que é disponibilizado pela Vitreo. Por serem recentes, ainda não há informações sobre os desempenhos.

São duas versões de investimento: o fundo master, que tem 100% alocado em ativos no exterior e é voltado para investidores qualificados. A aplicação mínima é de R$ 5 mil, com taxa de administração de 1,5% ao ano e taxa de performance de 20% do que exceder o referencial do tesouro americano mais 2%. Há também o fundo light, voltado para o varejo e exposição de 20% no fundo master. A aplicação mínima é de R$ 5 mil, taxa de administração de 0,35% ao ano e taxa de performance proporcional do fundo master.

Apesar de ainda serem poucos, os fundos cripto começam a crescer no Brasil e se tornam uma boa porta de entrada para quem quer explorar o mercado de ativos digitais, oferecendo diferentes estratégias e níveis de exposição para cada tipo de investidor.

Veja os detalhes dos fundos:

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.