Ação da Cogna cai 31%, Usiminas sobe 25%: as 5 maiores baixas e as 5 maiores altas do Ibovespa em agosto

Ações da Cogna tiveram a maior baixa do mês, com queda superior a 31%, enquanto empresas de commodities, com destaque para Usiminas, tiveram fortes altas

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Com queda de 3,44% do Ibovespa em agosto, com os receios fiscais descolando o desempenho do índice de ações brasileiro na comparação com o exterior, quem ganhou destaque entre as maiores perdas do índice foram duas ações do setor de educação.

Após registrar uma das maiores altas do Ibovespa em julho, a Cogna (COGN3, R$ 5,70, -31,16%) passou por uma série de acontecimentos no fim daquele mês e ao longo de todo o mês de agosto que fez as ações caírem forte. Desde o IPO da Vasta, subsidiária da Cogna voltada para plataformas digitais, contudo, os papéis tiveram forte baixa.

Em julho (até o dia 30), os papéis COGN3 subiram forte. Isso porque, mesmo com a perspectiva de resultados ruins, ainda mais levando em conta o impacto da pandemia nos resultados, os investidores ficaram empolgados principalmente com abertura de capital da subsidiária Vasta na Nasdaq, que aconteceu no dia 31 de julho. Porém, desde então, os papéis registraram forte queda: a baixa de 12,47% do papel COGN3 no último pregão do mês passado se estendeu em agosto.

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Com isso, o resultado da Cogna, que foi divulgado na noite do dia 20 de agosto, também foi acompanhado de perto pelos investidores, também para dar um sinal para os investidores sobre as medidas que a companhia está adotando – e assim, dar mais clareza sobre as perspectivas para a companhia durante a a pandemia.

Como era de esperar, a companhia reportou resultados fracos, sendo bastante afetada pela queda de receita e elevação da inadimplência. A Cogna que, além da marca Vasta, conta com Kroton, Saber e Platos, teve um prejuízo ajustado de R$ 140 milhões, ante lucro de R$ 267 milhões registrado um ano antes.

Na esteira dos resultados, o BB Investimentos cortou a recomendação para os ativos COGN3 de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra, com o preço-alvo sendo cortado de R$ 8 para R$ 7 (ou um potencial de valorização de 9,9%), tendo como base o resultado fraco apresentado pela companhia no segundo trimestre.

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Entre as principais questões, está a Kroton, que é o segmento da companhia no ensino universitário e que passará, como já apontado pela gestão da companhia durante teleconferência ao mercado na última sexta-feira (veja mais clicando aqui), por uma profunda reestruturação em meio à pandemia.

O foco está na redução dos números de campi, renegociação de contratos e mudanças para um portfolio mais premium, com foco em cursos como odontologia, medicina e direito, tornando a companhia mais rentável, com maior geração de caixa e menor exigência de capital. Com a mesma lógica, a companhia busca a “hibridização” de seus cursos, com a expansão do ensino à distância.

Contudo, aponta a analista Melina Constantino, que assina o relatório, a reestruturação será uma longa caminhada e é preciso ter mais clareza para traçar um cenário mais positivo para as ações. Na mesma linha, o Credit Suisse manteve a recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para os ativos da companhia, com preço-alvo de R$ 6.

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Na sequência, está outra empresa de educação que foi bastante afetada pela pandemia do coronavírus, a Yduqs (YDUQ3, R$ 26,95, -20,48%). A companhia teve seu resultado divulgado na semana passada, com números bastante fracos.

A Yduqs teve um prejuízo de R$ 79,5 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 194,8 milhões obtido no mesmo trimestre do ano passado. A receita avançou 3,5% para R$ 991,1 milhões. Já o Ebitda caiu 67,5%, para R$ 111,2 milhões.

Segundo o Morgan Stanley, o resultado ficou abaixo do esperado devido ao efeito da Covid-19 nas receitas e margens, que foi além das expectativas. Em relatório, o banco destacou que o ticket médio de R$ 477 caiu 13% na comparação anual devido a concessão de descontos. As receitas de R$ 991 milhões ficaram 8% abaixo das estimativas do banco devido a concessão de bolsas e descontos.

