Ex-funcionários da Meta captam US$ 150 mi e lançam blockchain que não funciona

Dados da blockchain Aptos mostram que o protocolo está processando atualmente apenas quatro transações por segundo

CoinDesk

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A Aptos, uma nova blockchain criada por ex-funcionários da Meta (dona do Facebook) para bater de frente com a Solana (SOL)) não está atendendo às expectativas, de acordo com dados obtidos captados desde o primeiro dia de negociações na rede.

Informações obtidas do explorador de blocos (conjunto de dados) da Aptos mostram que o protocolo está processando atualmente apenas quatro transações por segundo (TPS). Durante o processo de desenvolvimento, o time da Aptos alegou que a rede seria capaz de processar 160.000 transações por segundo, muito acima das 65.000 por segundo da Solana.

Além disso, a grande maioria dessas transações não é de usuários reais, mas mensagens de manutenção de validadores que escrevem metadados na blockchain.

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“É difícil ver como os usuários podem usar a Aptos agora; eu pessoalmente não consigo encontrar nenhum RPC [um tipo de nó da rede] nem me conectar a nenhum validador para enviar transações”, escreveu o usuário anônimo no Twitter, Paradigm Engineer, o primeiro a alertar sobre a situação.

O usuário também destacou que quase 80% dos tokens na Aptos estão em staking (depósito com rendimentos), o que, segundo ele, fará com que sejam despejados em investidores de varejo. Normalmente, o que se espera de novos projetos é que boa parte doa oferta esteja ainda por ser emitidos ao longo do tempo, de forma a aliviar a pressão de venda no mercado.

Em uma publicação da Aptos nas redes sociais, a equipe disse que as taxas de transações por segundo mostradas eram uma “função da atividade da rede” e, por ter anunciado a ativação da rede principal há apenas algumas horas, ainda não há transações de usuários – que devem começar a aparecer amanhã (19).

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Corrida de blockchains

À medida que o interesse institucional em ativos digitais aumenta, há uma busca por melhores infraestruturas que possam atender às demandas dos aplicativos financeiros do mundo real.

Atualmente, a rede Ethereum (ETH) pode fazer no máximo 15 transações por segundo – no mês passado, ela fez uma média de 13 TPS. O Ethereum 2.0, quando concluído, terá um teto teórico de 100.000 TPS.

O universo é visto com entusiasmo pela indústria de Venture Capital, que tem investido centenas de milhões de dólares para construir blockchains mais rápidas. A Jump Capital, por exemplo, reforçou seu compromisso com a Solana, investindo na correção da infraestrutura do protocolo que sofreu várias falhas importantes durante o ano passado.

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A Jump também investiu na Aptos, juntamente com a exchange FTX e com a firma de Venture Capital a16z, em uma rodada série A de US$ 150 milhões.

Confiança dos investidores

Apesar de mais lenta, a rede Ethereum ainda concentra a maior parte da confiança dos investidores, com 58% do valor total investido (TVL) em DeFi localizado nesse protocolo, de acordo com o agregador DefiLlama.

Depois da blockchain BNB Smart Chain, da Tron e da BNB Smat Chain, que possuem 10,2% e 9,9% respectivamente, o restante do montante total investido é dividido em protocolos que têm entre 1% e 2% no máximo de fatia, como Solana, que possui 1,72%.

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Parte dessa distribuição desigual vem do ceticismo sobre a integridade das plataformas. A Solana tem travado uma batalha com desenvolvedores que fraudam o tamanho dos projetos lançados na rede, além de ataques hackers que se aproveitam da imaturidade dos códigos de programação.

A crise em torno do lançamento da Aptos gera ainda mais dúvidas sobre a sustentabilidade de um projeto tão novo.

Avraham Eisenberg, parte de um grupo que drenou na semana passada US$ 114 milhões da plataforma DeFi Mango Markets, que roda na Solana (mais tarde, ele devolveu US$ 67 milhões), escreveu no Twitter, em tom irônico: “Existem protocolos de empréstimo na Aptos?”

CoinDesk

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