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Após flertar com os US$ 17 mil no feriado de terça-feira (15) na esteira da divulgação do índice de preços ao produtor nos Estados Unidos referente a outubro abaixo do esperado, o Bitcoin (BTC) perde força e volta ser negociado na faixa dos US$ 16 mil na manhã desta quarta-feira (16), refletindo o ambiente ainda incerto no setor em meio a dúvidas sobre quais empresas de fato estão expostas a um possível efeito dominó decorrente da falência da FTX na semana passada.
Às 7h, a criptomoeda era negociada em estabilidade em relação às últimas 24 horas, a US$ 16.747, e o Ethereum (ETH) recuava 2,4%, a US$ 1.231, no pior resultado hoje entre as criptos mais valiosas. Considerando o top 100 por valor de mercado, a maior queda é da Trust Wallet (TWT), token da carteira de mesmo nome, que cai quase 20% após rali de 80% recentemente.
Na ponta positiva, o destaque é a Chiliz (CHZ), que avança 11,9% nesta quarta a quatro dias do início da Copa do Mundo do Qatar. A Chiliz é a blockchain onde é emitida a maioria dos fan tokens, ativos muito ligados ao futebol – várias seleções que disputam o mundial possuem, inclusive o Brasil.
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Investidores seguem receosos que outras corretoras podem seguir o mesmo caminho da FTX. Segundo o Wall Street Journal, a plataforma de empréstimo Blockfi, que havia sido resgatada meses atrás pela corretora, está prestes a entrar também com pedido de falência, possivelmente utilizando o mesmo dispositivo legal semelhante à recuperação judicial no Brasil.
A Blockfi negou rumores de que a maioria de seus ativos era mantida na FTX, mas reconheceu na segunda-feira (14) que, além de ter depósitos na plataforma, tinha uma linha de crédito não junto à FTX que não tinha chegado a utilizar, além de obrigações devidas pela exchange.
Segundo Edward Moya, analista sênior da Oanda, uma possível falência da BlockFi poderia apresentar trazer o próximo teste de fogo para o mercado cripto.
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“O próximo dominó a cair parece ser a BlockFi”, escreveu Moya. “Era esperado que o contágio da FTX impactasse a BlockFi, apesar de sua recente negativa de que a maioria de seus ativos estava custodiada na FTX”.
Segundo relatório divulgado ontem pela exchange Coinbase, o colapso FTX interrompeu um movimento positivo nas criptomoedas e e deve estender o “inverno cripto” (período de baixa de preços).
“A combinação de aumento da taxa de hash e dos custos de energia, e agora preços mais fracos do BTC, leva a condições econômicas cada vez mais estressantes para os mineradores”, disse a nota assinada pelos analistas David Duong e Brian Cubellis.
Taxa de hash é uma medida do poder de computação dedicado à mineração de Bitcoin. Quando a taxa aumenta, a dificuldade para produzir a criptomoeda também cresce.
Moya, da Oanda, concorda com a visão mais pessimista, já que o cenário de contágio indefinido torna improvável que investidores de Bitcoin voltem tão cedo a abrir mais posições na criptomoeda.
“O Bitcoin está mostrando resiliência, mas é difícil imaginar que os investidores estejam prontos para voltar até aprendermos mais sobre o risco de contágio associado à FTX”, disse, ressaltando que, “se mais exchanges ou empresas de cripto pausarem retiradas ou limitarem atividades, provavelmente a pressão sobre as criptos voltará”.
Diante disso, usuários vêm correndo para sacar suas criptomoedas de corretoras, fazendo o que se chama de custódia própria – algo como criar uma “conta-corrente” na rede do Bitcoin e outras criptos, e guardar a senha em um cofre pessoal.
Segundo dados compilados pelo CoinDesk, a liquidez das exchanges se deteriorou significativamente após o colapso da FTX, com a profundidade do mercado caindo de 11.800 BTC para 7.000 BTC, o menor valor em cinco meses.
A profundidade do mercado refere-se ao grau de resiliência de um ativo a grandes ordens de compra e venda. Quanto maior a profundidade, mais líquido é o mercado e vice-versa. Quanto menos líquido, maior é a propensão de um ativo para grandes movimentos de preço – daí o aumento na volatilidade.
Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:
Criptomoeda | Preço | Variação nas últimas 24 horas |
Bitcoin (BTC) | US$ 16.747,93 | -0,30% |
Ethereum (ETH) | US$ 1.231,89 | -2,40% |
Binance Coin (BNB) | US$ 273,13 | -1,10% |
XRP (XRP) | US$ 0,383864 | +0,10% |
Dogecoin (DOGE) | US$ 0,088113 | 0,00% |
As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:
Criptomoeda | Preço | Variação nas últimas 24 horas |
Chiliz (CHZ) | US$ 0,227939 | +11,90% |
Stacks (STX) | US$ 0,244257 | +8,10% |
Algorand (ALGO) | US$ 0,283296 | +5,10% |
Terra Classic (LUNC) | US$ 0,00018212 | +5,00% |
Arweave (AR) | US$ 9,61 | +3,80% |
As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:
Criptomoeda | Preço | Variação nas últimas 24 horas |
Trust Wallet (TWT) | US$ 1,87 | -18,00% |
Tokenize Xchange (TKX) | US$ 8,03 | -11,90% |
Evmos (EVMOS) | US$ 1,17 | -5,60% |
Cronos (CRO) | US$ 0,071659 | -5,00% |
Chain (XCN) | US$ 0,04718317 | -5,00% |
Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:
ETF | Preço | Variação |
Hashdex NCI (HASH11) | R$ 16,07 | -1,77% |
Hashdex BTCN (BITH11) | R$ 20,29 | -4,51% |
Hashdex Ethereum (ETHE11) | R$ 19,61 | -1,70% |
Hashdex DeFi (DEFI11) | R$ 20,38 | +1,39% |
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) | R$ 14,50 | -3,33% |
Hasdex Crypto Metaverse (META11) | R$ 32,10 | -8,33% |
QR Bitcoin (QBTC11) | R$ 5,51 | -1,60% |
QR Ether (QETH11) | R$ 4,65 | -2,31% |
QR DeFi (QDFI11) | R$ 3,30 | 0,00% |
Cripto20 EMPCI (CRPT11) | R$ 4,90 | -3,92% |
Investo NFTSCI (NFTS11) | R$ 17,47 | -7,22% |
Investo BLOKCI (BLOK11) | R$ 78,83 | -5,67% |
Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (16):
Hacker da FTX vira um dos maiores detentores de ETH
O hacker que desviou US$ 600 milhões da FTX na madrugada do último sábado (12) começou a movimentar os fundos roubados na terça-feira (15).
Segundo dados monitorados pela empresa de segurança PeckShield, o invasor converteu US$ 48 milhões da stablecoin DAI em 37.000 ETH.
A carteira agora possui mais de 288.000 ETH, tornando-se a 35º maior proprietária da criptomoeda.
Token ligado à FTX dispara 150%
O token SRM, da rede Serum, conectada à Solana (SOL) e ligada à FTX, disparou 100% ontem após os principais apoiadores do projeto se unirem em torno de um fork (bifurcação) de emergência na rede.
A comunidade reiniciou a rede do projeto após alertas de que sua segurança poderia ter sido comprometida pelo hack na FTX na sexta-feira (11).
O episódio fez o SRM despencar para US$ 0,12 no domingo (13), mas a providência dos apoiadores foi bem recebida pelo mercado e o ativo logo apresentou forte recuperação. Na terça-feira (15), já era negociado a US$ 0,32 e, hoje, ronda os US$ 0,31 – alta, portanto, de mais de 150%.
Circle anuncia integração do USDC com o Apple Pay
Estabelecimentos que aceitam pagamentos na stablecoin USDC já podem interagir com o Apple Pay, disse a Circle, emissora do criptoativo.
“Mercados NFT, jogos cripto, corretoras e carteiras, além de provedores de remessas internacionais, podem ajudar seus negócios a crescer, facilitando o pagamento com o Apple Pay e a Circle”, disse a empresa.
Em junho, a Circle adicionou suporte para a rede Polygon em sua plataforma de pagamentos e tesouraria em um movimento que ajudaria os desenvolvedores a automatizar os fluxos de moeda convencional para o USDC.