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Na ponta positiva, o destaque do balanço foi o melhor guidance de sinergias com a Adtalem, que foi ampliado para R$ 170 milhões a R$ 200 milhões até 2024. Na ocasião da compra, a previsão era de R$ 80 milhões.

“A empresa já capturou R$ 27 milhões e espera extrair 70% a 80% das sinergias totais até 2021.” De acordo com o Morgan Stanley, a empresa tem exposição a três temas importantes em 2020: ensino à distância, medicina e fusões e aquisições.

Já o Credit Suisse avaliou que a queda de 2,2% nos alunos presenciais foi relativamente pequena em relação à crise da Covid-19. Ao mesmo tempo, o número de alunos à distância avançou 51% na comparação anual, em linha com os objetivos da empresa.

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Segundo o Credit, a deterioração do ensino presencial é uma continuação de uma tendência prévia, que foi apenas agravada pela Covid. “Estes efeitos adversos, progressivamente compensados pelo ensino à distância e crescimento de medicina, já estão nas nossas projeções para Yduqs.” A recomendação do Credit Suisse para o papel é outperform, desempenho acima da média do mercado.

A ação da Sabesp (SBSP3, R$ 47,75, -21,53%) também sofreu com uma reviravolta em meados do mês. Otimistas com o case de privatização da estatal paulista, impulsionado pela aprovação do marco legal do saneamento, muitos investidores tiveram uma forte decepção na sessão de 19 de agosto. Na manhã daquela data, os papéis chegaram a cair 10,71% quando passou a ser de conhecimento geral no mercado a fala de João Doria, governador de São Paulo, em evento privado do Santander. Na ocasião, ele apontou que a companhia iria entrar no modelo de capitalização.

Conforme destaca Gabriel Francisco, analista da XP Investimentos, vale voltar um pouco no tempo para explicar por que a fala gerou tanta tensão no mercado. Historicamente, existiam duas alternativas para a reorganização societária da Sabesp: i) caso ocorresse a aprovação do novo marco do saneamento, se optaria pela privatização e ii) caso houvesse empecilhos para o processo de privatização, a opção seria pela capitalização da companhia.

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“Já se estudou essa última alternativa no passado, segundo a qual seria criada uma holding que reuniria a participação do Estado na Sabesp, e em seguida seria vendida uma participação dessa holding (inferior a 50%), com os recursos arrecadados sendo injetados na Sabesp”, destaca o analista.

Desta forma, como houve a aprovação do novo marco, a fala de Doria levou a uma decepção com relação a cenário de potencial privatização, que se esperava que fosse o caminho a ser seguido e levaria a uma maior alta das ações, conforme o cenário dos analistas que cobrem a ação.

De fato, em um processo de capitalização, a Sabesp permaneceria uma empresa estatal, e portanto não seria possível precificar totalmente potenciais impactos positivos para a ação. A  Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo informou que as soluções para a Sabesp incluem a privatização, mostrando que essa operação não está descartada. Contudo, outras questões entraram no radar.

“Ainda que notícias apontem que um processo de privatização da Sabesp não esteja descartado e poderia ocorrer em uma etapa posterior à capitalização, a dúvida que fica é com relação ao tempo hábil para se completar ambos os processos de capitalização e privatização no atual mandato do governador, até 2022”, destaca o analista da XP. Ele ainda não descarta que a opção do Estado pela capitalização seja uma reflexão sobre os eventuais riscos de judicialização para um processo de privatização juntamente aos municípios.

O Morgan Stanley possui recomendação equalweight para os ativos, destacando que o múltiplo de 1 vez o EV/RAB está acima das ações das demais companhias do setor e, apesar de ver um potencial de valorização de 65% dos ativos em um cenário de privatização, há desafios nesse processo e não há convicção quanto à vontade do governo de avançar com esta opção. Também ressaltando os desafios com a privatização, a XP possui recomendação neutra para SBSP3, com preço alvo de R$ 51 por papel (upside de 1%).

Na sequência entre as maiores baixas, esteve a ação da empresa de meios de pagamento Cielo (CIEL3, R$ 4,56, -15,08%), que divulgou seus resultados no final de julho e mostrou que a companhia tem um longo caminho para se recuperar. Além da pandemia, ela sofre com os efeitos da concorrência. A Cielo registrou no segundo trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões, ante lucro de R$ 428,5 milhões entre abril e junho de 2019.

