Copa do Mundo de 2022: conheça as seleções que têm fan tokens

Fan tokens são criptoativos que oferecem algum benefício aos detentores, como acesso a produtos e serviços exclusivos

Lucas Gabriel Marins

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Das 32 seleções de futebol que vão disputar a Copa do Mundo de 2022, pelo menos cinco têm fan tokens, uma espécie de criptoativo que oferece benefícios aos detentores, de forma semelhante a um programa de sócio-torcedor, mas sem a mensalidade fixa.

Na lista estão Brasil, Portugal, Argentina, Espanha e Uruguai. Juntos, os criptoativos dessas seleções têm valor de mercado de cerca de US$ 66 milhões, segundo dados do agregador CoinMarketcap. Incluindo clubes, a capitalização salta para US$ 372 milhões.

Abaixo, entenda o que são os fan tokens exatamente, como funcionam e se é possível ganhar uns trocados com eles.

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O que são fan tokens?

Os fan tokens são um tipo específico de criptoativo que se enquadra em uma categoria chamada “utility token”. Via de regra, esses tokens de utilidade (tradução para o português) oferecem algum benefício aos detentores, como acesso a produtos e serviços exclusivos.

No caso dos fan tokens de clubes de futebol, os torcedores que os detêm podem ganhar descontos em produtos, participar de enquetes, votar em frases escritas nos vestiários dos times e até escolher músicas de entrada em campo. Os benefícios dependem da criatividade de cada time.

No geral, os fan tokens rodam em blockchains, tecnologia por trás do Bitcoin (BTC), do Ethereum (ETH) e de boa parte das demais altcoins. A empresa que deu o pontapé inicial nesse mercado foi a Socios.com, criadora da Chiliz (CHZ), em 2018. De lá para cá, no entanto, outras companhias entraram na jogada, como a exchange de criptomoedas Binance, a plataforma Lunes e a corretora cripto turca Bitci.

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Fan tokens de seleções da Copa do Mundo

Pelo menos cinco seleções de futebol que vão participar da Copa do Mundo de 2022, que começa no final de novembro no Catar, lançaram ou anunciaram a intenção de criar fan tokens.

Argentina

A Argentina foi a primeira seleção de futebol a apostar no fan token. O ARG, baseado na blockchain da Chiliz, foi lançado em meados de 2021. Nesta terça-feira (1º), o criptoativo é negociado a US$ 6,15, preço 238% maior do que o registrado no mesmo dia do ano passado.

Portugal

Também em parceria com a Chiliz, a seleção de Portugal colocou seu token a venda, o POR, em setembro do ano passado. Assim como a cripto da Argentina, o ativo digital disparou 398% no último ano, para US$ 4,57 hoje.

Brasil

O Brasil tem seu próprio fan token. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou o BFT em agosto do ano passado. Os 30 milhões de criptoativos disponibilizados no mercado na época foram comprados em 20 minutos. Nos últimos 365 dias, o BFT avançou 157%, para US$ 0,98. A empresa por trás do token é exchange turca Bitci.

Espanha

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), equivalente da CPF na Espanha, também lançou o fan token da seleção do país em parceria com a Bitci. Isso ocorreu no ano passado. Assim como os outros fan tokens, a moedinha – cujo ticker é SNFT – valorizou 72% no último ano e, hoje, é negociada a US$ 0,46.

Uruguai

Em junho de 2021, a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) anunciou que também teria seu próprio criptoativo em parceria com a Bitci. O token, no entanto, ainda não foi disponibilizado no mercado, e não há informações sobre o andamento do projeto cripto.

A Itália e o Peru também têm seus próprios fan tokens, mas as duas seleções não foram classificadas para a Copa do Mundo de 2022. Além das seleções, diversos clubes nacionais e internacionais, como Flamengo, Santos, Barcelona e Paris Saint-Germain, contam com a moedinha digital.

Como os fans tokens valorizam?

Os fans tokens são diferentes de criptomoedas. Enquanto Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), por exemplo, funcionam de forma semelhante a moedas de troca e valores mobiliários, os criptoativos de torcedores têm por objetivo gerar engajamento.

Apesar disso, eles podem valorizar tanto quanto as moedas digitais clássicas. O que gera a alta deles, no entanto, não é simplesmente a lei de oferta e procura, mas principalmente o desempenho dos times de futebol.

O fan token do Flamengo, o MENGO, por exemplo, pulou de US$ 0,77 para US$ 1,65 em outubro em meio à expectativa de o time ganhar Copa do Brasil e a Libertadores, o que acabou acontecendo. Nos dias seguintes às conquistas, porém, o ativo passou por sell-off, evidenciando oo caráter de especulação em um ativo criado originalmente para outro propósito.

Um dos episódios mais mostraram a relação dos preços de fan tokens com o mundo real, no ano passado, aconteceu no ano passado, na época da transferência do jogador argentino Lionel Messi para o clube francês Paris Saint-Germain: ao surgirem os primeiros rumores sobre a contratação, o fan token do time, o PSG, disparou 65% em dois dias, saindo de US$ 29 para US$ 58. Nesta terça, o PSG está cotado a US$ 7,11.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney