Criptos de renda passiva disparam em meio a temor de que SEC pode proibir atividade nos EUA; entenda

O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, tuitou sobre um possível impedimento de provedores de staking no país

CoinDesk

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Os tokens de staking (processo de renda passiva) saltaram da noite para o dia, com os investidores apostando no crescimento do setor em meio a rumores de que plataformas centralizadas  que oferecem o serviço podem ser proibidas nos Estados Unidos.

Staking é o processo de depositar criptos em um protocolo para se credenciar como validador de uma rede blockchain, ajudando a verificar transações em troca de uma remuneração em ativos digitais.

Os tokens que disparam nesse momento são de serviços de staking que oferecem aos usuários um ativo digital negociável que representa o valor depositado na blockchain. Esses ativos, chamados de “tokens de staking líquidos” podem ser usados em aplicativos financeiros descentralizados (DeFi) como garantia para empréstimos, negociação de margem para obter rendimento, entre outros, expandindo a possibilidade de lucro para além do lucro com o staking do ativo principal – na maioria das vezes, o Ethereum (ETH).

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O setor de staking líquido saltou 5,4% em média, mostram dados do agregador CoinGecko, enquanto a capitalização do mercado cripto mais amplo caiu 3,4%.

O LDO, token do protocolo líder desse mercado, o Lido, saltou 9% antes de recuar nesta quinta-feira (9). Dados fornecidos pela plataforma DeFiLlama mostram que o valor total bloqueado (TVL, na sigla em inglês) no Lido aumentou 33% no último mês.

Atualmente, a plataforma tem um TVL de US$ 8,56 bilhões. Os dados on-chain mostram que o Lido atualmente possui uma participação de mercado de 25% no mercado de staking.

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A plataforma Lido permite o staking de Ethereum (ETH). Em resumo, os usuários recebem um token chamado stETH que representa o ETH “trancado”. Esses ativos serão resgatáveis na proporção de ​​1:1 por ETH após a atualização de rede do próximo mês, chamada ‘Shanghai’.

A Shangai permitirá aos investidores retirar suas unidades de ETH trancadas na blockchain Ethereum – atualmente, o ETH em staking não pode ser retirado ou negociado livremente.

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Como o Lido é um protocolo descentralizado, é improvável que tenha que seguir as mesmas regras de compliance de valores mobiliários que uma empresa americana que atue no ramo, como é o caso da exchange Coinbase.

Assim como o LDO, os criptoativos RPL, da Rocket Pool, e SD, da Stader, subiram 10% nas últimas 24 horas.

O valor dos ativos em staking foi de cerca de US$ 42 bilhões no quarto trimestre de 2022, com recompensas anualizadas de US$ 3 bilhões, de acordo com um relatório da Staked, um provedor de serviços de staking.

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Esse número não se limitou apenas a investidores de varejo. Traders que movimentam grandes valores levantaram no Twitter a hipótese de que o fluxo desses fundos de staking para alternativas DeFi, como Lido e Stader, pode explicar o aumento imediato de preço para tokens relacionados.

Rumores

Na manhã desta quinta, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, afirmou via Twitter que ouviu rumores de que a a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (a SEC) gostaria de proibir os investidores de varejo de se envolverem em staking em criptomoedas.

“Espero que não seja o caso, pois acredito que seria um caminho terrível para os EUA se isso acontecesse”, disse ele.

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A SEC foi procurada, mas se recusou a comentar.

As suspeitas de Armstrong podem ser uma surpresa para muitos na indústria, mas o presidente da SEC, Gary Gensler, já chegou a afirmar anteriormente que as criptomoedas que permitem staking podem ser classificadas como valores mobiliários sob o “Teste de Howey”.

O Teste de Howey é um método usado pelo regulador norte-americano para determinar se um produto financeiro se enquadra na categoria de security. Parâmetros como investimento em dinheiro, forma do negócio e maneira de obtenção de lucro são analisados.

Alison Mangiero, diretora executiva da Proof of Stake Alliance (POSA), disse ao CoinDesk que sua organização se opõe a qualquer afirmação de que o staking constitui um título não registrado.

“O staking tende a ser mal interpretado com atividades não relacionadas, como empréstimos, mas ele é fundamentalmente uma forma de qualquer pessoa se juntar ao fornecimento de segurança para redes de proof-of-stake (prova de participação, o modelo usado pela rede do Ethereum)”, disse Mangiero.

“A existência de provedores de serviços de staking permite que os americanos comuns participem do serviço, o que democratiza o consenso e a validação da rede e é essencial para o crescimento contínuo da Internet descentralizada global”.

CoinDesk

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