A receita líquida da empresa, na comparação anual, caiu 12,5%, para R$ 2,4 bilhões. O Ebitda somou R$ 236 milhões, redução de 69,7% ano a ano. O resultado decorre dos efeitos econômicos da pandemia da Covid-19, embora a empresa venha de trimestres consecutivos de queda do lucro devido ao aumento da concorrência.

“Já são três trimestres seguidos em que a Cielo entrega resultados bem abaixo do esperado, dessa vez com forte prejuízo”, destaca a Levante, enquanto os analistas do Bradesco BBI apontaram o balanço como resultado de uma “tempestade perfeita”.

A XP Investimentos também apontou que os números foram negativos, com um prejuízo causado principalmente por: i) desalavancagem operacional, uma vez que o volume financeiro (TPV) despencou 22% na base anual para R$ 128 bilhões, enquanto os custos aumentaram 2% na comparação anual para R$ 1,1 bilhão; ii) menor resultado financeiro, 71% inferior ao mesmo período do ano anterior, para R$ 40 milhões, pressionado pelos menores volumes e a taxa de juros mais baixa da história; e iii) impostos, que chegaram a R$ 20 milhões, mesmo a empresa não reportando lucro antes dos impostos.

“No entanto, reiteramos nossa recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 5,00, pois acreditamos que a deterioração esteja parcialmente precificada”, destaca o analista Marcel Campos.

O resultado da Cielo também foi considerado ruim pelo Bradesco BBI, que reduziu a estimativa de lucro para o ano em 44%, para R$ 336 milhões. Já o preço-alvo foi reduzido de R$ 5 para R$ 4,50, com a classificação sendo mantida em “neutra”.

“Tudo somado criou a tempestade perfeita para a Cielo. As ações devem corrigir fortemente no curto prazo, refletindo o caminho longo e difícil ainda pela frente”, avaliaram os analistas.

Apesar das reduções das estimativas, os analistas avaliam que a empresa tem se esforçado para reduzir a participação nos clientes com menor rendimento (grandes varejistas) e menor participação das operações de pré-pagamento no resultado (queda de 21,2% para 15,3% em um ano).

“A redução na exposição a transações de pré-pagamento de menor rendimento permitiu à Cielo aumentar sabiamente sua posição de caixa e controlar seus indicadores de alavancagem”, avaliaram.

Fechando as maiores baixas, estiveram as ações da SulAmérica (SULA11, R$ 43,18, –14,83%). O lucro da companhia subiu 91% no segundo trimestre de 2020, para R$ 498 milhões, superando as expectativas que já eram altas em meio à pandemia.

Neste período, o retorno sobre o capital investido (ROE, na sigla em inglês) foi de R$ 27%. O analista Marcel Campos, da XP Investimentos, aponta que esse resultado tem a ver com uma menor taxa de perda, uma vez que os clientes que contratam planos de saúde pararam de ir aos hospitais com temor de contrair o novo coronavírus. Desta forma, ele classificou o resultado como “insustentavelmente bom” – ou seja, que não deve se repertir nos próximos períodos.

As 5 maiores quedas do Ibovespa no mês de agosto:

Empresa Ticker Cotação Desempenho
Cogna COGN3 R$ 5,70 -31,16%
Sabesp SBSP3 R$ 47,75 -21,53%
Yduqs YDUQ3 R$ 26,95 -20,48%
Cielo CIEL3 R$ 4,56 -15,08%
SulAmérica SULA11 R$ 43,18 -14,83%

Maiores altas do mês: commodities em destaque

As empresas de commodities foram destaque entre as maiores altas do Ibovespa em agosto. As siderúrgicas tiveram um desempenho positivo no período, beneficiadas pela recuperação mais rápida do que o esperado da demanda e com aumento dos preços do aço.

As ações da CSN (CSNA3, R$ 15,21, +24,16%) subiram forte: em 24 de agosto, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 446 milhões no segundo trimestre de 2020, ante prejuízo de R$ 1,3 bilhão em igual período de 2019. Os preços mais elevados do aço contribuíram para esse resultado.

Os resultados foram avaliados positivamente por boa parte dos analistas. Em destaque, o Bradesco BBI elevou a recomendação da CSN para “outperform” (desempenho acima da média do mercado) logo após o balanço, com o preço-alvo passando de R$ 11 para R$ 17. A mudança leva em conta uma recuperação mais rápida do mercado de aço brasileiro e o segmento de minério se beneficiando da maior produção. Durante teleconferência, os executivos apontaram demanda melhor que a esperada, o que levou a companhia a elevar os preços. Dias depois, a CSN informou que avalia o IPO da CSN mineração, o que pode ajudar a reduzir a alavancagem da companhia.

Vale destacar que, antes disso, na primeira quinzena do mês, a CSN já havia visto sua ação ter forte alta após o JPMorgan elevar a recomendação para o papel de exposição abaixo da média do mercado (underweight) para neutra, com visão otimista para os preços do minério de ferro.

Os resultados da Usiminas (USIM5, R$ 10,15, +24,85%), divulgados no fim do mês passado, não entusiasmaram tanto. Mas, mesmo assim, os ativos da companhia foram a maior alta do Ibovespa no mês. A companhia  registrou um prejuízo líquido de R$ 395 milhões no segundo trimestre do ano, ante lucro de R$ 171 milhões em igual período do ano passado.

Conforme destacou a XP Investimentos, a Usiminas apresentou resultados em linha, sendo que, em relação à siderurgia, os volumes de vendas mais fracos foram parcialmente compensados por preços realizados mais saudáveis. Já o segmento de mineração foi novamente o destaque positivo devido ao aumento dos preços do minério de ferro e um câmbio favorável. Contudo, olhando para frente, deve haver números melhores no terceiro trimestre com a recuperação econômica.

No último dia 26, depois de quatro meses fechado o alto-forno 1 da Usiminas, na cidade de Ipatinga, no Vale do Aço de Minas Gerais, foi religado. O equipamento produz o ferro-gusa, que é a primeira etapa do processo siderúrgico. O alto-forno foi desligado no dia 24 de abril devido à queda da demanda por aço por causa da pandemia do novo coronavírus.

Também entre as companhias de commodities, destaque para um frigorífico: o Marfrig (MRFG3, R$ 17,80, +23,53%), que viu seu resultado registrar um forte impulso no segundo trimestre. A companhia  teve lucro de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2020, contra R$ 87 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebitda da companhia foi de R$ 4,07 bilhões e a receita líquida atingiu R$ 18,9 bilhões. O Credit Suisse classificou o resultado como “um ano em um trimestre”.

“As razões para este desempenho deslumbrante são um trimestre espantosamente positivo para a National Beef, que teve 23,7% de margem Ebitda [Ebitda dividido pela receita líquida] ajustada impulsionada pelas vendas de carne bovina nos EUA, e um grande resultado na América do Sul com 13,9% de margem Ebitda ajustada puxada pela depreciação do real e pelo aumento no mix de exportações”, argumenta o banco suíço.

Já a equipe de análise do Bradesco BBI destaca que a receita veio 10% acima das projeções do mercado com o sucesso das vendas na América do Norte e que o Ebitda foi 24% superior ao esperado pelo banco e 52% maior que a expectativa mediana dos analistas do mercado graças a despesas com vendas, gerais e administrativas 40% abaixo das esperadas.

As dúvidas agora, na avaliação do analista, são sobre a sustentabilidade da geração de fluxo de caixa livre, que chegou a R$ 3,3 bilhões no trimestre passado, porém seria necessário observar o comportamento deste indicador de agora em diante para se obter mais clareza a respeito da trajetória do caixa da empresa.

Na contramão, o Credit Suisse está muito mais otimista e os analistas esperam que o segundo semestre de 2020 seja melhor do que o segundo semestre de 2019, com novos recordes de rentabilidade e geração de fluxo de caixa. Confira mais clicando aqui. 

As ações de empresas de papel e celulose também registraram ganhos expressivos no mês na esteira de uma forte valorização do dólar e também em meio a resultados positivos no segundo trimestre.

A Klabin (KLBN11, R$ 25,70, +24,39%) divulgou resultado no começo do mês e suas units saltaram 9,78% apenas no pregão do dia 5 de agosto, após o balanço.  A companhia teve um prejuízo líquido de R$ 383 milhões no segundo trimestre do ano, ante um lucro de R$ 72 milhões em relação ao igual período de 2019 – mas um resultado melhor do que o prejuízo de R$ 3,1 bilhões do primeiro trimestre.

