Os mercados mundiais recuam na manhã desta sexta-feira (10), com exceção dos futuros nos EUA, em alta, em meio às preocupações sobre a ameaça econômica trazida com algumas restrições de mobilidade impostas pela nova cepa ômicron.
Os investidores estão avaliando o custo de conter a nova variante em meio à crescente preocupação de que isso prejudique a recuperação econômica. Um estudo descobriu que a variante é 4,2 vezes mais transmissível do que a variante delta em seus estágios iniciais.
Na agenda econômica, por aqui, às 9h, sai o IPCA de novembro. A Refinitv espera alta de +1,08% em relação ao mês de novembro de 2021, enquanto projeta alta acumulada de 10,88%.
Nos EUA, sai a inflação do consumidor de novembro, às 10h30. As projeções da Refinitv apontam para alta de 0,7%. Já a confiança do consumidor de dezembro será divulgada às 12h.
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1. Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA avançam nesta manhã de sexta-feira (10), antes dos principais dados de inflação no país.
Assim, os investidores aguardam a leitura da inflação para calibrar as perspectivas em relação aos rumos do Federal Reserve, na reunião da próxima semana, em meio à possibilidade de acelerar a redução de seu programa mensal de compra de títulos de US$ 120 bilhões e trazer para mais cedo a alta dos juros.
Ontem, o Departamento do Trabalho informou que 184.000 pedidos iniciais de auxílio-desemprego foram registrados na semana passada, bem abaixo dos 211.000 previstos por economistas, na menor leitura desde 1969. Esses dados são importantes para calibragem do Fed.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), +0,11%
- S&P 500 Futuro (EUA), +0,25%
- Nasdaq Futuro (EUA), +0,28%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam no vermelho, enquanto os investidores aguardam os dados de inflação dos EUA e avaliam os riscos associados à nova variante ômicron da Covid. As preocupações quanto à um default da incorporadora imobiliária Evergrande seguem forte.
No mais, o banco central da China tomou outras medidas para limitar a força do yuan – estabelecendo a taxa de referência mais fraca em relação às estimativas compiladas pela Bloomberg desde 2018 – um dia depois que os legisladores aumentaram a taxa de exigência de reserva de moeda estrangeira para os bancos pela segunda vez este ano. O yuan ignorou os movimentos para avançar ainda mais.
Veja o fechamento dos mercados asiáticos:
- Nikkei (Japão), -1,00% (fechado)
- Shanghai SE (China), -0,18% (fechado)
- Hang Seng Index (Hong Kong), -1,07% (fechado)
- Kospi (Coreia do Sul), -0,64% (fechado)
Europa
O Stoxx 600 pan-europeu caiu 0,3% nesta manhã, com as ações de tecnologia recuando 0,9%, liderando as perdas, mas com quase todos os setores e as principais bolsas no vermelho.
Os mercados, especialmente os europeus, com a chegada do inverno, têm reagido nas últimas semanas a comentários e pesquisas sobre a transmissibilidade e gravidade da nova variante Covid do ômicron, com várias economias importantes agora implementando medidas de contenção mais rígidas .
Além disso, a economia do Reino Unido cresceu apenas 0,1% no comparativo mensal em outubro, evitando as expectativas de uma pesquisa da Reuters de uma expansão de 0,4%. A leitura alimentou dúvidas sobre se o Banco da Inglaterra aumentará as taxas de juros em sua próxima reunião.
Por sua vez, a produção industrial britânica caiu 0,6% em outubro em relação ao mês anterior, novamente ficando aquém das expectativas dos economistas de um aumento de 0,1%.
Veja o desempenho das bolsas europeias:
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,18%
- Dax (Alemanha), -0,31%
- CAC 40 (França), -0,34%
- FTSE MIB (Itália), -0,28%
Commodities
Os preços do petróleo avançam nesta sexta-feira e caminham para um forte ganho semanal. O benchmark Brent e WTI estão a caminho do seu primeiro ganho semanal em sete semanas. Já o minério de ferro recua com preocupações de demanda na China e Evergrande
- Petróleo WTI, +0,59%, a US$ 71,37 o barril
- Petróleo Brent, +0,35%, a US$ 74,68, o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de -0,70%, a 639,50 iuanes, o equivalente a US$ 100,43
Bitcoin
- Bitcoin, -1,26% a US$ 48.101,62 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Covid
Novas infecções por coronavírus na Coreia do Sul ultrapassaram 7.000 pelo terceiro dia consecutivo na sexta-feira, em um aumento recorde que ameaça as metas do país de resistir à pandemia sem bloqueios.
O primeiro-ministro Kim Boo-kyum disse que o governo também vai acelerar a administração de doses de reforço, encurtando o intervalo entre a segunda e a terceira injeção da vacina dos atuais quatro ou cinco meses para três meses a partir da próxima semana.
Brasil
O Brasil registrou ontem (9) 206 novas mortes por Covid-19, o que elevou o total de vítimas fatais da doença no país a 616.457, conforme dados do Ministério da Saúde.
Também foram contabilizados 9.278 novos casos de coronavírus, com o total de infecções confirmadas no país avançando para 22.177.059.
Em termos absolutos, o Brasil é o segundo país com maior número de óbitos pela doença, atrás somente dos Estados Unidos, e o terceiro em contagem de casos, abaixo de EUA e Índia.
O país, no entanto, tem registrado uma estabilidade nos números da pandemia nos últimos meses em patamares bem inferiores aos piores momentos da pandemia, à medida que avança em sua campanha de vacinação contra a Covid-19.
Chegou a 138.844.928 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 65,09% da população.
Já o número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 159.967.663 pessoas, o que representa 74,99% da população.
3. Bolsonaro
Desoneração da folha de pagamento
Bolsonaro disse ontem (9) que a prorrogação da desoneração da folha de pagamento por mais dois anos, aprovada pelo Senado nesta quinta-feira, caso “não passasse”, traria “crescimento do desemprego”, declarou em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro ainda lembrou na live que o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil começa a ser feito a partir de hoje (10), como estabelecido em Medida Provisória (MP) publicada na terça-feira.
Os recursos virão das chamadas “sobras” de recursos do auxílio emergencial. Para 2022, o financiamento virá do espaço fiscal aberto pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, parcialmente promulgada pelo Congresso após um acordo que fatiou o texto.
Combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro afirmou também nesta quinta-feira que o preço dos combustíveis vai cair “mais de uma vez nas próximas semanas” em razão da perda de valor do barril de petróleo tipo Brent no exterior desde o pico, em outubro. O barril do Brent é referência para a formação de preços da Petrobras.
Ainda assim, Bolsonaro voltou a negar que tenha informação privilegiada da estatal petrolífera. “A CVM entrou em polvorosa quando falei que brevemente vai cair o preço dos combustíveis”, disse o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais.
A Comissão de Valores Mobiliários abriu um processo administrativo contra a estatal após o chefe do Executivo dizer, no último domingo, que a empresa diminuiria o valor dos combustíveis.
4. Orçamento
Diante da necessidade de revisar gastos obrigatórios e garantir o Auxílio Brasil de R$ 400, o Ministério da Economia encaminhou um ofício ao Congresso Nacional pedindo a inclusão de novas despesas no Orçamento de 2022. A votação está marcada para o próximo dia 17.
Com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, o governo do presidente Jair Bolsonaro terá um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões para aumentar gastos em 2022, ano eleitoral.
Se a inflação subir, a folga aumentará ainda mais, assim como a necessidade de revisão dos gastos obrigatórios. A PEC, no entanto, foi promulgada de forma fatiada, com apenas parte do espaço fiscal garantido. O restante ainda depende de aprovação da Câmara.
O ofício da pasta aponta necessidade de aumento de despesa para benefícios previdenciários, seguro-desemprego, abono salarial, benefícios de prestação continuada e outras despesas obrigatórias.
“Com isso, no documento, o Ministério da Economia avalia ser ‘prudencial’ que a lei orçamentária seja compatibilizada com essas obrigações antes da aprovação”, diz nota da pasta. No total, essa parte exige um ajuste de R$ 39 bilhões no Orçamento.
