Bitcoin falha em superar US$ 30 mil e descola da Nasdaq enquanto cripto ligada a projeto que colapsou dispara 100%

Após acompanhar ações de tecnologia há meses, BTC caminha no sentido oposto e cai após pregão positivo na Nasdaq

Paulo Barros CoinDesk

(Getty Images)

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Apesar da dose de otimismo entre investidores ao longo do dia de ontem com um ensaio de reação do Bitcoin (BTC), a criptomoeda não cumpriu expectativas de curto prazo e foi incapaz mais uma vez de superar a barreira de US$ 30 mil, nível que vem se mostrando uma forte resistência (preço com alto interesse de venda).

Às 7h03, o BTC opera em queda de 3,9% em 24 horas, para US$ 29.286. Altcoins sofrem baque maior e o Ethereum (ETH) cai 5%, e a LUNA despenca mais 20%. O token nativo da blockchain Terra derreteu recentemente após o colapso da stablecoin TerraUSD (UST) – a cripto que deveria valer US$ 1 é negociada hoje a US$ 0,06.

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Curiosamente, um dos destaques positivos do dia é o token Anchor (ANC), do mesmo protocolo que oferecia renda passiva de 20% sobre depósitos em UST. A criptomoeda chegou a disparar 100% durante a madrugada em meio à expectativa de que o projeto, elogiado por desenvolvedores e designers, possa ter vida independente das criptos nativas da blockchain Terra.

A nova baixa do Bitcoin faz o preço retornar para a faixa entre US$ 28.500 e US$ 30 mil, na qual vem oscilando desde que os tokens LUNA e UST da blockchain Terra entraram no fenômeno chamado de espiral da morte, em que uma moeda não resiste a uma onda de saques e evapora – algo como uma corrida bancária.

Segundo especialistas, o BTC traça um caminho incerto porque não há um catalisador claro desta vez, especialmente porque a criptomoeda caiu após a Nasdaq registrar alta no pregão de ontem. Nesse cenário, o motivo mais evidente parece ser a incerteza que segue tomando conta do sentimento dos investidores.

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“Não temos ganhos [esta semana], não tivemos uma stablecoin perdendo US$ 48 bilhões e não tivemos uma Ordem Executiva Presidencial”, disse o chefe de pesquisa da 3iQ Digital Asset, Mark Connors, ao CoinDesk. “É sobre a inflação – e isso é incerto”, acrescentou.

As criptomoedas passaram grande parte do ano rastreando o mercado de ações, então o movimento de ontem é visto como uma possível mudança de rumo. Connors, da 3iQ, disse que os ativos digitais provavelmente permanecerão andando de lado pelo menos até que o Bureau of Labor Statistics dos EUA emita seu próximo relatório de índice de preços ao consumidor (CPI), no início de junho. A expectativa é que CPI possa mostrar que a pressão inflacionária está diminuindo.

“Por enquanto, você pode ter algumas pessoas pressionando mercados voláteis para ver quais quebram, mas não acho que haverá quebras de qualquer maneira”, disse Connors, em referência ao mercado de criptoativos.

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Do ponto de vista de análise gráfica, o Bitcoin  conseguiu manter o suporte acima de US$ 27 mil, o que pode manter alguns compradores ativos.

“Os sinais de momentum estão melhorando no gráfico diário, semelhante ao que ocorreu no final de fevereiro e no final de março. Além disso, o índice de força relativa (RSI) no gráfico diário continua a subir dos níveis de sobrevenda, o que pode apontar para um salto de alívio no preço”, explica o analista técnico do CoinDesk, Damanick Dantes.

Segundo o especialista, um indicador mostra que o Bitcoin está no maior nível de sobrevenda desde março de 2020, no crash das bolsas pelo estouro da Covid. Ainda assim, mesmo que uma nova alta ocorra, ela não deverá apagar as perdas do último mês. “Como os sinais de impulso permanecem negativos, a alta do BTC pode ser limitada, inicialmente em direção à zona de resistência de US$ 33 mil a US$ 35”, explica Dantes.