O grande destaque ficou para o maior Ebitda trimestral ajustado da história, que cresceu 39%, somando R$ 1,333 bilhão. Ante o primeiro trimestre foi apurada expansão de 30%. Nos comentários da administração, a Klabin destacou que o resultado é reflexo de sua flexibilidade operacional, necessária para o ajuste de sua produção e vendas, bem como “a sua exposição comercial a setores resilientes da economia brasileira e mundial”.

O Bradesco BBI possui recomendação de compra para as units, com preço-alvo de R$ 27. “A flexibilidade operacional muito sólida da Klabin no segmento de embalagens de papel e a alta exposição aos setores de necessidades básicas devem continuar apoiando os resultados da empresa, enquanto pensamos que o ciclo da celulose está no fundo, com uma potencial recuperação a partir do primeiro trimestre”, apontam os analistas. Eles ainda avaliam que a empresa está em um ciclo de expansão, com crescimento significativo esperado do Ebitda nos próximos anos.

Com ganho menos significativo, mas ainda entre as maiores altas, estão os papéis da Suzano (SUZB3, R$ 50,20, +19,52%). A companhia divulgou um  prejuízo líquido de R$ 2,05 bilhões no segundo trimestre de 2020, revertendo um lucro de R$ 700 milhões em igual período de 2019, mas abaixo da mediana esperada pelo consenso Bloomberg (estimativa de resultado negativo de R$ 3,16 bilhões). Na comparação com o primeiro trimestre o prejuízo caiu 84% (no primeiro trimestre de 2020, o prejuízo tinha sido de R$ 13,149 bilhões).

O Ebitda ajustado teve alta de 35%, indo de R$ 3,1 bilhões para R$ 4,18 bilhões, enquanto a margem Ebitda ajustada teve alta de 5 pontos percentuais, indo de 47% para 52%.

Conforme destaca Yuri Pereira, analista da XP, a Suzano reportou resultados operacionais acima do esperado no segundo trimestre, com Ebitda 27% e 23% acima da estimativa da XP e do consenso, respectivamente. Os principais destaques foram: (1) volumes mais altos de celulose seguindo o movimento de desestocagem da Suzano e demanda saudável de tissue (papeis sanitários em geral) e (2) preços realizados mais fortes (+22% na base trimestral) devido a um dólar mais alto.

Em outro setor, uma das maiores quedas das ações de varejo em 2020, os papéis da Cia. Hering (HGTX3, R$ 18,29, +23,58%) conseguiram ter um desempenho relativamente positivo no mês de agosto. A companhia divulgou seu resultado no último dia 13 de agosto, com números considerados fracos pelos analistas de mercado em meio à pandemia do novo coronavírus.

A empresa de varejo de moda teve uma forte alta de 212% em seu lucro líquido no segundo trimestre, que chegou a R$ 126,85 milhões, contra um ganho de R$ 40,68 milhões um ano antes. Esta melhora expressiva se deu por conta do desempenho positivo de R$ 113,1 milhões no resultado financeiro, dez vezes maior que o apresentado no segundo trimestre do ano passado.

O balanço não agradou o Credit Suisse, que apontou o resultado como negativo, principalmente devido à baixa exposição da companhia ao e-commerce – ou seja, maior queda de receita versus os pares e margens mais pressionadas do que o estimado pelos analistas do banco e do que pelo consenso de mercado.

Contudo, a forte queda das ações no ano e a reabertura gradual dos shoppings, que deve fazer com que a companhia retome suas operações, angariando maior otimismo aos investidores, ainda que à custa de muita volatilidade em meio ao cenário incerto para a companhia, que enfrentava um momento desafiador para as suas operações mesmo antes da eclosão da pandemia.

As 5 maiores altas do Ibovespa em agosto: 

Empresa Ticker Cotação Variação
Usiminas USIM5 R$ 10,15 +24,85%
Klabin KLBN11 R$ 25,70 +24,39%
CSN CSNA3 R$ 15,21 +24,16%
Cia. Hering HGTX3 R$ 18,29 +23,58%
Marfrig MRFG3 R$ 17,80 +23,53%
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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.