Bitcoin volta a cair e pode ir a US$ 38 mil após comentários do Fed e El Salvador na mira dos EUA

Investidores temem que aumento mais acelerado das taxas de juros reduza apetite por risco e volte a impactar criptomoedas

Paulo Barros CoinDesk

(Shutterstock)

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Após dia de estabilidade e nova tentativa de retomada ontem, as criptomoedas recuam nesta quinta-feira (17) com investidores digerindo a divulgação da ata do Fomc, que afirma que o Federal Reserve (Fed) está pronto para começar a subir a taxa de juros dos Estados Unidos, além de reduzir seu balanço patrimonial, como medidas para enfrentar a inflação.

Além disso, o documento mostra que as autoridades do Fed comentaram sobre as criptomoedas pela primeira vez desde julho de 2021, apontando “riscos emergentes para a estabilidade financeira associados ao rápido crescimento de criptoativos e plataformas financeiras descentralizadas”.

Às 7h15, Bitcoin (BTC) era negociado em queda de 1,7%, a US$ 43.292. Já o Ethereum (ETH), segunda maior criptomoeda por valor de mercado, operava com recuo de 2%, a US$ 3.071.

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A ata Fomc mencionou ainda as stablecoins, criptoativos que, em geral, têm paridade com o dólar. Para o Fed, esse tipo de ativo digital representa “outra vulnerabilidade nos mercados de financiamento”.

Segundo analistas, investidores de criptomoedas também seguem atentos à possibilidade de invasão da Ucrânia pela Rússia, temendo que a retirada de tropas russas nos últimos dias não tenha sido definitiva. Um eventual agravamento da crise, temem os investidores, poderia afetar as criptos pela alta correlação com as bolsas americanas, especialmente a Nasdaq.

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Além disso, os dados de inflação dos EUA continuam preocupando, já que um aumento mais agudo nos preços abriria de vez a possibilidade de taxas de juros maiores. Com juros maiores, títulos do tesouro americano se tornam mais atrativos e sugam capital de ativos de risco, como as criptomoedas.

Para analistas, a resiliência das criptomoedas até aqui sugere que não haverá outra queda semelhante à vista em janeiro tão cedo.

“O Bitcoin continua muito saudável depois de resistir à tempestade geopolítica bem antes de se beneficiar da melhora no apetite ao risco na terça-feira”, escreveu Craig Erlam, analista sênior de mercado da Oanda.

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Para o especialista, no entanto, o apetite ao risco continua no radar, com o aumento da inflação e a retomada da alta na taxa básica de juro se tornando possíveis empecilhos para ganhos mais substanciais nas criptomoedas.

O cenário também é reforçado pelas movimentações de traders de derivativos. Segundo a casa de análise Glassnode, dados não apontam para uma saída em massa, mas indicam redução na alavancagem que aponta para uma estimativa de preço do Bitcoin em uma data futura cada vez mais baixa.

No curto prazo, enquanto investidores digerem a ata do Fomc e o mercado perde força, uma nova correção volta a ser possível, mas com menos chances de ser tão agudo quanto no mês passado.

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“O rali será adiado se o Bitcoin ficar abaixo de US$ 41.575, permitindo recuos para US$ 38.734 ou US$ 37.711”, escreveu Mark Newton, estrategista técnico da FundStrat, em um e-mail na quarta-feira (16).

Entre as altcoins, embora com desempenho pior que o Bitcoin, as perdas vêm sendo contidas em um dígito, algo considerado positivo dada a volatilidade da classe de ativos. O pior resultado é o da Arweave (AR), que oferece um serviço de armazenamento descentralizado. Ela cai 7,2% em relação às últimas 24 horas.

Já Theta Network (THETA), Gala (GALA), Axie Infinity (AXS) e The Sandbox (SAND) registram perdas na casa dos 5% de ontem para hoje.

