CFO diz que Suzano ‘está pronta para quando preço da celulose cair’ e fala sobre nova planta e R$ 2 bilhões em recompra de ações

Em entrevista ao InfoMoney, Marcelo Bacci falou, entre outras coisas, sobre custos, investimento em novas terras, estratégia de hedge e projeto Cerrado

Anderson Figo

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A guerra na Ucrânia restringiu a oferta global de celulose e empurrou os preços da commodity para cima, ajudando as produtoras da matéria-prima, como a brasileira Suzano (SUZB3), que viu sua receita líquida crescer 17% no segundo trimestre de 2022, na comparação com igual período do ano passado.

Para Marcelo Bacci, CFO da companhia, o bom desempenho deveu-se não apenas ao cenário de preço alto da celulose, mas também às decisões assertivas do management da companhia, como ter captado recursos além do necessário em 2021, o que fez com que a empresa não tivesse que buscar recursos agora, com taxas de juros maiores.

Ele participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2022 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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A Suzano estuda abrir uma nova fábrica de tissue no Espírito Santo e seu CFO diz que o valor atual da ação negociada na B3 não reflete os bons fundamentos da companhia, por isso, depois de ter usado cerca de R$ 1 bilhão para recomprar 20 milhões de papéis, a empresa está pondo em prática um novo programa de recompra da mesma dimensão que o anterior.

“Nossa dívida líquida de US$ 10,5 bilhões se manteve estável de um ano para o outro, mesmo em meio a um programa de investimentos muito forte”, disse. “A gente investiu de volta no nosso negócio todo o caixa que a gente gerou neste trimestre. Isso incluiu também algumas aquisições de terras muito importantes para o futuro do nosso negócio”, completou.

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A alavancagem da Suzano (relação percentual entre a dívida líquida e a geração operacional de caixa medida pelo Ebitda, que é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu para 2,3x no segundo trimestre deste ano, contra 3,3x um ano antes — a empresa vem reduzindo este indicador desde a aquisição da Fibria, em 2018.

“Estamos agora discutindo a possibilidade de fazer uma nova planta de tissue no Espírito Santo, que é um negócio que deve, que pode ser anunciado nos próximos meses. E nós também estamos lançando a Suzano Venture, que é um projeto que vamos investir US$ 70 milhões em novos negócios”, afirmou o executivo. “Estamos num mercado cíclico. O preço da celulose está muito alto, ele provavelmente vai cair em algum momento, mas a gente acredita que estamos no meio de ciclo positivo que ainda vai perdurar mais algum tempo.”

Bacci falou ainda sobre a nova fábrica de celulose no Mato Grosso do Sul, corte de custos, sobre a composição da receita em dólar e a estratégia de hedge da empresa, além de possibilidade de fusões e aquisições, remuneração aos acionistas e política ESG (meio ambiente, sustentabilidade e governança). Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.