Dólar bate máxima histórica pela 3ª vez seguida e fecha em R$ 4,39; Ibovespa cai 1,7% com coronavírus

Mercado mostrou baixa em um dia de preocupação generalizada com o surto da doença

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O dólar subiu pela quarta vez consecutiva nesta quinta-feira (20) e bateu máxima histórica nominal de fechamento pela terceira vez seguida. O câmbio terminou o pregão com alta de 0,59% a R$ 4,3909 na compra e a R$ 4,3916 na venda. O dólar futuro para março subiu 0,58% a R$ 4,3915.

A moeda dos Estados Unidos avançou globalmente em meio a dúvidas relacionadas aos números chineses sobre o coronavírus e dados fortes dos EUA, evidenciando uma aversão a risco. O dollar index atingiu máxima desde setembro. A busca por ativos seguros não se limitou à moeda americana. O ouro atingiu seu maior nível em sete anos, com relatos de que mais empresas além da Apple estão sendo impactadas pelo surto do vírus.

No mercado de ações, o Ibovespa acelerou queda à tarde acompanhando o exterior depois de um recuo súbito nos índices americanos no início da tarde. As informações do coronavírus ofuscaram a mudança na política monetária chinesa.

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Ontem, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) reduziu a taxa de juros do país em 10 pontos-base, de 4,15% para 4,05% ao ano.

Todavia, a Comissão Nacional de Saúde do país informou que mais 114 pessoas morreram no surto, elevando para 2.118 o número de óbitos na China continental, enquanto o número de pacientes contaminados está em 74.576 casos.

O Japão, por sua vez, informou que dois passageiros contaminados no cruzeiro Diamond Princess morreram. A Coreia do Sul confirmou hoje a primeira morte pelo vírus, batizado de Covid-19, no país, informa a agência Yonhap.

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O Ibovespa fechou em baixa de 1,66%, aos 114.586 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 25,458 bilhões.

Já entre os juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2022 terminou em alta de quatro pontos-base, a 4,72%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 ganhou seis pontos a 5,29%. O DI para janeiro de 2025 subiu 10 pontos-base a 6,07%.

Por aqui, o Banco Central reduziu a alíquota do recolhimento do compulsório sobre depósitos a prazo de 31% para 25%, o que deve acarretar em uma liberação de R$ 49 bilhões a partir de 16 de março.

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A outra medida foi o aumento da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR (Indicador de Liquidez de Curto Prazo), o que significa uma redução estimada em outros R$ 86 bilhões na necessidade de as instituições carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade (High Quality Liquid Assets – HQLA) necessários para o cumprimento do LCR.

Entre os indicadores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,22% em fevereiro na comparação mensal, informou nesta quinta-feira (20) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi o menor para o mês desde o início do Plano Real (1994).

O resultado ficou praticamente em linha com a estimativa de avanço de 0,23%, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de ter avançado 0,71% na medição anterior.

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Noticiário corporativo

A Petrobras (PETR3 ; PETR4) registrou um lucro líquido de R$ 40,137 bilhões em 2019, um crescimento de 55,7% sobre o valor registrado em 2018. A cifra também representa o maior lucro nominal da história das empresas de capital aberto, segundo a Economatica.

Apenas no quarto trimestre de 2019, o lucro líquido da estatal ficou em R$ 8,153 bilhões — uma alta de 287,87% sobre o mesmo período do ano anterior. O valor, no entanto, veio abaixo das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg, que previam ganho de R$ 11,288 bilhões nos três últimos meses de 2019 para a companhia.

O Ebitda ajustado da companhia (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ficou em R$ 129,249 bilhões em 2019, um aumento de 12,54% sobre 2018.

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Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
EMBR3 3.36134 19.68
ABEV3 0.68196 16.24
CYRE3 0.44643 33.75
MRVE3 0.34331 20.46
ECOR3 0.2862 17.52

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
UGPA3 -7.71165 22.02
GOAU4 -7.39645 9.39
PCAR4 -7.0752 81.43
IRBR3 -6.054 34.45
GOLL4 -4.95186 34.55

Além da Petrobras, RD (RADL3), Pão de Açúcar (PCAR4), Rede Fleury (FLRY3) e Marfrig (MGFR3) publicaram balanços.

A RD (ex-Raia Drogasil) reportou lucro líquido de R$ 167 milhões no quarto trimestre, um pouco acima das projeções, mas lucrou 7% a mais em 2019, um total de R$ 587 milhões.

O Grupo Pão de Açúcar teve lucro líquido de R$ 836 milhões em 2019, uma queda de 34,89% sobre 2018. A Rede Fleury lucrou R$ 65,2 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 12% sobre igual período de 2018. Já a Ultrapar (UGPA3) reverteu o lucro e tem prejuízo de R$ 266,5 milhões no 4º trimestre.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.