Buffett diz que vendeu todas as ações de empresas aéreas por causa do coronavírus

O investidor, porém, reiterou sua confiança na Bolsa: "Ações são bons investimentos se forem tratadas como investimentos, não como fichas"

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O bilionário Warren Buffett revelou que a Berkshire Hathaway, sua empresa de investimentos, vendeu todas as posições que tinha nas principais companhias aéreas americanas no mês de abril por conta da pandemia de coronavírus.

Buffett disse ter dúvidas se as pessoas vão voltar a voar tanto nos próximos dois ou três anos após a pandemia.

“O mundo mudou para as aéreas. Alguns negócios, e esse infelizmente é o caso da indústria da aviação, serão realmente afetados”, disse o investidor, no encontro anual do conglomerado, em Omaha, Estados Unidos.

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Em dezembro, a empresa tinha US$ 4 bilhões investidos na United, American, Delta e Southwest. “Eu estava errado”, afirmou Buffett sobre a aposta nas companhias aéreas.

A reunião acontece horas após a Berkshire registrar um prejuízo de US$ 49,7 bilhões no primeiro trimestre do ano, reflexo da desvalorização das ações do portfólio da empresa com o tombo dos mercados nas últimas semanas.

O balanço também mostrou que o conglomerado tem US$ 137 bilhões em caixa, um recorde para a companhia. Sinal de que a empresa não comprou nada durante a queda das bolsas? O megainvestidor simplesmente disse que não achou nenhuma empresa para comprar por um preço razoável nos últimos meses.

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“Não fizemos nada porque não encontramos nada atraente para fazer”, disse Buffett. “Isso pode mudar rapidamente, ou não.”

Por causa do coronavírus, o famoso encontro de acionistas anual da Berkshire Hathaway, que costuma reunir milhares de pessoas todos os anos em um ginásio no estado de Nebraska, foi transmitido por uma videoconferência. Buffett falou no mesmo ginásio, mas sem público algum.

A reunião começou com uma mensagem de otimismo do megainvestidor, que reafirmou sua confiança na recuperação da economia dos Estados Unidos após a pandemia do coronavírus.

“Nunca aposte contra os Estados Unidos”, disse Buffett, em uma longa apresentação sobre momentos em que a economia americana se recuperou de graves crises, citando a Guerra da Secessão, a Crise de 1929 e a Segunda Guerra Mundial. “Já encaramos problemas piores e o ‘milagre americano’ sempre os superou”, afirmou.

Em relação ao futuro pós-pandemia, o megainvestidor disse que as ações ainda são o melhor investimento, mas recomendou cautela com o mercado.

“Ninguém sabe o que vai acontecer no mercado amanhã, semana que vem, mês que vem, ano que vem. Você pode apostar na América, mas vai ter que tomar cuidado sobre como você aposta. Simplesmente porque tudo pode acontecer nos mercados”, disse.

A melhor aposta, segundo Buffett, é investir no S&P 500, índice que reúne as principais empresas listadas na Bolsa de Nova York. E, principalmente, não tirar o dinheiro no primeiro momento de volatilidade que surgir.

“Se você mantiver essa posição por décadas, vai se dar bem melhor do que se comprar títulos do Tesouro, ou melhor do que ouvindo o que as pessoas te dizem”, disse. “Ações são bons investimentos se forem tratadas como investimentos, não como fichas para serem trocadas o tempo todo”, afirmou.

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