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Na ponta positiva, o destaque é a Dash (DASH), criptomoeda “das antigas” que sobe 6,5% sem motivo aparente. Curiosamente, a alta vem logo na sequência de disparada de 30% nas ações da empresa DoorDash, que é negociada na bolsa de Nova York (NYSE) sob o mesmo ticker, DASH.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 43.292,81 -1,7%
Ethereum (ETH) US$ 3.071,16 -2%
Binance Coin (BNB) US$ 423,24 -1,9%
XRP (XRP) US$ 0,816415 -1,7%
Cardano (ADA) US$ 1,07 -2,1%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Dash (DASH) US$ 114,55 +6,5%
Juno (JUNO) US$ 31,25 +6,1%
Cosmos (ATOM) US$ 30,25 +5,8%
BitTorrendOLD (BTTOLD) US$ 0,00173792 +5,1%
Nexo (NEXO) US$ 2,25 +4,9%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Arweave (AR) US$ 32,34 -7,2%
Theta Network (THETA) US$ 3,74 -5,4%
Gala (GALA) US$ 0,320677 -5,2%
Axie Infinity (AXS) US$ 61,30 -5,2%
The Sandbox (SAND) US$ 4,07 -5,1%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 41,11 +0,02%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 54,40 -0,82%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 48,00 0%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 14,17 -1,59%
QR Ether (QETH11) R$ 11,70 0%
QR DeFi (QDFI11) R$ 8,85 +3,5%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (17):

Bitcoin abre portas para lavagem de dinheiro em El Salvador, defendem senadores dos EUA

Um grupo de senadores dos Estados Unidos apresentou um projeto de lei que visa obrigar o Departamento de Estado americano a incrementar a supervisão das transferências de dólares para El Salvador.

Os congressistas dizem temer que a adoção de Bitcoin como moeda no país latino abra as portas para cartéis de lavagem de dinheiro, prejudicando os interesses dos EUA.

“Se os Estados Unidos desejam combater a lavagem de dinheiro e preservar o papel do dólar como moeda de reserva do mundo, devemos enfrentar essa questão de frente”, afirmou o senador Bill Cassidy, um dos autores do projeto.

Se aprovado, o projeto de lei exigiria que o Departamento de Estado relatasse uma lista de assuntos relacionados a El Salvador e Bitcoin, incluindo o fluxo de remessas dos EUA para El Salvador, esforços bilaterais e internacionais para combater atividades ilícitas transnacionais e o potencial de redução do uso do dólar pelo país da América Central.

Em resposta, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele afirmou via Twitter, em tom irônico: “OK boomers… Vocês não têm jurisdição sobre uma nação soberana e independente. Não somos sua colônia ou seu quintal. Fiquem fora de nossos assuntos internos. Não tente controlar algo que você não pode controlar.”

Receita da Nvidia com chip de mineração despenca 77%

A receita dos Processadores de Mineração de Criptomoedas (CMP) da fabricante de chips Nvidia caiu para US$ 24 milhões no quarto trimestre fiscal encerrado em 30 de janeiro, uma queda de 77% em relação aos US$ 105 milhões do trimestre anterior.

A Nvidia anunciou chips específicos para mineração de criptomoedas em fevereiro do ano passado como forma de proteger as vendas de suas principais placas de vídeo para jogos.

A empresa defendeu que placas gráficas não são ideais para mineração, e chegou a limitar a capacidade de minerar criptomoedas com produtos da linha GeForce como meio de segurar os preços em meio a críticas do público gamer.

Enquanto isso, a rival Intel lançou seus próprios chips específicos para mineração de criptomoedas no início deste mês, e ressaltou que as empresas de mineração Argo Blockchain e Griid Infrastructure, bem como a Block, liderada pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, receberão os primeiros chips da fabricante ainda em 2022.

Por outro lado, o lucro ajustado por ação da Nvidia no quarto trimestre foi de US$ 1,32, superando o consenso dos analistas de US$ 1,23. A receita trimestral de US$ 7,64 bilhões também superou as estimativas de US$ 7,42 bilhões.

As ações da Nvidia caíram cerca de 1% nas negociações após o fechamento do mercado ontem.

ETF brasileiro de DeFi movimenta R$ 9 milhões na primeira semana

O QDFI11, primeiro ETF 100% investido em DeFi a ser listado na bolsa brasileira, fechou a primeira semana de negociações na B3 com volume de quase R$ 9 milhões, anunciou a gestora QR
Asset Management.

O ETF acompanha o Bloomberg Galaxy DeFi Index, oferecendo exposição a nove protocolos de finanças descentralizadas: Uniswap (UNI), Aave (AAVE), MakerDao (MKR), Compound (COMP), Yearn.finance (YFI), SushiSwap (SUSHI), 0X (ZRX), Synthetix (SNX) e Curve (CRV).

“Ao olharmos o mercado de cripto, vemos uma variedade bastante significativa de ativos surgindo, mas muitos ainda tímidos em valor de mercado, especialmente quando comparados ao Bitcoin e Ethereum. A maneira que encontramos de garantir maior diversidade ao investidor, sempre reduzindo os riscos, foi buscando um índice que agregasse uma cesta de ativos”, explica, em nota, Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos