Bitcoin e Ethereum recuam pelo segundo dia com investidores à espera do Fed

Apesar disso, algumas criptomoedas, como a Dogecoin, registram alta nas primeiras horas do dia

Paulo Barros CoinDesk

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As criptomoedas operam em terreno negativo pelo segundo dia seguido nesta terça-feira (31). Nas primeiras horas de hoje, Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) operam em queda de 1,2%, a US$ 22.902 e US$ 1.572, respectivamente.

Analistas já esperavam por uma correção no setor após fortes ganhos no mês de janeiro, com o Bitcoin chegando a acumular alta de quase 45% ao atingir momentaneamente US$ 23.900 no fim de semana.

O movimento vem após sessão negativa em Wall Street, refletindo a temporada de resultados corporativos nos EUA.

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“A temporada de resultados do quarto trimestre de [empresas que compõem o] S&P 500 continua abaixo da média”, escreveu o analista da FactSet John Butters em uma nota publicada ontem.

“Embora o número de empresas do S&P 500 que surpreendentemente estão reportando resultados positivos tenha aumentado na semana passada, a magnitude desses lucros surpresas diminuiu durante esse período. Ambas as métricas ainda estão abaixo de suas médias de 5 e 10 anos”, explicou.

Segundo o consenso Refinitiv, analistas esperam que os ganhos de empresas do S&P 500 divulgados nesta semana caiam 3%, com os resultados do setor de tecnologia caindo 8,7%.

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Investidores também estão de olho no anúncio de quarta-feira (1) sobre o novo reajuste da taxa de juros. Acredita-se amplamente que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, irá subir os juros em 25 pontos-base, o que seria o menor aumento em quase um ano.

Para especialistas, o cenário será um novo teste de correlação do Bitcoin com o mercado de ações.

“Não parece haver nenhuma indicação de que as criptos irão parar de se mover em resposta às decisões políticas do Fed, embora a próxima atualização do Ethereum seja um dos eventos mais importantes na história recente da cripto”, disse Riyad Carey, analista de pesquisa da Kaiko, em nota ao CoinDesk.

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Carey se refere à atualização Shangai, que promete criar as condições para que instituições entrem no negócio de staking, que oferece a possibilidade de obter juros em ETH pelo trabalho de verificação de dados na rede da criptomoeda.

Em paralelo, algumas criptos registram alta nas primeiras horas do dia, com a Dogecoin (DOGE) acumulando alta de 8,1% desde ontem após ser impulsionada novamente por Elon Musk – segundo o Financial Times, o Twitter prepara um sistema de pagamentos que poderá incluir criptomoedas.

Já a BNB é a única que avança entre as 10 maiores por valor de mercado, com salto de 1,4% nas últimas 24 horas, a US$ 310.

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Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 22.902 -1,20%
Ethereum (ETH) US$ 1.572 -1,20%
BNB Chain (BNB) US$ 310 +1,40%
XRP (XRP) US$ 0,400441 -0,70%
Cardano (ADA) US$ 0,374137 -0,70%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Dash (DASH) US$ 60,62 +8,40%
Dogecoin (DOGE) US$ 0,092614 +8,10%
Ethereum Name Service (ENS) US$ 15,93 +5,50%
Fantom (FTM) US$ 0,486487 +5,20%
Immutable X (IMX) US$ 0,707134 +4,00%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Radix (XRD) US$ 0,053034 -16,00%
BTSE Token (BTSE) US$ 2,75 -11,60%
BitDAO (BIT) US$ 0,492687 -10,80%
Mina Protocol (MINA) US$ 0,767014 -9,40%
Aptos (APT) US$ 16,51 -7,20%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 20,00 -3,33%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 27,20 -0,72%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 23,90 -2,76%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 20,18 -2,02%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 16,19 -0,97%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 38,00 +1,76%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 7,20 -2,17%
QR Ether (QETH11) R$ 5,78 -2,52%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,44 -5,75%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 5,61 -3,27%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 22,34 +12,26%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 101,36 +39,96%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (31):

Celsius é pirâmide, diz investigador independente

A Celsius enganou seus investidores e usou recursos de novos clientes para pagar saques de outros clientes, o que definiria a empresa como uma pirâmide, disse um investigador independente do tribunal de falências de Nova York em um documento apresentado na terça-feira (31).

Em setembro, o especialista Shoba Pillay foi solicitado pelo tribunal a oferecer uma visão externa dos acontecimentos na empresa que abriu falência em junho.

“Todos os aspectos importantes de com a Celsius conduziu seus negócios diferem significativamente em relação ao que a empresa disse a seus clientes”, escreveu Pillay, depois de entrevistar funcionários, clientes e fornecedores da companhia.

Alameda cobra US$ 446 mi da Voyager

A extinta empresa de trading de criptomoedas Alameda Research, “irmã” da  FTX, quer recuperar cerca de US$ 446 milhões transferidos para a também falida Voyager Digital antes do pedido de falência da própria Alameda.

De acordo com uma ação judicial apresentada na segunda-feira contra a Voyager Digital e a HTC Trading, a Alameda pagou todos os seus empréstimos pendentes à Voyager depois que a empresa pediu recuperação judicial em julho do ano passado.

“O colapso da Alameda e de suas afiliadas em meio a alegações de que a Alameda estava secretamente emprestando bilhões de ativos da bolsa FTX é amplamente conhecido”, disse o documento.

Juiz manda divulgar nomes de quem bancou fiança de Bankman-Fried

O juiz distrital dos EUA, Lewis Kaplan, decidiu na segunda-feira (30) que os nomes de duas pessoas que ajudaram a pagar a fiança de US$ 250 milhões de Sam Bankman-Fried podem ser tornados públicos.

Já se sabe que os pais do fundador da FTX participaram, mas os outros nomes foram mantidos em sigilo.

Várias empresas de mídia, incluindo Wall Street Journal, Bloomberg e CoinDesk, entraram com uma ação para fazer com que o tribunal divulgasse as identidades das duas pessoas.

Os advogados de Bankman-Fried argumentaram que a possibilidade de ameaças físicas às partes era motivo para manter suas identidades em sigilo.

Paulo Barros

Editor de Investimentos