Exploração pode ser ‘cereja no bolo’ para gerar crescimento, já que petróleo ainda terá relevância por muito tempo, diz CEO da Enauta

Décio Oddone participou de live do InfoMoney e explicou como a guerra entre Ucrânia e Rússia afeta o setor: investimentos são o foco

Renan Crema

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O bom momento do setor de petróleo e gás requer investimentos. E a Enauta (ENAT3) sabe disso. Em live do InfoMoney, Décio Oddone, CEO da companhia, disse que ela pretende comprar novos ativos em produção para aumentar a geração de caixa, e o segmento de exploração pode ser uma “cereja no bolo para o crescimento de longo prazo”.

A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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“Hoje a Enauta tem uma geração de caixa que é suficiente para a gente seguir com os projetos que a gente tem, mas eu gostaria que fosse maior. Por isso a nossa ideia de comprar mais ativos geradores de caixa”, disse.

“Nós temos o projeto de Atlanta, que nos vai permitir produzir 50 mil barris em 2024. É um projeto extraordinário que a gente tem e que tem poucos aqui no Brasil. Para companhias do nosso porte não tem nenhum. E depois nós temos a exploração, que pode ser a cereja do bolo para gerar crescimento no longo prazo”, completou o CEO.

As projeções da Enauta para implementação do Sistema Definitivo no campo de Atlanta (BS-4), na bacia de Santos, no Rio de Janeiro, são para meados de 2024. A companhia assumiu 100% da operação de Atlanta em 2021, após o fim de um imbróglio que envolveu a OGX e a Barra Energia.

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“Não temos mais nenhuma pendência em relação ao contrato de concessão. Fizemos um acordo com a Barra Energia, recebemos US$ 2 milhões e foi encerrada toda a disputa em relação ao campo”, garantiu Oddone.

Ainda sobre Atlanta, ele contou que o retorno do funcionamento do terceiro poço do Sistema de Produção Antecipada deve acontecer em meados de 2022 e um quarto poço entrará em funcionamento no início de 2023.

A companhia iniciou o Sistema de Produção Antecipada assim que descobriu a reserva, em 2018, como forma de analisar o potencial produtivo para, ao fim deste, migrar para o Sistema Definitivo.

Aquisições e dividendos

A Enauta fechou 2021 com um lucro líquido na casa de R$ 1,4 bilhão, número 18 vezes maior do que o registrado no período anterior. De acordo com o CEO, a empresa quer utilizar o que tem em caixa para desenvolver o campo de Atlanta e fazer aquisições, ainda que o preço elevado do petróleo possa dificultar movimentos de M&A.

“Como estávamos numa fase sem investimentos relevantes, pagamos dividendos altos até o ano passado e agora, estamos cumprindo a política de acionistas, que é de 15 centavos por ação. Vamos usar o caixa para desenvolver Atlanta e fazer aquisições”, disse.

Sobre a guerra na Ucrânia, o CEO enfatizou que demanda atenção. A Rússia é o terceiro país que mais produz petróleo no mundo e responsável por 40% do gás que abastece a Europa. Com os ataques à Ucrânia, entretanto, vários países anunciaram sanções à importação de produtos russos, o que fez aumentar a volatilidade, principalmente no preço do barril do petróleo.

Na opinião de Oddone, que já foi presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), esse quadro de volatilidade extrema vai passar, mas a crise da Ucrânia vai deixar consequências geopolíticas duradouras. Como exemplo ele citou a Alemanha, que vai passar a depender menos da Rússia e importar gás de outras fontes.

Para ele, os desdobramentos do conflito trarão maior interesse por investimentos em petróleo e gás do que o do período mais recente. “Como sociedade, teremos que repensar como se dará o processo transição energética para as fontes renováveis, porque petróleo e gás ainda terão relevância por um longo período”, afirmou.

Oddone falou ainda sobre a exploração nos campos de Manati, na Bahia, e SEAL (Sergipe-Alagoas), e analisou perspectivas para o preço do petróleo com o decorrer do conflito entre Rússia e Ucrânia. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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