Embraer tem prejuízo de R$ 3,6 bi em 2020, lucro da Cyrela sobe 75% no 4º tri e mais balanços; troca no BB e 4 notícias de Petrobras

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta sexta-feira (19)

Equipe InfoMoney

A Embraer Serviços & Suporte foi criada para alavancar os negócios pós-venda. Foto: Divulgação/Embraer

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta sexta-feira (19) tem como destaque a repercussão da troca de comando no BB, quatro notícias sobre a Petrobras. Na temporada de resultados, atenção para os números da Embraer, Cyrela, Even, Grupo Soma, C&A, entre outros. Confira os destaques:

Banco do Brasil (BBAS3)

O Ministério da Economia indicou na noite de quinta-feira (18) Fausto de Andrade Ribeiro, atual diretor da BB Administradora de Consórcios, para a presidência do Banco do Brasil, que assume o cargo no lugar de André Brandão, que renunciou na véspera. A saída terá efeito a partir de 1 de abril.

A saída de Brandão marca o desfecho de um desgaste do executivo com o presidente Jair Bolsonaro após o BB ter anunciado em janeiro um plano para fechar 361 agências e abrir um programa de demissão voluntária para 5.000 funcionários, com objetivo de economizar R$ 2,7 bilhões até 2025. A mudança pode reforçar a percepção de investidores de ingerência do governo federal em estatais, cujas ações têm registrado grande volatilidade no mercado nas últimas semanas.

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O executivo havia assumido o comando do BB em setembro, depois de uma carreira internacional no HSBC, substituindo Rubem Novaes, que também fora indicado pelo governo Bolsonaro.

O BB passou as últimas semanas negando que tivesse havido pedido do governo federal, controlador do banco, para uma troca no comando e que o mal estar teria sido apenas um problema de comunicação.

No entanto, o próprio Brandão vinha manifestando a interlocutores desconforto em permanecer no cargo, após Bolsonaro ter anunciado a troca do comando da Petrobras.

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Escolhido para substituir Brandão, Fausto de Andrade Ribeiro é funcionário de carreira no BB desde 1988, e desde o ano passado presidente da BB Administradora de Consórcios.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras  recebeu indicação do candidato Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros para o Conselho de Administração da companhia, cuja eleição ocorrerá na Assembleia Geral Extraordinária de 12 de abril de 2021, caso adotado o procedimento de voto múltiplo. A indicação ocorre em meio a uma mudança na cúpula da empresa, com a anunciada troca do presidente-executivo Roberto Castello Branco, após descontentamento do presidente Jair Bolsonaro com a política de preços de combustíveis da empresa.

A União já indicou outros oito conselheiros para as vagas no conselho, enquanto minoritários haviam feito outra indicação.

Medeiros, outro candidato dos acionistas minoritários, foi indicado pelas gestoras Absolute Gestão de Investimentos, AZ Quest Investimentos, Kapitalo Investimentos, Moat Capital, Navi Capital, Oceana Investimentos e Solana Gestora de Recursos.

Ele tem 17 anos de experiência no mercado de capitais é sócio co-fundador da gestora de recursos Atalaya Capital, disse a Petrobras em nota na noite de quinta-feira. O candidato também atuou em múltiplas aberturas de capital de empresas nos setores de Commodities, Saúde, Infraestrutura e outros, dentre elas a abertura e subsequente pulverização do capital da BR Distribuidora.

Ainda no radar da companhia, petroleiros do Norte Fluminense, que atuam na Bacia de Campos, pediram ao Ministério Público do Trabalho que a Petrobras seja chamada a prestar esclarecimentos sobre o avanço da Covid-19 em plataformas de óleo e gás, após uma disparada de novos casos em unidades de produção desde o início de março, revertendo um movimento de queda visto no início do ano, apontaram dados da reguladora ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Além disso, a Petrobras aprovou, em conjunto com suas parceiras Repsol Sinopec e Equinor, o conceito de desenvolvimento do bloco BM-C-33, localizado no pré-sal da Bacia de Campos e operado pela companhia norueguesa, informou a estatal na quinta. Segundo a Petrobras, foram descobertas três acumulações de gás e condensado (óleo leve) no bloco, a cerca de 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, denominadas Pão de Açúcar, SEAT e Gávea.