Auxílio Brasil
Além disso, o ministério sugere acréscimo de R$ 54,6 bilhões para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400, R$ 4,5 bilhões para aquisição e distribuição de vacinas e R$ 1,9 bilhão para o auxílio gás. A equipe econômica calcula que, após a aprovação da PEC, ainda faltam R$ 2,6 bilhões de espaço para acomodar os gastos.
No Congresso, parlamentares se articulam para usar o espaço fiscal e turbinar as emendas carimbadas por deputados e senadores, especialmente as verbas do relator-geral, que estão no centro do orçamento secreto. Por isso, a vinculação do espaço fiscal da PEC para o Auxílio Brasil e despesas previdenciárias provocou um impasse entre Câmara e Senado. Senadores críticos às propostas temem a rejeição dessa vinculação na aprovação final da PEC.
Gastos para Estados endividados
O Senado aprovou um projeto que permite aumento de gastos em Estados endividados. A proposta retira uma série de despesas do teto daqueles Estados que renegociaram dívidas com a União e se comprometeram a limitar o crescimento de despesas à inflação do ano anterior.
A proposta exclui da limitação as despesas custeadas com todo tipo de emenda parlamentar, incluindo as verbas do orçamento secreto e as chamadas as transferências especiais, batizadas de “cheque em branco” e “PIX orçamentário”. Também ficarão fora do limite as despesas bancadas com as transferências fundo a fundo, repasses relativos ao salário-educação e ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Ao longo da tramitação do projeto no Senado, especialistas criticaram a proposta por abrir caminho para um descontrole ainda maior das contas públicas estaduais.
5. Radar Corporativo
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras anunciou que receberá da Equinor a última parcela de US$ 950 milhões referente à venda do bloco BM-S-8. A petrolífera realizou a venda do total de sua participação (equivalente a 66%) no bloco BM-S-08 para a Equinor, pelo valor de US$ 2,5 bilhões.
B3 (B3SA3)
A B3 aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio, no valor total de R$ 302,3 milhões, equivalentes ao valor líquido de R$ 0,04231075 por ação. O pagamento será realizado em 07 de janeiro de 2022 e tomará como base de cálculo a posição acionária de 30 de dezembro de 2021.
Além do JCP, a B3 distribuirá dividendos no valor total de R$ 907,6 milhões, equivalentes ao valor de R$ 0,14945197 por ação. O pagamento de dividendos será realizado em 30 de dezembro de 2021 e tomará como base de cálculo a posição acionária de 20 de dezembro de 2021.
A companhia também aprovou programa de recompra de até 250 milhões de ações ordinárias.
Bradesco (BBDC4)
O Bradesco (BBDC4) aprovou o pagamento de proventos no valor total de R$ 2,2 bilhões. Para os dividendos será distribuído R$ 0,196595372 por ação ordinária e R$ 0,216254909 por ação preferencial.
Já para os JCP o valor correspondente a R$ 200 milhões, sendo R$ 0,019659537 por ação ordinária e R$ 0,021625491 por ação preferencial. Farão jus aos proventos os acionistas que estiverem inscritos nos registros da companhia em 20 de dezembro. O pagamento está previsto para 30 de dezembro.
Cemig (CMIG4)
A Cemig (CMIG4) efetuará, no dia 29 de dezembro, o pagamento dos proventos de dividendos e JCP. A título da segunda parcela de JCP será pago o valor de R$ 276,74 mil, o que corresponde a R$ 0,18228802764 por ação ordinária/preferencial.
Além disso, referentes à segunda parcela dos dividendos, será pago R$ 464,32 mil, correspondemte a R$ 0,30584806747 por ação ordinária/preferencial.
Ambev (ABEV3)
Ambev (ABEV3) aprovou pagamento de dividendo de R$ 0,1334 e JCP de R$ 0,3996 por ação. Os pagamentos serão efetuados em 30 de dezembro de 2021, com base na posição acionária de 17 de dezembro de 2021.
(Com Estadão, Bloomberg, Reuters e Agência Brasil)
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