Criptomoedas menores devolvem ganhos após sessão negativa em Wall Street; Bitcoin e Ethereum resistem

Ethereum Pow (POW), Lido DAO (LIDO) e Chiliz (CHZ), que subiram recentemente, cedem entre 4,5% e 5% na manhã desta sexta-feira

Paulo Barros CoinDesk

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O Bitcoin (BTC) caminha para a terceira semana completa negociado entre US$ 16.400 e US$ 17 mil, mas dessa vez em um tom positivo após ter resistido à pressão vendedora em meio a um sell-off nas bolsas de Nova York ontem, com investidores digerindo uma nova leva de dados econômicos que indicam a persistência da inflação nos Estados Unidos.

Às 7h desta sexta-feira (6), a criptomoeda era negociada a US$ 16.782, em estabilidade nas últimas 24 horas. O Ethereum (ETH) seguia na mesma toada, operando também no zero a zero em relação à quinta, a US$ 1.247, mesmo diante do recuo de ontem entre 1% e 1,5% nos índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq.

“As bolsas americanas, reagiram mal ao dado de emprego do ADP, que costuma ser visto como uma prévia para o Payroll. O dado veio bem mais forte que o esperado, com uma criação de vagas de 235 mil, contra os 153 mil estimados pelos analistas”, expõe Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos.

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No mercado cripto, o baque foi mais sentido no lado dos ativos de menor valor de mercado, que vinham passando por um rali nos últimos dias dado o marasmo no preço do Bitcoin. Nesta sexta, boa parte das moedas que subiram na semana devolvem praticamente todos os ganhos depois de traders serem lembrados de que a retomada dos mercados de renda variável ainda deve demorar.

Ethereum Pow (POW), Lido DAO (LIDO) e Chiliz (CHZ), que subiram recentemente, cedem entre 4,5% e 5% nesta manhã. Já a Tron (TRX), fundada pelo controverso investidor Justin Sun, perde 7,4% em meio a uma crise na exchange Huobi, da qual ele é proprietário.

A corretora teria fechado canais de comunicações internos para impedir conversas entre funcionários sobre demissões. O token da própria Huobi, o HT, chegou a cair 11% na noite de ontem. Na manhã de hoje, a empresa confirmou que demitirá 20% do quadro de funcionários.

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A nova onda de demissões no setor começou ontem, com o banco cripto Silvergate, impactado pelo colapso da FTX, anunciando a demissão de 40% dos funcionários. Após o anúncio, as ações da empresa despencaram 43% na bolsa, puxando papeis do setor que vinham tentando se recuperar neste início de 2023.

Com as demissões no Silvergate, o setor cripto alcançou a casa dos 27 mil postos de trabalho cortados desde o começo do “inverno”. O número, porém, voltou a subir ainda no mesmo dia, com o anúncio da corretora Genesis de que estava desligando mais 30% de sua força de trabalho (cerca de 145 pessoas).

A empresa, que já havia demitido 20% em agosto, está no centro da possível nova crise das criptos por ter contraído uma dívida bilionária e, com o rombo, ter sido obrigada a suspender saques de clientes em novembro. Nesta semana, o CEO afirmou que a exchange precisava de mais tempo para resolver sua situação financeira.

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A mensagem veio pouco depois que o bilionário Cameron Winklevoss, dono da corretora Gemini, acusou o CEO da Digital Currency Group (DCG) de adotar “táticas de má fé” na tentativa de reestabelecer o funcionamento da Genesis, empresa que controlada pela DCG. Segundo Winklevoss, a Genesis deve US$ 900 milhões aos clientes da Gemini.

Investidores temem que o caso Genesis escale a ponto de a corretora abrir falência, impactando as contas da DCG e forçando a empresa a, possivelmente, liquidar posições nos fundos da Grayscale, maior gestora de ativos virtuais do mundo, da qual é dona.

A crise no conglomerado DCG deu novos sinais na noite de ontem, após o grupo anunciar o fechamento de sua divisão de gestão de fortunas. “Devido ao estado do ambiente econômico mais amplo e ao inverno cripto prolongado apresentando desafios significativos ao setor, tomamos a decisão de encerrar a sede” em 31 de janeiro, disse a empresa em comunicado.

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Em ranking de bilionários cripto da revista Forbes, a participação do CEO Barry Silbert na DCG já é considerada totalmente perdida.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 16.782 -0,10%
Ethereum (ETH) US$ 1.247 0,00%
Binance Coin (BNB) US$ 256 +0,10%
XRP (XRP) US$ 0,335940 -1,30%
Dogecoin (DOGE) US$ 0,070928 -2,70%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
OKC (OKT)C US$ 26,85 +4,70%
Cardano (ADA) US$ 0,272305 +2,90%
Monero (XMR) US$ 154,48 +2,10%
Solana (SOL) US$ 13,16 +0,90%
Tezos (XTZ) US$ 0,764374 +0,50%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Tron (TRX) US$ 0,050620 -7,40%
Ethereum Pow (POW) US$ 3,14 -4,90%
Lido DAO (LIDO) US$ 1,29 -4,50%
Chiliz (CHZ) US$ 0,106968 -4,50%
Quant (QNT) US$ 108,89 -4,50%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 15,95 -1,78%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 21,57 -0,96%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 19,55 -1,21%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 16,10 +2,35%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 11,10 -7,88%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 25,51 -6,04%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 5,57 -0,71%
QR Ether (QETH11) R$ 4,62 -1,91%
QR DeFi (QDFI11) R$ 2,62 -4,01%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 4,91 +1,44%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 16,69 +3,02%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 75,83 -3,65%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta sexta-feira (6):

Ark Invest segue apostando na Coinbase

A Ark Invest, da megainvestidora Cathie Wood, adquiriu mais US$ 5,8 milhões em ações da Coinbase (COIN) na quinta-feira, reforçando a confiança na bolsa de criptomoedas em face à forte queda dos papeis de quase 90% em 2022.

Os fundos ARK Next Generation Internet ETF comprou 27.813 ações da COIN e a ARK Fintech Innovation ETF, comprou 144.463 ações.

Ações de MicroStrategy e Marathon recuam

As ações da empresa de software de negócios MicroStrategy (MSTR) e da mineradora de Bitcoin Marathon Digital (MARA) caíram quase 5% na quinta-feira, depois que as ações da Silvergate  desabaram.

O banco cripto era um credor da Marathon e da MicroStrategy, para a qual emprestou US$ 205 milhões em operação anunciada em março de 2022.

Stablecoin da Binance perde espaço

A capitalização de mercado do BUSD caiu para US$ 16,4 bilhões em 3 de janeiro, a mínima de 11 meses, após ter atingido US$ 22,1 bilhões no início de dezembro, segundo dados do agregador CoinGecko.

A BUSD permanece como a terceira maior stablecoin do mundo, atrás de USDT e USDC.

O ativo perde boa parte do espaço conquistado após o movimento da Binance, em setembro, de abandonar várias stablecoins rivais e converter automaticamente os depósitos na corretora em BUSD.

O recuo veio na esteira de um movimento geral de saques na corretora após o colapso da FTX e crise de confiança nas exchanges.

Paulo Barros

Editor de Investimentos