Os mercados mundiais amanhecem sem direção definida nesta segunda-feira (12), com futuros dos EUA em leve alta, Europa e Ásia em queda nesta segunda-feira (12), em semana marcada por decisões de política monetária dos principais Bancos Centrais do mundo e inflação dos Estados Unidos.
As atenções se voltarão para o índice de preços ao consumidor que será divulgado na terça-feira (13), que deve mostrar se a inflação recuou nos EUA. Na sequência, o Federal Reserve provavelmente apresentará um aumento de 50 pontos-base no final de sua reunião de dezembro na quarta-feira (14). Embora a alta seja menor do que os quatro aumentos anteriores, aumentaram as preocupações sobre se o banco central pode arquitetar um pouso suave e evitar uma recessão.
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Na quinta-feira, é a vez do Banco Central Europeu e o Banco Central da Inglaterra anunciarem novas altas nas taxas de juros. Espera-se que a autoridade monetária da zona do euro também desacelera o ritmo de aperto monetário, com um ajuste de 50 pontos base.
No Brasil, o Banco Central vai divulgar na terça-feira (13) a Ata do Copom, referente à reunião da semana passada, em que a Selic foi mais uma vez mantida em 13,75% ao ano.
Do lado político, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, serão diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A expectativa é que Lula nomeie mais uma parte da sua equipe de ministros depois disso. Na última sexta-feira (9), alguns dos principais nomes foram anunciados, entre eles, o de Fernando Haddad, na Fazenda.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA registram leve alta, após chegarem a cair mais cedo nesta manhã de segunda-feira (12), com os investidores aguardando a última reunião do Fed em 2022 nesta semana, bem como a leitura mais recente da inflação.
Espera-se que o banco central americano anuncie um aumento de juros de 0,5 ponto percentual na próxima quarta-feira (14).
Além da elevação dos juros, as projeções econômicas atualizadas do Fed e a coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell podem dar sinais importantes sobre o rumo da política monetária do BC americano nos próximos meses.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), +0,10%
- S&P 500 Futuro (EUA), +0,17%
- Nasdaq Futuro (EUA), +0,24%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam em baixa, devido a preocupações com a elevação nos casos de Covid-19 na China após relaxamento de algumas restrições em função de protestos sem precedentes contra elas em novembro.
A China pode eliminar os requisitos de quarentena para residentes de Hong Kong que viajam para o continente antes do Ano Novo Lunar no próximo mês, como parte da última série de medidas de reabertura, informou o South China Morning Post.
A fronteira de Hong Kong e da China estava fechada desde fevereiro de 2020.
- Shanghai SE (China), -0,87%
- Nikkei (Japão), -0,21%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -2,20%
- Kospi (Coreia do Sul), -0,67%
Europa
Os mercados europeus operam no campo negativo antes da reunião do Federal Reserve e do Banco Central Europeu nesta semana.
A economia do Reino Unido cresceu 0,5% na comparação mensal em outubro, um pouco à frente de uma pesquisa da Reuters, que projetava uma recuperação de 0,4% em relação à contração de 0,6% em setembro.
O Banco da Inglaterra projeta que a economia já está em recessão que pode perdurar ao longo de 2023.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,33%
- DAX (Alemanha), -0,55%
- CAC 40 (França), -0,45%
- FTSE MIB (Itália), -0,30%
Commodities
As cotações do petróleo viraram para queda após registrarem ganhos mais cedo. Um importante oleoduto que abastece os EUA permaneceu fechado enquanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou cortar a produção em retaliação a um teto de preço ocidental para exportações do petróleo russo.
No domingo, a TC Energy do Canadá disse que ainda não determinou a causa do vazamento do oleoduto Keystone na semana passada nos Estados Unidos, além de não dar um cronograma de quando o oleoduto retomará as operações. Por outro lado, as preocupações sobre a demanda com investidores vislumbrando uma recessão nas maiores economias do mundo seguem no radar, pressionando os preços da commodity.
Os preços do minério de ferro na China também operam em baixa, pressionado por temores com um possível aumento nos casos de Covid, à medida que a China diminui suas rígidas restrições ao Covid-19.
- Petróleo WTI, -0,45%, a US$ 70,79 o barril
- Petróleo Brent, -0,53%, a US$ 75,77 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 0,80%, a 802,50 iuanes, o equivalente a US$ 115,10
Bitcoin
- Bitcoin, -1,08% a US$ 16.936,03 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda da semana tem como destaque as últimas reuniões de política monetária do ano em Bancos Centrais da Europa e nos Estados Unidos. O Fed começará seu encontro na terça-feira e na quarta, anuncia sua decisão. Conforme o monitor de juros do CME Group, quase 80% do mercado aposta em uma alta de 50 pontos-base nos juros.
Na terça-feira (13), sai o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). O consenso Refinitiv projeta uma alta de 0,3% para o indicador de inflação em novembro, na comparação com o outubro.
Na quinta-feira, é a vez do BCE e o Banco Central da Inglaterra anunciarem novas altas nas taxas de juros. Espera-se que a autoridade monetária da zona do euro também desacelera o ritmo de aperto monetário, com um ajuste de 50 pontos base.
Dentre os indicadores econômicos brasileiros previstos para a semana, o principal é a pesquisa mensal de serviços, divulgada pelo IBGE na terça-feira (13). O consenso Refinitiv projeta uma contração de 1% em outubro na comparação com setembro, mas crescimento de 9,6% em bases anuais.
