Clima de otimismo toma conta do mercado e Ibovespa sobe com bancos e commodities

Mercado internacional recupera-se após forte queda na véspera com guerra comercial entre EUA e China

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – O Ibovespa subia 1,28%, aos 75.347 pontos, às 11h56 (horário de Brasília) desta quinta-feira (12), acompanhando o otimismo do mercado internacional que recupera-se após a forte queda na véspera com o acirramento da guerra comercial entre EUA e China. O movimento de alta é liderado pelas ações do setor de commodities, como no caso de Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), assim como pelos bancos.

Depois de amargarem queda de 1% no pregão passado, os índices Dow Jones e S&P 500 sobem 0,63% e 0,51%, respectivamente, impulsionados pelas commodities, com o minério de ferro negociado na China subindo 2% e o petróleo negociado em Londres se recuperando da queda de 6% ontem após a Líbia anunciar que está reabrindo quatro terminais de exportação.

Diante do clima de menor aversão ao risco, os contratos futuros de dólar com vencimento em agosto registravam queda de 0,50%, aos R$ 3,865, movimento de correção que ganhou força após o resultado abaixo do esperado da inflação ao consumidor nos EUA. O CPI (Consumer Price Index) surpreendeu ao registrar avanço de 0,1% na passagem maio para junho, enquanto o mercado esperava avanço de 0,2%, deixando os investidores mais tranquilos quanto ao ritmo de inflação no país, o que implica em menor pressa do Fed em acelerar o compasso de aumento de juros.

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Destaques do mercado

Diante do otimismo do mercado, as ações do setor siderúrgico recuperam-se da queda da véspera por conta do aumento da tensão comercial entre EUA e China, enquanto os papéis dos bancos sobem com a prévia operacional para o segundo trimestre divulgada pelo Credit Suisse, ressaltando o bom momento operacional das instituições financeiras. Do outro lado, os papéis da Suzano recuam em linha com a queda do dólar.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM5 USIMINAS PNA 7,99 +6,11 -11,81 66,97M
 SANB11 SANTANDER BRUNT ED 31,34 +5,20 +0,82 13,50M
 CSNA3 SID NACIONALON 7,96 +5,15 -5,01 45,84M
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 120,31 +5,07 +50,39 83,99M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 17,09 +3,26 -30,08 23,61M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SMLS3 SMILES ON EJ 50,15 -1,86 -30,46 47,10M
 HYPE3 HYPERA ON EJ 27,51 -1,54 -20,54 30,62M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 44,23 -1,45 +137,79 37,30M
 BRKM5 BRASKEM PNA 53,07 -1,14 +29,13 30,06M
 QUAL3 QUALICORP ON 19,78 -0,85 -33,87 12,95M
* – Lote de mil a??es
1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o)

Pauta-bomba do Congresso
O Congresso concluiu na madrugada desta quinta-feira a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2019 e derrubou a proibição a reajustes para a servidores públicos no ano que vem, cujo impacto pode ultrapassar os R$ 100 bilhões nas contas públicas nos próximos anos, aponta o Estadão em matéria desta quinta-feira. Com a aprovação, o texto seguirá para sanção do presidente Michel Temer.

Na última terça, por exemplo, o Senado manteve benefícios tributários à indústria de refrigerantes da Zona Franca de Manaus, revogando um decreto presidencial. A medida, que provoca um impacto de R$ 1,78 bilhão por ano no Orçamento, precisa passar pela Câmara. Outros projetos já foram aprovados pelas duas Casas, como o perdão de dívidas tributárias de produtores rurais, que custará R$ 13 bilhões só este ano.

Na outra ponta, o governo tenta uma compensação, com medidas que aumentam receita e reduzem gastos na tentativa de, pelo menos, fechar as contas de 2019. Segundo informações do Estadão, a área econômica, que tem até o final de agosto para fechar o Orçamento do ano que vem, já avisou que vai propor novamente o adiamento do reajuste dos servidores em 2019 e a tributação dos fundos exclusivos para clientes de alta renda, que juntos poderiam render até R$ 17 bilhões para a União.

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Apesar da revés fiscal sofrido pelo governo, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam praticamente estáveis, aos 6,82% e 9,19%, respectivamente, calmaria que também é vista no mercado de câmbio.

Veja mais:

– Eletrobras sobe até 3% com insistência do governo em leilão; Petrobras, Vale e siderúrgicas avançam
– Bolsonaro, Lula, Marina: qual é o perfil de quem vota neles para presidente?
– Ação que já subiu 142% no ano ainda é a opção mais defensiva da Bolsa

Notícias do dia

Os desdobramentos sobre a batalha jurídica do último domingo sobre soltar ou não Lula seguem no radar. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu abertura de inquérito contra desembargador que mandou soltar Lula, Rogério Favreto. Enquanto isso, a juíza substituta Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, afirmou que o ex-presidente está inelegível e com isso negou uma série de pedidos para realização de sabatinas e entrevistas com o petista na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Com esse cenário se desenhando, Lula deve apoiar outro candidato do PT à Presidência se ele permanecer na prisão, disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ) à Bloomberg em uma entrevista, mas ressaltando que o  PT continuará a usar todas as ferramentas legais à sua disposição para libertar o ex-presidente. 

O governo de Michel Temer também está de olho nas eleições e, conforme informa o Estadão, o Planalto intervém para evitar o apoio do PP a Ciro Gomes nas eleições de 2018. Já o Painel da Folha relata ainda que, enquanto Temer tenta demover o DEM e o PP de apoiarem Ciro, o PT faz o mesmo procurando dirigentes do Progressistas, PSB e PR. Caso Lula não seja candidato, PT teme que Ciro colha no Nordeste os votos que normalmente vão para o ex-presidente, prejudicando o plano B petista.

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