Bitcoin vai a US$ 38.500 e pode cair mais; Fifa escolhe cripto da Copa do Mundo e Solana explica pane na rede

Algorand fechou parceria para ser a blockchain oficial do torneio mundial do Catar e token ALGO disparou de preço

Paulo Barros | CoinDesk

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O Bitcoin (BTC) volta a registrar perdas na manhã desta terça-feira (3) e vai a US$ 38.465 após recuo de 1% em relação ao mesmo horário ontem, e na sequência de um fim de semana de altos e baixos marcado por um fechamento de mês negativo para a criptomoeda.

Apesar de uma queda mais aguda ainda não ter sido vista até o momento – o preço recuou, no máximo, para a região dos US$ 37.700 -, analistas seguem apreensivos e continuam esperando que a moeda digital faça em breve novas mínimas anuais, de pelo menos US$ 35 mil. A cautela entre investidores ocorre em meio à expectativa de o banco central dos EUA realizar um novo aumento de meio ponto na taxa de juros no final desta semana.

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Apesar de ser conhecido como um mês de alta, maio vem decepcionando até o momento e pode fazer o Bitcoin quebrar um tradicional ciclo de mercado que fazia até recentemente o preço subir nessa época do ano, para cair rumo ao mês de julho, com retomada esperada apenas no segundo semestre. Dessa forma, a famosa frase do mercado financeiro “sell in May and go away” (venda em maio e vá embora, em tradução livre), que por muito tempo não se aplicou à criptomoeda, pode passar a ser verdade dessa vez.

Uma das pistas de que a baixa do Bitcoin pode se prolongar é o comportamento do indicador de dominância do Bitcoin, que se refere à fatia do BTC em relação ao mercado de criptos como um todo. No intervalo de um ano, o índice ficou preso em uma faixa pouco acima de 40%, mas analistas apontam que dados começam a sugerir que o número pode aumentar, como acontece de costume em bear markets das criptomoedas.

Na prática, além de uma previsão de baixa para o BTC, o comportamento do indicador acende de vez o sinal de alerta sobretudo para altcoins, que costumam ter desempenho bem pior nesses momentos do ciclo de mercado – ou seja, Ethereum (ETH), Solana (SOL)  e outras criptos podem estar próximas de queda ainda mais forte.

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No cenário mais catastrófico, o Bitcoin poderia despencar para a faixa dos US$ 22 mil, onde está posicionada atualmente a média móvel com maior potencial de suporte (zona com alta demanda de compra). No entanto, não está descartada uma queda momentânea para cerca de US$ 15 mil.

“Nada indica pra mim que o pior cenário não vá acontecer, porque o mercado global pode até se recuperar aos poucos, mas o Bitcoin também tem seus ciclos, e é comum ele visitar essas áreas [a cada ciclo]”, apontou o trader Vinícius Terranova em participação no Cripto+ na noite de ontem (assista no player abaixo).

Nem mesmo os defensores mais fervorosos do Bitcoin como tecnologia acredita que a criptomoeda passará ilesa por um recuo mais forte. O trader Tone Vays, que ficou famoso por prever uma forte queda do Bicoin há quatro anos, afirmou no último fim de semana, em entrevista ao InfoMoney CoinDesk, que o preço do BTC deverá cair para menos de US$ 30 mil em breve. Por outro lado, ainda acredita em forte retomada a partir de agosto.

Já entre os que acreditam em bons ventos para o Bitcoin no curto prazo está Mark Connors, chefe de pesquisa da 3iQ Digital Asset. Para ele, os preços das criptomoedas podem reagir para qualquer lado após o aumento dos juros nos EUA, criando o potencial para uma contínua “divergência na volatilidade entre as ações dos EUA e o Bitcoin”. A volatilidade do Bitcoin diminuiu significativamente no horizonte de longo prazo, considerando os últimos cinco anos, no que seria um sinal de crescente confiança nos ativos digitais.

Por outro lado, o especialista também disse que “se as taxas continuarem a subir e empurrar o crédito (grau de investimento, alto rendimento) para baixo, o risco de liquidações e desalavancagem afetará todos os ativos, incluindo cripto no curto prazo”.

O Bitcoin afundou 17% em abril e caiu 44% desde que atingiu sua máxima histórica de aproximadamente US$ 69 mil em novembro do ano passado. Maio tem sido tradicionalmente um mês mais forte, com ganhos do BTC em média 27% nos últimos 11 anos. Mas a criptomoeda tem se correlacionado cada vez mais com as ações dos EUA nos últimos meses, particularmente com o setor de tecnologia que registrou queda de 13% em abril.

Os rendimentos do Tesouro de dez anos dos EUA subiram mais de 3% pela primeira vez em cinco anos, algo que costuma impactar ativos de risco. Contudo, Connors não viu “nenhum impacto material no preço da criptomoeda” e prevê que o “Bitcoin superará [o desempenho das] ações, independentemente do aumento da taxa [de juros], indicam nossos dados”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 38.465,53 +1%
Ethereum (ETH) US$ 2.835,00 +0,6%
Binance Coin (BNB) US$ 388,19 0%
XRP (XRP) US$ 0,616361 -0,3%
Solana (SOL) US$ 87,83 -0,2%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Alrorand (ALGO) US$ 0,706729 +18,7%
Helium (HNT) US$ 15,45 +12,7%
Frax Share (FXS) US$ 25,20 +10,8%
The Graph (GRT) US$ 0,327841 +6,9%
Avalanche (AVAX) US$ 60,91 +5%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Klaytn (KLAY) US$ 0,3067 -13,90%
Stepn (GMT) US$ 4,24 -8,69%
Cronos (CRO) US$ 16,19 -7,45%
Nexo (NEXO) US$ 1.448,84 -3,02%
ApeCoin (APE) US$ 213,24 -2,83%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 35,20 +1,82%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 46,32 +3,62%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 42,28 +3,93%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 33,90 -4,82%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 36,75 -3,56%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 12,15 +0,99%
QR Ether (QETH11) R$ 10,41 -3,58%
QR DeFi (QDFI11) R$ 6,00 -6,68%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça feira (3):