Por fim, a Petrobras informou o início da fase vinculante de venda da totalidade de suas participações em um conjunto de 28 concessões de campos de produção terrestres, localizadas na Bacia do Recôncavo e Tucano, no Estado da Bahia (Polo Bahia Terra). O polo, situado em diferentes municípios da Bahia, inclui acesso à infraestrutura de processamento, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural.

Adicionalmente, o ativo possui estações coletoras e de tratamento, parques de estocagem e movimentação de petróleo, gasodutos e oleodutos, além da UPGN Catu e outras infraestruturas associadas ao processo produtivo. A produção média do polo em janeiro e fevereiro de 2021 foi de cerca de 13,5 mil barris de óleo por dia e 660 mil m3/dia de gás, disse a Petrobras, operadora com 100% de participação.

A Petrobras informou ainda que as concessões relacionadas aos Polos Recôncavo e Miranga não foram incluídas no processo de cessão do Polo Bahia Terra, uma vez que os respectivos contratos de venda já foram assinados.

Embraer (EMBR3)

A Embraer teve prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 3,6 bilhões em 2020, alta de 174,5% ante 2019, com perdas de R$ 1,3 bilhão.

No ano passado, houve queda de quase 35% na entrega de aeronaves executivas e comerciais, com 130 aeronaves entregues, 68 a menos do que em 2019, quando foram entregues 198 jatos. O maior impacto ocorreu na aviação comercial, com queda de 51%, enquanto a aviação executiva teve redução de 21% das entregas em relação ao ano anterior.

A fabricante de aeronaves informou que não vai publicar as estimativas financeiras e de entregas para 2021 por causa da incerteza causada pela pandemia da Covid-19.

Cyrela (CYRE3)

A Cyrela registrou lucro líquido de R$ 261 milhões no quarto trimestre, um salto de 75% ano a ano, resultado de crescimento das vendas e de efeitos ligados à venda de participação em companhias que estrearam na bolsa paulista no ano passado. Já a receita líquida do período cresceu 12,9% ante o quarto trimestre de 2019, a R$ 1,057 bilhão, performance apoiada no avanço de 34,1% das vendas, para R$ 1,86 bilhão.

Enquanto isso, os lançamentos totalizaram R$ 2,87 bilhões, 105,6% a mais do que um ano antes. A Cyrela atribuiu essa expansão à queda da taxa básica de juros para a mínima histórica de 2% ao ano no Brasil, que criou “melhores condições de compra e acesso ao crédito”, afirmou a companhia, apontando ainda perspectivas positivas para 2021.

No terceiro trimestre, a Cyrela vendeu participações nas construtoras Lavvi (LAVV3), Cury (CURY3) e Plano&Plano (PLPL3), que fizeram suas ofertas iniciais de ações (IPOs).

Se por um lado essas operações tiveram resultado positivo no lucro, por outro o impacto líquido na geração de caixa foi de 40 milhões de reais negativos, já que os impostos das operações foram pagos no quarto trimestre.

A geração de caixa foi de R$ 439 milhões entre outubro e dezembro, menos do que os R$ 745 milhões do trimestre imediatamente anterior.

Já a Cury lucrou R$ 68 milhões nos últimos três meses do ano, alta de 34,9% frente igual período de 2019.

Even (EVEN3)

A construtora Even registrou prejuízo líquido de R$ 89,273 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo o lucro de R$ 30,580 milhões no mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, a companhia somou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 133,830 milhões, com crescimento de 3,36 vezes o indicador do mesmo intervalo de 2019.

Segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira, 18, a companhia realizou três lançamentos no trimestre, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 482 milhões. No total, o VGV entregue foi de R$ 28,274 milhões, 24,8 vezes menor que no mesmo período de 2019.

As vendas contratadas somaram R$ 658,784 milhões no último trimestre de 2020, queda de 2,82% em relação ao mesmo intervalo de comparação. As vendas sobre ofertas (VSO) consolidadas foram de 26,6%, ante 22,7% no mesmo período de 2019.

O Bradesco BBI avalia que os resultados da Even indicam uma estratégia de sucesso em monetizar projetos para um equilíbrio maior. O banco diz que ainda busca uma visão mais clara sobre a estratégia de usar o excesso de caixa, que poderia ser devolvido aos acionistas como dividendos ou na aceleração das operações.

O banco reforçou a avaliação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a Even, com preço-alvo de R$ 15, frente aos R$ 9,99 negociados na quinta (18).

O Credit Suisse classificou os resultados da Even para o quarto trimestre como neutros e manteve a recomendação  outperform da empresa, destacando que a empresa zerou sua exposição no Rio de Janeiro. O banco espera que a empresa gere dados mais fortes no futuro, e mantém preço-alvo de R$ 17.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida teve lucro líquido de R$ 94,3 milhões no trimestre, queda de 55,2% em relação ao lucro líquido de R$ 210,6 milhões registrado nos últimos três meses de 2019.

A receita líquida foi de R$ 2,27 bilhões no trimestre, 27,3% superior ante o resultado de um ano antes. O Ebitda totalizou R$ 431,8 milhões, alta de 15,2% sobre o mesmo trimestre de 2019.

A Expert XP classificou o desempenho quanto à receita no quarto trimestre como sólido, mas ofuscado por provisões do SUS acima do esperado. Ainda assim, a Hapvida apresentou um forte desempenho no ano, diz a XP, com um aumento de 64% no lucro Ebitda e uma expansão de 1,7 ponto percentual nas margens.

A XP também destaca que a geração de caixa livre totalizou R$ 1,5 bilhão em 2020, aumento de 52% em relação a 2019. Na avaliação da XP, isso confirma a forte capacidade operacional da empresa. Mas a XP diz que o foco de curto prazo deve ser na fusão com a Notre Dame, que deve criar valor por meio de sinergias. O banco reiterou a recomendação de compra para a ação e preço-alvo de R$ 21 por ação.

C&A (CEAB3)

A varejista de moda C&A teve queda de 38% do lucro no quarto trimestre, indo para R$ 109,3 milhões, enquanto a receita ficou praticamente estável a R$ 1,74 bilhão.

A companhia teve queda de 2,4% nas vendas na categoria de vestuário, a R$ 1,39 bilhão, enquanto as dos “Fashiontronics” (celulares, acessórios eletrônicos) tiveram alta de 13,3%, para R$ 301,2 milhões. A receita com serviços financeiros avançou 3,1%, para R$ 49,1 milhões.

A empresa destacou no release de resultados que houve uma “recuperação gradual e consistente” das vendas até o fim de novembro, mas que, com o aumento do número de casos da covid-19, o mês de dezembro foi negativamente impactado.

Grupo Soma (SOMA3)

O Grupo Soma, dono de marcas como FARM e Animale, teve alta de 3,1% no quarto trimestre de 2020 na comparação anual, passando de R$ 39 para R$ 40 milhões. A receita líquida, por sua vez, subiu 28,8%, indo de R$ 369 milhões para R$ 475 milhões.

“O Grupo Soma reportou sólidos resultados referentes ao quarto trimestre de 2020, com a receita acima das nossas estimativas, devido a um crescimento de vendas mesmas lojas de 7,6% ao ano, e Ebitda em linha, devido a uma margem bruta menor do que nossa estimativa. A companhia também anunciou a criação da Soma Ventures e de seu primeiro investimento através dela: a LAUF – a primeira marca do segmento fitness no portfolio da companhia”, destaca a XP Investimentos.

Biosev (BSEV3)

O  Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aprovação final para a venda das usinas da Biosev à Raízen, informaram as companhias nesta quinta-feira em comunicados separados.

Neonergia (NEOE3)

Segundo o jornal Valor, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aceitou pedido de produção de provas em um processo que apura responsabilidades sobre três aumentos de capital promovidos na distribuidora de energia Coelba, da Bahia, controlada pela Neoenergia. O pedido foi feito pela gestora de recursos Argucia, que questiona os valores praticados nessas operações, realizadas em 2017 e 2018. A Superintendência de Relações com Empresas da CVM concluiu que irregularidades nas operações causaram prejuízo de R$ 59 milhões a acionistas minoritários. Dezenove administradores da Coelba, entre conselheiros e diretores, são citados no processo.

(com Reuters e Agência Estado)

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