Bitcoin ganha fôlego e retoma alta com traders digerindo o pós-Fed

O aumento da taxa de juros dos Estados Unidos assustou o mercado de ativos de risco e fez o Bitcoin (BTC), que estava no meio de um rali de quase 70% neste ano, pisar no freio nos últimos dois dias. O recuo, no entanto, durou pouco.

Na manhã desta sexta-feira (24), a criptomoeda se recuperou e era negociada acima dos US$ 28 mil por volta das 8h, com alta de 1% nas últimas 24 horas. Esse preço, alcançado pela primeira vez no último final de semana, não era visto desde junho do ano passado.

Henrique Teixeira, head global de novos negócios da Ripio, acredita que o movimento positivo do BTC se deve ao fato de os investidores verem o criptoativo como um instrumento de cobertura global não correlacionado, semelhante ao ouro.

No entanto, disse ele, uma possível movimentação dos investidores de varejo (individuais) pode acabar causando uma retração de curto prazo nos preços do BTC.

“Isto porque os investidores de varejo têm histórico ruim de entradas e saídas do mercado. Por isso é importantíssima a presença das baleias (termo para identificar carteiras que possuem de 10 a 10 mil BTC) nesta seara, de modo que prossiga o aumento da confiança no atual rali da criptomoeda”, falou.

Ilan Solot, codiretor de ativos digitais da Marex, disse à Bloomberg que o Bitcoin está “seguindo os mercados mais amplos, digerindo o Fed e basicamente reduzindo alguns dos danos que foram causados pelo aumento da taxa de juros”.

Já as altcoins (qualquer cripto diferente do Bitcoin) registram novamente altos e baixos no encerramento da semana. O Ethereum (ETH) subiu e era cotado US$ 1.790 no momento da publicação deste texto, com ganhos de 1,40% no dia. A Binance Coin (BNB), na contramão, caiu 1,20%, para US$ 323, e a XRP escorregou 3,50%, para US$ 0,43.

O mercado cripto como um todo subiu 1,7% nesta sexta, alcançando uma capitalização de US$ 1,17 trilhão, segundo o agregador CoinMarketCap. No ano, a valorização está na casa dos 38%. A retomada do setor vem após recuperação geral no mercado de ações, liderada pelo índice Nasdaq 100.

O índice, que abrange as 100 maiores empresas não financeiras listadas na Nasdaq, e junto do qual os tokens se moveram no passado, subiu 17% até agora neste ano. Apesar de a correlação entre criptos e a Nasdaq ter enfraquecido neste ano, e alguns analistas estejam reforçando essa narrativa, as classes de ativos voltaram a se mover em sintonia à medida que ambos se recuperam após a turbulência do setor bancário.

Neste mês, os bancos americanos Silvergate Capital Corp., Silicon Valley Bank e Signature Bank quebraram. Para completar a maré negativa no setor, o Credit Suisse Group AG entrou em crise e foi comprado pelo UBS Group AG por meio de um acordo bilionário.

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No início desta semana, Cathie Wood, CEO e CIO da Ark Invest, disse que no meio da turbulência bancária o Bitcoin mostrou sua força. Segundo a empresária, conhecida por suas provocações sobre a disrupção do sistema financeiro tradicional, a moeda digital criada pelo misterioso Satoshi Nakamoto tem potencial de alta de 24.000% até 2030. E essa previsão, segundo ela, é “conservadora”.

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(Com informações da Bloomberg)