Também na terça-feira, o BC vai divulgar a Ata do Copom, referente à reunião da semana passada, em que a Selic foi mais uma vez mantida em 13,75% ao ano.
O BC ainda vai divulgar o relatório trimestral de inflação, na quinta-feira (15), e sua proxy do Produto Interno Bruto (PIB), IBC-Br, será apresentado na quarta-feira (14).
Brasil
8h25: Boletim Focus
14h: Diplomação do presidente eleito Lula no TSE
14h: Roberto Campos Neto, presidente BC, profere palestra, por videoconferência, na abertura do 19º Encontro da Comunidade de Projetos do BC, promovido pelo Banco Central, em São Paulo (fechado à imprensa)
15h: Balança comercial semanal
15h30: Campos Neto tem reunião com João Pedro Barroso, Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Banco Central, em São Paulo, para tratar de assuntos institucionais (fechado à imprensa)
EUA
15h: Leilão de títulos do Tesouro
16h: Balanço orçamentário federal
3. Noticiário econômico
Haddad no Ministério da Fazenda
O comando do novo Ministério da Fazenda do próximo governo, a partir de 1.º de janeiro, será de Fernando Haddad, uma das principais lideranças do PT e candidato natural à sucessão de Lula nas eleições de 2026. Ele afirmou que as prioridades da pasta no primeiro ano de mandato serão uma nova regra fiscal, a reforma tributária e a retomada de acordos internacionais.
“O importante é a gente ter uma agenda para 2023 forte: recuperar os acordos internacionais que estão parados, sobretudo União Europeia, o novo arcabouço fiscal e a questão da reforma tributária como grandes movimentos nossos”, disse em rápida entrevista instantes após ter sido nomeado.
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O futuro ministro disse que o novo arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, regra que limita as despesas do governo à variação da inflação, será anunciado no ano que vem. “Pretendo receber propostas, claro, e não só da transição. Vou ouvir técnicos do Tesouro, a academia, os economistas em quem confio”, disse.
Ministério da Economia nega que o Brasil está quebrado
As declarações de que o Brasil estaria quebrado não são compatíveis com a realidade, afirmou o Ministério da Economia em nota à imprensa divulgada neste domingo (11), rebatendo algumas declarações dadas pela equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Na terça-feira (6), Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos técnicos da transição, chegou a afirmar que o Brasil estava inadimplente em R$ 5 bilhões em compromissos com órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio (OMC), entre outros.
A pasta destacou que as declarações são infundadas e que os compromissos do Brasil com organismos e instituições internacionais deverão somar US$ 1,23 bilhão em 2023. “É quase 20% menos que o total de US$ 1,52 bilhão devidos no ano de 2016”, afirmou a pasta.
4. Noticiário político
Diplomação da chapa Lula-Alckmin
Acontece nesta segunda-feira (12), no Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 14h, a solenidade de diplomação dos eleitos para a Presidência da República nas Eleições 2022. A cerimônia vai formalizar Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como presidente e vice-presidente eleitos para o mandato de 2023-2026.
A diplomação é uma cerimônia organizada pela Justiça Eleitoral para formalizar a escolha da pessoa eleita pela maioria dos eleitores nas urnas. A entrega dos diplomas é indispensável para a posse, uma vez que é a confirmação de que os candidatos escolhidos cumpriram todas as exigências previstas na legislação eleitoral e estão aptos para exercer o mandato.
Covid
O Brasil registrou neste domingo (11) 40 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 690.946 desde o início da pandemia.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 102. Em comparação à média de 7 dias atrás, a variação foi de +33%, tendência de alta pelo 21º dia seguido.
No total, o país registrou 12.369 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 35.615.590 casos conhecidos desde o início da pandemia.
5. Radar Corporativo
Itaú Unibanco (ITUB4)
O Conselho de Administração do Banco Itaú (ITUB4) aprovou, na sexta-feira (9), o pagamento de JCP – juros sobre o capital próprio, em substituição ao dividendo mensal relativo ao ano de 2023, no valor de R$ 0,01765 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,015 por ação.
A data base de pagamento de cada mês será no último dia útil de cada mês e o pagamento ocorrerá no primeiro dia útil do mês posterior.
Telefônica (VIVT3)
A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, aprovou o pagamento de Juros Sobre Capital Próprio (JCP) no valor de R$ 715 milhões, com retenção de imposto de renda na fonte, à alíquota de 15%, resultando no montante líquido de R$ 607,7 milhões. O montante líquido por ação será de R$ 0,36499494993.
Com relação aos dividendos, será pago no montante de R$ 1 bilhão, equivalente a R$ 0,60056758525 por ação.
Os proventos serão distribuídos com base na posição acinária de 29 de dezembro.
Neoenergia (NEOE3)
A Neoenergia (NEOE3) aprovou juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 167,1 milhões, correspondentes a R$ 0,1376968479 por ação ordinária, de acordo com posição acionária de 05 de julho deste ano.
A companhia também vai distribuir dividendos no montante de R$ 642,3 milhões, correspondentes a R$ 0,5291396151 por ação ordinária, com base na posição acionária de 25 de abril de 2022.
Os pagamento serão feitos a partir de 28 de dezembro de 2022, sem atualização monetária.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)