Algorand é a blockchain oficial da Fifa para a Copa do Mundo

A FIFA fechou parceria com a Algorand (ALGO) para ser a blockchain oficial da Copa do Mundo que começa em novembro no Catar.

Pelo acordo, a Algorand será uma “apoiadora regional” da Copa do Mundo na América do Norte e na Europa e patrocinadora oficial da Copa do Mundo Feminina Austrália e Nova Zelândia no próximo ano. A parceria vem semanas depois que a exchange de criptomoedas Crypto.com também se tornou patrocinadora da Copa do Mundo de 2022.

Em parceria técnica, a Algorand fornecerá a carteira oficial de blockchain da FIFA. A entidade máxima do futebol mundial também receberá assistência da Algorand para “desenvolver ainda mais sua estratégia de ativos digitais”.

O token ALGO da Algorand chegou a subir mais de 20% após o anúncio da novidade, mostram os dados da CoinGecko.

Solana explica motivo da pane de 7 horas na rede

Bots vinculados a um novo projeto de token não fungível (NFT) construído na Solana causaram um congestionamento de sete horas na rede no sábado (30), os desenvolvedores do projeto confirmaram em um post divulgado hoje. Nenhum novo bloco foi produzido pela rede durante esse período.

A Solana processa uma média de 2.700 transações por segundo (tps), mostram os exploradores de blockchain, com um pico superior de mais de 710.000 tps em uma rede padrão, conforme documentos do desenvolvedor.
No entanto, na noite de sábado, milhões de transações inundaram a rede a cada segundo, o que levou os computadores que validam transações a ficarem sem memória e travarem, disseram os desenvolvedores.

“Uma enorme quantidade de transações de entrada (6 milhões por segundo) inundou a rede, ultrapassando 100 Gbps de tráfego em nós individuais”, escreveram os desenvolvedores. “Não há evidências de um ataque de negação de serviço, mas evidências indicam que os bots tentaram obter programaticamente um novo NFT sendo cunhado usando o popular programa Candy Machine”.

Os validadores ficaram sem memória ao tentar limpar transações em outros blocos abandonados. O número de forks totais que os validadores tiveram que avaliar excedeu sua capacidade de fazê-lo automaticamente, o que levou a uma intervenção manual para corrigir o problema.

Crypto.com restabelece recompensas após queixas de usuários

O CEO da Crypto.com, Kris Marszalek, disse que a empresa continuará a oferecer recompensas de staking para seus usuários de cartão diariamente, revertendo a decisão de eliminar o programa de recompensas.

A decisão havia levado a uma forte reação entre os membros da comunidade em redes sociais como Reddit e Twitter. A maioria dos comentários foi negativa e crítica, e o preço do token CRO da Crypto.com caiu até 11% nas horas seguintes.

Desde então, a Crypto.com voltou atrás e restabeleceu as recompensas de staking, que permite que usuários de cartão bloqueiem CRO por um período de 180 dias para obter rendimentos.

“Em vez de eliminar completamente as taxas de ganho de staking de cartões, ofereceremos uma abordagem mais equilibrada: 8% de rendimento anual para membros privados (Obsidian, Icy White e Frosted Rose Gold), 4% para titulares de cartões Royal Indigo e Jade Green”, disse Marszalek em um tweet na manhã de hoje.

Jogo simula experiência de investir via blockchain no Brasil

Um novo jogo lançado nesta terça-feira (2) com foco em investidores brasileiros simula a experiência de comprar ativos mobiliários por meio de tecnologia blockchain – e seguindo todas as regras estudadas no momento por reguladores brasileiros.

Anunciado pela Vórtx, fintech de infraestrutura para o mercado de capitais, em parceria com a QR Capital, o game Token Experience antecipa como irá funcionar a tokenizadora da joint venture, e mostrará como negociar ativos fictícios com operações registradas na blockchain.

Startup brasileira capta US$ 880 mil em criptomoedas da Unicef

A startup brasileira focada em ensino com inteligência artificial Weni captou junto à Unicef um aporte de 54,16 Ethereum (ETH), o equivalente a R$ 882 mil.

A captação se deu por meio da iniciativa “The CryptoFound”, que viabiliza investimentos em projetos que buscam ajudar os desafios enfrentados por crianças e adolescentes com uso de criptomoedas. Além de receber o cripto ativo, a Weni recebeu também uma mentoria da Fundação para desenvolver melhor suas ações.

A Weni desenvolve um tutor digital com Inteligência Artificial para ajudar crianças a aprenderem mais rápido.

“É muito importante ter esse reconhecimento e incentivo. As criptomoedas estão cada vez mais presentes como ativos de investimentos, seu caráter descentralizado permite acelerar sem burocracia e transparência os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento.”, ressalta Leandro Neves, CEO da Weni, em nota.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos