Bitcoin recua e luta para manter os US$ 16 mil; Ethereum e outras altcoins caem até 15%

Após conseguir se sustentar apesar de novas notícias do caso FTX, mercado cripto entrou em nova onda de queda no fim de semana

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Após alguns dias de estabilidade, o Bitcoin (BTC) voltou a cair no fim de semana, amanhecendo nesta segunda-feira (21) em torno de US$ 16 mil, quatro dias antes do feriado americano de Ação de Graças, que pode reduzir a liquidez do mercado a partir de quinta.

Com essas novas perdas, a maior criptomoeda do mundo em valor de mercado agora luta para manter seu suporte recente de US$ 16 mil, patamar que tem sustentado há 12 dias. Na semana passada, o BTC resistiu à cascata de notícias ligadas ao colapso da exchange cripto FTX, embora Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos cripto BitBull Capital, tenha dito ao CoinDesk que os investidores deveriam se preparar para uma semana difícil pela frente.

“Na última semana, o Bitcoin foi negociado em uma faixa muito estreita, incapaz de ultrapassar US$ 17 mil de forma conclusiva”, disse DiPasquale. “No entanto, dada a ação lateral, podemos esperar volatilidade na próxima semana”, completou.

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O Ethereum (ETH) tem queda ainda mais acentuada, de cerca de 7%, na casa de US$ 1.100, abaixo do seu suporte de US$ 1.200

Outras altcoins também afundaram durante o fim de semana, com a moeda ligada aos fan tokens Chiliz (CHZ) caindo mais de 14%. Nos últimos dias, a CHZ e os fan tokens de seleções nacionais de futebol estavam em alta em meio à euforia pela Copa do Mundo, que começou no domingo com o Equador derrotando os anfitriões do Catar. Enquanto isso a Dogecoin (DOGE) e o token da exchange Crypto.com, (CRO) tiveram queda de mais de 10%.

Os preços das criptomoedas se descolaram dos mercados de ações, o que tem ocorrido cada vez mais nas últimas semanas, com os principais índices americanos fechando com leves altas na sexta-feira, dois dias depois que o relatório mensal de varejo do Departamento de Comércio mostrou gastos do consumidor surpreendentemente resilientes.

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Os mercados tradicionais também não foram afetados pelo colapso da FTX e agora pelas revelações diárias de sua má administração.

Segundo DiPasquale, os touros irão procurar um suporte em cerca de US$ 15.500, nível atingido no início deste mês, quando os graves problemas de liquidez da FTX foram revelados. “Uma vez que esse intervalo seja evidente, a consolidação em torno dessa mínima pode levar o preço a US$ 18 mil no curto prazo”, disse ele.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 6h40:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 15.995 -3,84%
Ethereum (ETH) US$ 1.111 -8,13%
Binance Coin (BNB) US$ 256 -5,60%
XRP (XRP) US$ 0,3503 -8,96%
Cardano (ADA) US$ 0,3027 -7,03%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Nemz (XEM) US$ 0,03403 +3,22%
BinaryX (BNX) US$ 154,70 +0,32%
Trust Wallet (TWT) US$ 2,05 +0,05%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Chiliz (CHZ) US$ 0,1906 -15,59%
Ethereum PoW (ETHW) US$ 3,17 -13,43%
eCash (XEC) US$ 0,00002846 -13,14%
Algorand (ALGO) US$ 0,2463 -12,95%
Near (NEAR) US$ 1,51 -12,44%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 16,02 +0,69%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 20,98 -0,19%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 19,30 +1,68%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 17,95 +2,80%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 12,50 0,00%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 32,07 +0,21%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 5,65 -1,39%
QR Ether (QETH11) R$ 4,56 +1,78%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,15 +1,61%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 5,00 0,00%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 19,57 +2,02%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 77,42 -2,43%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta segunda-feira (21):

Projeto que regulamenta setor cripto entra na pauta da Câmara dos Deputados

O projeto de lei que regulamenta o setor de criptoativos entrou na pauta do plenário da Câmara dos Deputados para ser avaliado entre 22 e 24 de novembro. Os deputados precisam analisar um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 4401/21 (antigo PL 2303/15), que prevê a regulamentação, por órgão do governo federal, da prestação dos serviços.

De autoria do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), o projeto considera ativo virtual a representação digital de valor que pode ser negociada ou transferida por meios eletrônicos e utilizada para realização de pagamentos ou com propósito de investimento.

O PL foi aprovado no Senado em abril e travou na Câmara em junho, chegando a entrar diversas vezes na pauta de votação, mas não sendo apreciado. Agora, segundo o jornal Valor Econômico, existe um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para que o projeto seja votado ainda este ano.

Um dos pontos que maior debate envolve a segregação patrimonial das corretoras, tópico que voltou a ganhar importância após o caso da quebra da FTX, com alguns especialistas defendendo ela poderia proteger os clientes nesse tipo de caso.

FTX deve US$ 3,1 bilhões aos seus 50 maiores credores

Os maiores credores da FTX têm pedidos que variam de dezenas de milhões a centenas de milhões de dólares, de acordo com um documento judicial recentemente arquivado.

Este documento mostra que, dos cerca de 1 milhão de credores da FTX, a maior reivindicação individual é de US$ 226 milhões e a segunda é de US$ 203 milhões. As identidades desses credores não são identificadas, mas, coletivamente, eles devem aproximadamente US$ 3,1 bilhões.

“A lista dos 50 principais [credores] é baseada nas informações atualmente disponíveis, incluindo dados do cliente que puderam ser visualizados, mas não estão acessíveis no momento”, diz o documento, preparado por advogados de falências. “A investigação dos devedores continua em relação aos valores listados, incluindo pagamentos que podem ter sido feitos, mas ainda não estão refletidos nos livros e registros dos devedores. Os devedores também estão trabalhando para obter acesso total aos dados de clientes”.

Tribunal dos EUA aprova prazo para clientes da Celsius apresentarem provas de reivindicação

Um tribunal dos EUA aprovou o pedido da plataforma cripto em crise Celsius para estabelecer um prazo para os clientes apresentarem provas de reivindicação no processo de falência em andamento.

A moção de Celsius, aprovada pelo Tribunal de Falências dos EUA do Distrito Sul de Nova York na semana passada, exige que os clientes enviem provas até 3 de janeiro de 2023. Qualquer pessoa ou entidade – incluindo indivíduos, parcerias, corporações, joint ventures e trusts – podem registrar uma reclamação por correio, em mãos ou por meio do site do agente de reclamações Stretto.

Após uma crise de liquidez que abalou o setor no início deste ano, a plataforma de empréstimos cripto Celsius Network entrou com pedido de falência em julho, apenas algumas semanas depois de congelar os saques dos clientes. A Celsius entrou com pedido de falência do capítulo 11 (semelhante à recuperação judicial no Brasil), o que permite que ela se reorganize enquanto continua as operações.

No início deste mês, Celsius solicitou ao tribunal de Nova York que estendesse o prazo para a apresentação do plano de reorganização da plataforma.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.