BofA segue otimista com Brasil na América Latina e recomenda ações ligadas à reabertura econômica

Varejistas e empresas do segmento de shopping center são destacadas em relatório de reposicionamento dos analistas do banco

Ricardo Bomfim

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Em meio a tantas incertezas políticas, econômicas e diante de um cenário internacional incerto, ainda assim há quem ainda tenha uma visão positiva para ativos de renda variável no Brasil.

Os estrategistas David Beker, Paula Andrea Soto e Carlos Peyrelongue, do Bank of America, escreveram em relatório que continuam otimistas com Brasil e México, dando aos mercados dos dois países a recomendação overweight (posicionamento recomendado acima da média do mercado) dentro do portfólio para América Latina.

No nosso país, a equipe do banco americano enxerga oportunidades em ações de bancos, empresas expostas à reabertura da economia, players de inflação e alguns nomes com posicionamento internacional, que são os casos de Petrobras (PETR3; PETR4), JBS (JBSS3) e WEG (WEGE3).

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“No Brasil, a expansão do crédito está em um bom ritmo, ao mesmo tempo em que a qualidade dos ativos e os spreads estão estáveis, e as taxas de cobertura estão perto dos níveis mais altos de todos os tempos”, escrevem os especialistas.

Já em relação à Vale (VALE3), o BofA vê o papel como market weight (posicionamento recomendado dentro da média do mercado), devido à avaliação de que as preocupações com a menor demanda chinesa estão precificadas. Além disso, os analistas destacam que a equipe econômica do banco já vê notícias de que o governo chinês tomará medidas de estímulo.

Por outro lado, a equipe do BofA está underweight (posicionada abaixo da média do mercado) em ativos impactados pela taxa básica de juros, já que o Banco Central está em um processo de aperto da política monetária.

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O BofA ainda recomenda exposição a ações de empresas expostas ao ciclo de crescimento da economia, como é o caso de companhias de e-commerce e de meios de pagamento. Os analistas lembram que esses papéis tiveram um desempenho abaixo da média do mercado nos últimos meses porque as taxas de desconto mais altas impactaram ações de durations (prazo médio de fluxo de caixa) mais longas. No entanto, dizem que mantém estes ativos em carteira “conforme permanecem otimistas no longo prazo”.

Nessa tese de reabertura, há espaço para empresas do varejo tradicional e para administradoras de shoppings. São citadas Lojas Renner (LREN3) e Natura (NTCO3) no portfolio latino-americano do BofA e Grupo Soma (SOMA3) e Multiplan (MULT3) na carteira de ativos brasileiros.

Em combustíveis, foi adicionada Raízen (RAIZ4) e removida Cosan (CSAN3) na carteira do banco.

No ramo de seguros, por sua vez, foi incluída no portfolio a BB Seguridade (BBSE3), movimento que os analistas justificaram pela melhora na atividade econômica, melhores resultados financeiros da companhia dados os juros mais altos, e normalização das taxas de perda.

Para o cenário de maior inflação no Brasil, o BofA vê oportunidades em Hypera (HYPE3) e supermercados. O portfolio brasileiro do banco teve a inclusão de Assaí (ASAI3), porque o varejo alimentício está se movimentando rumo ao segmento conhecido como atacarejo, e a exclusão das ações do Carrefour (CRFB3).

Também foi adicionada Braskem (BRKM5) pelas melhores margens no setor petroquímico.

Com um cenário menos positivo à frente, Localiza (RENT3) foi retirada da carteira do banco americano por causa das restrições na oferta de veículos (ainda decorrentes da crise global no fornecimento de semicondutores), do custo inflacionário e dos juros mais altos.

Em resumo, o banco adicionou em sua carteira recomendada para Brasil: WEG, Raízen, BB Seguridade, Assaí e Braskem. Na outra ponta, os analistas removeram Localiza, Cosan e Carrefour.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.