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O trader Vinícius Terranova está mais pessimista. Em participação ontem durante o Cripto+, ele explicou que ainda espera que haja uma nova queda brusca do Bitcoin, a caminho de um suporte (preço com alto interesse de compra) mais forte de longo prazo, localizado atualmente perto dos US$ 22 mil.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h03:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 29.286,81 -3,9%
Ethereum (ETH) US$ 1.966,21 -5,1%
Binance Coin (BNB) US$ 321,41 -2,3%
XRP (XRP) US$ 0,407372 -3,7%
Cardano (ADA) US$ 0,513133 -6,8%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Radix (XRD) US$ 0,090658 +5,4%
Loopring (LRC) US$ 0,553719 +4,8%
Tezos (XTZ) US$ 2,06 +4,4%
Tron (TRX) US$ 0,080171 +3,8%
Stacks (STX) US$ 0,576263 +1,2%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Terra (LUNA) US$ 0,00015972 -20,3%
Fantom (FTM) US$ 0,415368 -16,4%
Kaytn (KLAY) US$ 0,450851 -11,7%
The Graph (GRT) US$ 0,151082 -11,4%
Neo (NEO) US$ 11,05 -10,3%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 25,00 -0,43%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 33,69 -2,34%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 28,00 -3,11%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 21,71 +0,74%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 23,02 -6,8%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 8,92 +0,45%
QR Ether (QETH11) R$ 6,96 -0,71%
QR DeFi (QDFI11) R$ 4,22 +4,71%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (24):

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Wall Street teme que dólar digital acabe com os bancos

Os banqueiros de Wall Street estão argumentando que o Federal Reserve lançando seu próprio dólar digital poderia quebrar as bases do sistema bancário como o conhecemos, de acordo com cartas que lobistas do setor enviaram ao banco central dos EUA na sexta-feira.

O Fed abriu espaço para comentários sobre um relatório explorando o futuro de uma potencial moeda digital do banco central (CBDC) emitida nos EUA.

“As pesquisas atuais minam esmagadoramente os supostos benefícios de uma CBDC e, em vez disso, indicam que uma CBDC perturbaria seriamente o sistema financeiro, prejudicando significativamente consumidores e empresas”, disse Greg Baer, que administra um dos braços de lobby de Wall Street em Washington, o Bank Policy Institute.

Embora o dólar digital seja assunto frequente de audiências e debates no Congresso, nenhum projeto de lei ainda ganhou força. As primeiras negociações sobre uma CBDC geralmente incluem seu efeito potencial nas stablecoins, e o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que espera que as stablecoins privadas possam coexistir com um dólar digital.

Corretora de fan token da Seleção lança plataforma no Brasil

A Bitci, uma plataforma turca que ficou conhecida no Brasil por lançar o fan token oficial da Seleção Brasileira de Futebol, lança sua plataforma no país e abre cadastros para clientes.

Além da CBF, a Bitci tem parcerias com as Seleções de Futebol da Espanha e do Uruguai, a MotoGP e a McLaren. No Brasil, fechou acordos de patrocínio com clubes como Fortaleza, Ceará, Vitória e Coritiba.

“Temos avançado cada vez mais no nosso processo de consolidação no Brasil. Agora, nossos usuários nacionais já podem se cadastrar em nossa plataforma para ficar por dentro de todas as nossas novidades. Em breve, também disponibilizaremos os fan tokens de todos os nossos campeões para comercialização no site”, afirma Alessandro Valente, presidente da Bitci no Brasil.

Criptos devem ser reguladas com urgência, diz Banco Central Europeu

Mais instituições financeiras envolvidas com criptomoedas ou ativos digitais usados ​​como forma de pagamento podem aumentar o “transbordamento [de crises do setor] para a economia em geral”, escreveu o Banco Central Europeu em um relatório divulgado nesta terça-feira (24).

Os reguladores seguem atentos aos efeitos do colapso devastador das moedas da blockchain da Terra, que colocam em questão a estabilidade de stablecoins algorítmicas como UST, que não têm lastro em uma moeda fiduciária.

“Dada a velocidade dos desenvolvimentos de criptomoedas e os riscos crescentes, é importante trazer os criptoativos para o perímetro regulatório e sob supervisão com urgência”, disse o BCE.

A União Europeia está atualmente elaborando uma legislação para regular as criptomoedas chamada de pacote de Mercados em Criptoativos. A presidente do banco, Christine Lagarde, disse recentemente que as criptomoedas foram uma ameaça no passado e ainda o são.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos