Bolsas mundiais caem à espera do BCE e de olho em bancos dos EUA; reação ao Copom e mais assuntos do mercado hoje

Banco Central do Brasil manteve taxa Selic em 13,75% pela sexta vez consecutiva

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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Os índices futuros dos Estados Unidos e bolsas da Europa operam com baixa nesta quinta-feira (4), com investidores repercutindo o aumento de juros promovido pelo Federal Reserve, as sinalizações sobre os próximos passos, e à espera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Na véspera, o Federal Open Market Committee (Fomc), comitê do Federal Reserve, elevou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para uma banda entre 5% e 5,25% ao ano. Mais do que a decisão em si, o mercado ficou de olho nas falas do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele apontou que cortes de juros “não serão apropriados” se as projeções atuais de desaceleração gradual dos preços se confirmarem.

Além disso, os ativos reverberam os temores dos investidores de contágio no setor bancário americanos depois que as ações da PacWest despencaram mais de 50% no after market. A queda ocorreu após a notícia de que o banco da Califórnia está avaliando opções estratégicas, incluindo uma possível venda, segundo uma fonte ouvida pela CNBC.

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Ibovespa hoje: acompanhe o que movimenta Bolsa, Dólar e Juros Ao Vivo

Após o Fed, hoje é a vez do BCE anunciar sua decisão sobre rumos da política monetária do bloco. Espera-se que a autoridade monetária eleve as taxas de juros mais uma vez, enquanto tenta domar a inflação na zona do euro. A maioria dos agentes do mercado espera um aumento de 25 pontos-base, embora um aumento maior não tenha sido descartado.

No Brasil, apesar de pressões do governo para que a taxa de juros seja reduzida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sexta vez seguida e disse que conjuntura “demanda paciência”.

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Análise: Chances de o Copom iniciar os cortes de juros em junho caíram

A temporada de balanços segue a todo vapor, com a divulgação de resultados do Bradesco (BBDC4), Via (VIIA3), Assaí (ASAI3), Braskem (BRKM5), (CCR CCRO3), Cemig (CMIG4), Eletrobras (ELET3), entre outras empresas, após o fechamento dos mercados.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam majoritariamente em baixa, depois que o Fed elevou as taxas em 25 pontos-base, conforme amplamente esperado, elevando a faixa de taxa dos fundos federais para 5% a 5,25% – seu nível mais alto desde agosto de 2007.

O Fed em sua declaração pós-reunião sugeriu uma possível pausa nas altas à frente. Ele omitiu uma frase presente na declaração anterior dizendo que “o Comitê antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado” para o Fed atingir sua meta de inflação de 2%.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, com investidores locais digerindo aumento de juros nos EUA e contração da atividade industrial na China.

A atividade fabril chinesa contraiu pela primeira vez em três meses, com a leitura do índice de gerentes de compras (PMI) da Caixin China caindo para 49,5.

Enquanto isso, a autoridade monetária de Hong Kong elevou sua taxa básica de juros para 5,5%, seguindo os movimentos do Federal Reserve dos EUA.

Europa

Os mercados europeus recuam antes da decisão da taxa do Banco Central Europeu, enquanto digerem aumento de juros nos EUA.

A decisão sobre a taxa do BCE será publicada às 9h15, horário de Brasília, e a presidente do BCE, Christine Lagarde, fará uma declaração logo depois.

A temporada de resultados continua com força total. Os resultados do primeiro trimestre na manhã desta quinta-feira mostraram lucros em alta na gigante petrolífera Shell. A empresa reportou ganhos ajustados de US$ 9,6 bilhões, acima da estimativa de US$ 8,6 bilhões.

Já a Anheuser-Busch InBev, proprietária da Budweiser, reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 4,76 bilhões, um aumento de 13,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Commodities

Depois de cair por três sessões consecutivas, os preços do petróleo operam nesta manhã de quinta-feira, mas preocupações com a demanda persistem.

As cotações do minério de ferro na China caem novamente, após o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial da China recuar para 49,5 em abril, indicando contração da atividade econômica.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda de hoje tem como destaque a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que deve aumentar as taxas de juros pela sétima reunião consecutiva.

No Brasil, saem dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do mês de abril. 

Brasil

8h30: Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa, por videoconferência, de reunião do Banking and Risk Management Committee, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais – BIS, em Brasília. (fechado à imprensa)

8h: Antecedente de emprego de abril

10h: PMI de serviços de abril

10h: 1ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República – CDESS

16h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com Pedro Abramovay, Diretor Executivo da Open Society América Latina e Caribe

17h: Haddad se reúne com Teiji Hayashi, Embaixador do Japão no Brasil

EUA

9h30: Pedidos de seguro-desemprego semanal

9h30: Balança comercial de março

Zona do euro

9h15: Decisão sobre juros do BCE

3. Noticiário econômico

Copom mantém novamente juros básicos da economia em 13,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu novamente por manter a taxa Selic em 13,75%. Pelo sexto encontro consecutivo, a autoridade optou por não mexer nos juros. A decisão foi unânime.

No comunicado que acompanha a decisão, o Copom afirma que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária.

“O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, diz o texto.

“A autoridade monetária manteve sua preocupação com o nível de inflação e com um mercado de trabalho mais persistente do que o esperado. Nos resultados do modelo a autoridade monetária vê pouco alívio, inclusive no cenário mais pessimista. Assim, o BC segue reconhecendo um cenário em que não há espaço para cortes de juros no curto prazo e segue colocando, ainda que agora reconhecendo a menor probabilidade, a possibilidade de retomada do ciclo”, destaca Luca Mercadante, economista da Rio Bravo.

Relatório do arcabouço deve ser apresentado até a próxima quarta-feira, diz relator

O relator do novo arcabouço fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou que há uma expectativa de que o relatório da matéria seja apresentado até a próxima quarta (10). Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o parlamentar disse que as propostas sugeridas foram bem recebidas pelo chefe da equipe econômica.

“As propostas apresentadas por mim e por nossa equipe técnica foram bem avaliadas, inclusive, pelo ministro que se prontificou a discutir com as equipes do governo as mudanças”, afirmou Cajado em nota à imprensa. Ele se reuniu com Haddad e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para apresentar o esboço inicial do “novo Regime Fiscal Sustentável”.

Na semana que vem, ele vai realizar uma nova rodada de reuniões com as principais bancadas da Câmara.

4. Noticiário político

Primeira grande derrota de Lula na Câmara

Na primeira grande derrota do governo Lula na Câmara dos Deputados, a Casa aprovou na noite desta quarta-feira, 3, por 295 votos a 136, projeto que susta parte dos decretos que alteram as regras de saneamento, editados no início de abril. Agora, a matéria segue para votação no Senado. O projeto foi relatado pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP) e atinge normas que deram sobrevida à operação das estatais de saneamento.

O movimento foi articulado por aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como o deputado Fernando Monteiro (PP-PE), e pela oposição. Logo que os decretos foram publicados, a Casa reagiu e avisou o governo que colocaria em votação projetos para sustar os atos do governo caso o Planalto não ajustasse as regras. A reação aos textos surgiram, basicamente, por dois motivos: pela avaliação de que os decretos desrespeitaram o texto do marco legal do saneamento, em vigor desde 2020, e pela “segunda chance” dada às empresas públicas de saneamento.

5. Radar Corporativo

Depois do fechamento dos mercados, saem os resultados trimestrais de Bradesco (BBDC4), Via (VIIA3), Assaí (ASAI3), Braskem (BRKM5), (CCR CCRO3), Cemig (CMIG4), Eletrobras (ELET3), entre outras empresas.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras (PETR3;PETR4) registrou uma produção total, em média de óleo, LGN e gás natural no primeiro trimestre de 2023 (1T23), de 2,68 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), 1,1% acima do quarto trimestre do ano passado (4T22) e 4,3% abaixo da produção do 1T22.

Segundo a estatal, o desempenho se deve em função, principalmente, do início do ramp-up (crescimento da produção) da P-71, no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, da entrada de 8 novos poços na Bacia de Campos e de maiores eficiências de produção das plataformas.

CSN (CSNA3)

A CSN (CSNA3) reportou prejuízo líquido de R$ 823 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), revertendo lucro líquido de R$ 1,364 bilhão no mesmo intervalo de 2022, informou a companhia.

Confira os destaques dos balanços

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 3,203 bilhões no 1T23, uma redução de 32% em relação ao 1T22.

PRIO (PRIO3)

A PRIO (PRIO3) registrou lucro líquido de US$ 231,3 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 1% superior ao reportado no mesmo intervalo do ano passado.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou US$ 352,1 milhões no 1T23, um crescimento de 56% em relação ao 1T22.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)