Fleury (FLRY3): Não vimos incremento em testes de Covid no começo de 2023, afirma CEO

Exames de Covid tiveram menor participação nas receitas do Fleury desde o início da pandemia

Mitchel Diniz

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Sem citar um número exato, a CEO do Grupo Fleury (FLRY3), Jeane Tsutsui, disse que a empresa não viu incremento significativo dos testes de Covid-19 agora no começo de 2023. A afirmação foi feita durante teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia no quarto trimestre do ano passado.

“Lembrando que, no ano passado, no primeiro tri de 2022, nós realmente tivemos um aumento significativo porque tivemos o pico da [variante] ômicron”, afirmou a executiva.

“Agora nós não estamos observando isso. Estamos seguindo o mesmo patamar do final do ano passado, menor patamar histórico de Covid”.

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Nos três últimos meses de 2022, os exames de Covid-19 responderam por apenas 1,2% da receita bruta total do Fleury, de R$ 1,199 bilhão.

No pico da ômicron, no primeiro trimestre do ano passado, esses testes eram 6,2% do faturamento bruto.  Com a queda gradual, o diagnóstico representou 3,2% da receita bruta do Fleury em 2022 como um todo – a menor participação desde o início da pandemia.

Excluindo os testes de Covid, a receita bruta do Fleury teria crescido 20,2% em 2002 na comparação com 2021. E 14,7% no quarto trimestre, em relação a um ano antes.

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De acordo com a CEO da companhia, a retomada de volumes, após impactos da sazonalidade do quarto trimestre, com o agravante da Copa do Mundo, deve ter um maior percentual de análises clínicas no mix.

“As últimas aquisições que nós fizemos de medicina diagnóstica foram, predominantemente, de análises clínicas”, lembra Jeane, citando ativos no Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco.

“Isso justifica um pouco o incremento do volume de exames por atendimento e uma redução discreta de receita por exame, que é esse mix um pouco maior de análises clínicas”

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Menor volume de exames impactou custos

Jeane Tsutsui explicou que, na estrutura de custos do Fleury, 70% dos custos são fixos. Essa parte do balanço, portanto, acabou sendo afetada pelos fatores que impactaram negativamente os volumes da companhia no quarto trimestre: a sazonalidade das festas de fim de ano e a Copa do Mundo.

“O menor fluxo de clientes nas unidades nos leva a essa redução de margem e a gente espera uma retomada agora no primeiro trimestre de 2023, em que vemos um fluxo normal de atendimento nas unidades”, afirmou a CEO.

Nas considerações sobre o balanço trimestral do Fleury, analistas chamaram atenção para o crescimento de receita impulsionado, principalmente, via fusões e aquisições, de negócios com margens menores.

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“Estruturalmente [a operação] novos elos [que inclui oftalmologia, ortopedia] têm uma margem menor que medicina diagnóstica. No ano, essas receitas correspondem a 8%, mas especificamente no quarto tri, com redução da receita diagnóstica, Novos Elos atingiu 12% da receita total.”

A retomada de medicina diagnóstica já vista agora no primeiro trimestre, segundo a CEO, vai permitir diluir custos fixos e manter uma margem saudável do segmento.

“É um ano que a gente vê uma forte pressão com relação a questão inflacionária, mas temos uma estrutura de capital bastante robusta para enfrentar um ano de juros mais elevados”, afirmou a executiva.

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“Estamos muito disciplinados no controle de custos e ganhos de produtividade”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados