Bitcoin perde nível chave e pinta semana de incerteza após queda com ata do Fomc; altcoins despencam dois dígitos

Ata do Fomc atingiu em cheio as criptomoedas na noite de ontem com nova onda de redução do apetite por risco

Paulo Barros | CoinDesk

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Após noite de queda generalizada, as criptomoedas respiram enquanto o Bitcoin (BTC) tenta se segurar no nível de US$ 43 mil, abaixo dos cerca de US$ 45 mil que eram considerados cruciais por traders para que o preço não corresse o risco de mergulhar diretamente para a região dos US$ 40 mil, colocando em risco os ganhos do último mês.

Às 7h15, a moeda digital é negociada a US$ 43.441, em queda de 4% nas últimas 24 horas. Já o Ethereum (ETH) cede 3,3% no mesmo período, indo a US$ 3.229. Até aqui nesta semana, as criptos como um todo registram queda de aproximadamente US$ 170 bilhões em valor de mercado.

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Os ativos digitais acompanharam o fechamento negativo das bolsas mundiais pós a ata do Fomc confirmar a expectativa de um Federal Reserve mais agressivo ao longo do ano. A incerteza em torno dos próximos aumentos da taxa de juros nos EUA e do impacto da venda de ativos no balanço do Fed leva investidores a reduzirem riscos, impactando diretamente no BTC e demais criptos.

A guerra na Ucrânia também voltou a ter papel nas movimentações dos mercados após um novo ataque russo. Os EUA e outros países tomaram medidas para impor sanções totais contra as maiores empresas de serviços financeiros da Rússia, incluindo o Sberbank, a maior do setor no país.

Em entrevista ao CoinDesk, Scott Freeman, cofundador e sócio da empresa de serviços financeiros JST Capital, sugeriu que o cenário global prejudica o preço do Bitcoin, apesar das grandes compras nos últimos 10 dias realizadas pela Luna Foundation, do projeto Terra (LUNA), e pela MicroStrategy, que comprou mais de US$ 190 milhões em BTC nesta semana.

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“É difícil precisar o movimento do Bitcoin agora”, disse Freeman. “No final das contas, acreditamos que há temas macro no ambiente, e as pessoas simplesmente não estão procurando se arriscar agora. Procuram só oportunidades para vender e lucrar.”

Por outro lado, para o especialista, o Bitcoin e as criptomoedas em geral continuam sendo boas apostas no longo prazo e merecem um lugar no portfólio.

Segundo o analista gráfico Damanick Dantes, o Bitcoin permanece em modo de retração depois de não ultrapassar o nível de resistência de US$ 48.000 na semana passada.

Dantes aponta que, nos gráficos intradiários, o BTC caiu abaixo de uma linha de tendência de alta que se mantinha intacta por um mês. Isso significa que os vendedores de curto prazo estão no controle do movimento de preços, especialmente depois que o nível de US$ 45 mil foi rejeitado na terça-feira (5).

O especialista, no entanto, ressalta que a queda parece não ter força para se aprofundar mais agora. “Por enquanto, a recuperação mais ampla vinda das mínimas de janeiro permanece intacta”, afirma.

Pelo perfil mais volátil, as chamadas altcoins passam pelo pior momento dos últimos dias mesmo após terem ficado em posição de largada recentemente. Com isso, os traders de futuros de criptomoedas perderam mais de US$ 400 milhões, na terceira maior onda de liquidações do ano.

As liquidações ocorrem quando uma bolsa de criptomoedas fecha com força a posição alavancada de um trader como mecanismo de segurança devido a uma perda parcial ou total da margem inicial depositada (chamada de margem).

Isso acontece principalmente na negociação de futuros, que rastreia apenas os preços dos ativos, ao contrário da negociação à vista, onde os usuários possuem os ativos reais.

Futuros que rastreiam Solana (SOL) e Dogecoin (DOGE) registraram perdas combinadas de US$ 40 milhões em liquidações, a maior entre as principais criptomoedas além do Bitcoin e do Ethereum, que acumularam perdas de US$ 92 milhões e US$ 64 milhões, respectivamente.

Cerca de 83% de todos os traders estavam comprados, apostando em preços de criptomoedas mais altos.

Nesta manhã, as altcoins que registram as maiores perdas são Stepn (GMT), Celo (CELO) e Ziliqa (ZIL), que recuam entre 11% e 15% nas últimas 24 horas.

Remando na contramão está a Xido Finance (XIDO), em disparada de quase 100% em relação ao mesmo horário ontem.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 43.441,05 -4%
Ethereum (ETH) US$ 3.229,06 -3,3%
Binance Coin (BNB) US$ 429,76 -2,5%
Solana (SOL) US$ 115,24 -6,9%
Terra (LUNA) US$ 106,69 -6,9%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Xido Finance (XIDO) US$ 68,48 +97,1%
Mina Protocol (MINA) US$ 3,28 +3,7%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Stepn (GMT) US$ 2,24 -15,1%
Celo (CELO) US$ 3,72 -12,4%
Ziliqa (ZIL) US$ 0,125136 -11,2%
LidoDAO (LIDO) US$ 3,67 -9,9%
Axie Infinity (AXS) US$ 54,61 -11%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 37,69 -4,38%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 49,58 -3,06%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 45,20 -6,41%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 41,25 -8,33%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 45,00 -9,38%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 13,03 -4,05%
QR Ether (QETH11) R$ 11,04 -6,44%
QR DeFi (QDFI11) R$ 7,70 -9,3%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (7):

Meta estuda lançar moeda digital própria

A Meta Platforms, empresa controladora do Facebook, elaborou planos preliminares para lançar moedas virtuais, tokens e serviços de empréstimo em seus aplicativos, de acordo com o Financial Times.

A empresa estaria estudando a criação de uma moeda virtual para o metaverso. O projeto é chamado internamente de “Zuck Bucks”, e não seria baseado em tecnologia blockchain.

O movimento mais recente ocorre após o fim do projeto de stablecoin Libra/Diem, abandonado pela Meta e vendido para o Silvergate Bank no início do ano.

Yellen vai defender regulação de criptos inspirada nas finanças tradicionais

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, quer colocar a indústria de criptomoedas no mesmo nível para enfrentar as mesmas regras do sistema financeiro tradicional dos EUA, de acordo com trechos de seu primeiro discurso inteiramente sobre ativos digitais.

Yellen defenderá que as finanças – incluindo as mais recentes inovações da indústria de criptomoedas – devem estar sujeitas a regras consistentes e “neutras em termos de tecnologia” que protejam as pessoas “de fraudes e declarações enganosas, independentemente de os ativos serem armazenados em um balanço patrimonial ou em um livro-razão distribuído”.

“Os ativos digitais podem ser novos, mas muitos dos problemas que eles apresentam não são”, dirá Yellen dirá em fala prevista para 11h de hoje na American University. “Quando novas tecnologias permitem novas atividades, produtos e serviços, as regulamentações financeiras precisam se ajustar.”

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Paulo Barros

Editor de Investimentos