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As ações de Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) seguem no radar dos investidores diante de um cenário técnico delicado para o setor de varejo. Ambas operam próximas a suportes decisivos, refletindo semanas de forte pressão vendedora.
No caso da Casas Bahia, o papel se aproxima da mínima histórica em R$ 2,60, após devolver praticamente toda a recuperação que havia registrado no início do ano, acumulando queda de 8,39% em agosto e de 1,73% em 2025.
Já a Magazine Luiza, embora acumule recuo de 5,38% neste mês, ainda sustenta valorização de 5,86% no ano, mas enfrenta dificuldades em se manter acima das médias móveis, o que mantém o alerta para novas baixas.
Nesta batalha gráfica entre duas das principais varejistas da Bolsa, Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) apresentam trajetórias técnicas distintas, mas ambas operam em pontos-chave para os próximos movimentos.
Enquanto BHIA3 testa a resiliência de um suporte histórico, que pode definir a continuidade da tendência de baixa, MGLU3 busca sustentar uma recuperação frágil diante de resistências relevantes.
A seguir, destrinchamos os principais suportes e resistências de cada papel, além dos sinais de força ou fraqueza revelados pelos indicadores técnicos no curto e médio prazo.
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Análise da Casas Bahia (BHIA3)
A leitura do gráfico semanal reforça o quadro negativo. Depois de atingir a máxima do ano em R$ 11,21, BHIA3 perdeu tração e iniciou um movimento descendente persistente. Nas últimas semanas, o ativo renovou mínimas, voltando a testar a região histórica em R$ 2,60.
Em agosto, acumula queda de 8,39% e, no acumulado de 2025, já recua 1,73%. Caso feche novamente no negativo, será o quinto mês consecutivo de perdas, o que mostra a consistência do movimento vendedor.
Para manter a pressão de baixa, o rompimento da mínima histórica em R$ 2,60 deve projetar alvos em R$ 2,45 e R$ 2,28. Em horizontes mais amplos, as projeções podem chegar a R$ 2,00 e até R$ 1,75, o que representaria renovação de mínimas ainda mais duras.
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Para inverter esse quadro, seria necessário um fechamento acima das resistências e médias móveis em R$ 3,11/ R$ 3,24, abrindo espaço para R$ 3,95/ R$ 4,16. Alvos mais longos estariam em R$ 5,09 e R$ 7,44, níveis que só seriam alcançados em caso de retomada consistente do fluxo comprador.

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Análise de curto prazo
No gráfico diário, BHIA3 segue em tendência de baixa consolidada, negociando muito próxima à mínima histórica de R$ 2,60. O papel apresenta topos e fundos descendentes, sinal clássico de fraqueza, além de operar abaixo das médias móveis de 9, 21 e 200 períodos, o que reforça a dominância do fluxo vendedor.
O IFR (14) está em 41,32, em zona neutra — ou seja, ainda não há sinal de sobrevendido que poderia indicar maior chance de repique. Tecnicamente, o ativo permanece sem gatilhos claros para uma reação mais consistente.
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Se perder a região crítica de R$ 2,60, o papel deve acelerar as quedas rumo a R$ 2,45, com projeções seguintes em R$ 2,39 e R$ 2,32. Esses pontos representam zonas de suporte mais longas, que podem segurar momentaneamente a pressão vendedora, mas, caso rompidos, aumentariam o risco de novas mínimas.
Para que haja retomada de força compradora, BHIA3 precisaria inicialmente superar a faixa das médias móveis em R$ 2,86/ R$ 2,94. Um fechamento acima dessas regiões seria importante para validar reação. Em caso de recuperação, as resistências seguintes estão em R$ 3,19/ R$ 3,43, e, em cenários mais longos, o papel poderia mirar R$ 3,72/ R$ 4,08.

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Análise da Magazine Luiza (MGLU3)
No gráfico semanal, MGLU3 mantém uma estrutura de baixa desde março, quando alcançou os R$ 11,50. A sequência de quedas foi consistente, colocando a ação abaixo das médias de 9 e 21 períodos, cenário que reforça a pressão vendedora.
Atualmente, negocia com leve alta nesta semana, o que, caso confirmado, pode interromper uma sequência de sete semanas consecutivas de queda. Mesmo assim, a tendência predominante segue negativa.
Em agosto, a ação acumula baixa de 5,38%, mas, no acumulado de 2025, ainda registra valorização de 5,86%. Esse contraste mostra que, embora tenha apresentado desempenho positivo no início do ano, perdeu força no médio prazo.
Para seguir em baixa, o rompimento da região de R$ 6,52/ R$ 5,84 projetaria alvos em R$ 5,54, com possibilidade de queda até R$ 5,09/ R$ 4,42.
Por outro lado, se conseguir reagir, o primeiro desafio será superar R$ 7,00/ R$ 7,52. Rompendo essa barreira, teria potencial de buscar R$ 7,91/ R$ 8,73, com alvos mais ambiciosos em R$ 10,53 e R$ 11,50, máxima registrada no ano.

Análise de curto prazo
No gráfico diário, MGLU3 também exibe trajetória de baixa. Depois de atingir a máxima do ano em R$ 11,50, em março, o papel perdeu força e voltou a se alinhar com o fluxo vendedor. Atualmente, negocia abaixo das médias móveis de 9, 21 e 200 períodos, sem conseguir se sustentar em regiões de alta.
O IFR (14) encontra-se em 34,73, próximo à faixa de sobrevenda. Esse dado sugere que o papel pode até formar repiques técnicos, mas, no momento, não há confirmação de reversão da tendência principal.
Se romper o suporte em R$ 6,52/ R$ 6,27, o papel pode acelerar perdas em direção a R$ 5,84/ R$ 5,54, com projeções mais baixas em R$ 5,03/ R$ 4,85. Esse movimento reforçaria o risco de o ativo renovar fundos e buscar regiões mais baixas.
Para ganhar fôlego comprador, MGLU3 precisaria romper as primeiras resistências em R$ 6,83/ R$ 7,06, o que abriria espaço para R$ 7,48/ R$ 7,91. Caso haja continuidade do repique, os alvos mais longos seriam R$ 8,41/ R$ 8,80.

Suporte e resistência
BHIA3 (Casas Bahia)
Com base no fechamento do dia 21/08, aos R$ 2,84, as ações da Casas Bahia contam com:
- Suportes de curto prazo em R$ 2,60 (1), R$ 2,45 (2) e R$ 2,32 (3);
- Resistências de curto prazo em R$ 2,86 (1), R$ 3,19 (2) e R$ 3,43 (3).
- Suportes de médio prazo em R$ 2,60 (1), R$ 2,28 (2) e R$ 1,75 (3);
- Resistências de médio prazo em R$ 3,11 (1), R$ 3,95 (2) e R$ 7,44 (3).
MGLU3 (Magazine Luiza)
Com base no fechamento do dia 21/08, aos R$ 6,68, as ações da Magazine Luiza contam com:
- Suportes de curto prazo em R$ 6,52 (1), R$ 6,27 (2) e R$ 5,84 (3);
- Resistências de curto prazo em R$ 6,83 (1), R$ 7,48 (2) e R$ 7,91 (3).
- Suportes de médio prazo em R$ 6,52 (1), R$ 5,54 (2) e R$ 4,42 (3);
- Resistências de médio prazo em R$ 7,00 (1), R$ 8,73 (2) e R$ 11,50 (3).
(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
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