BC eleva Selic em 0,5 ponto, para 13,25% ao ano, e projeta novo ajuste de igual ou menor magnitude

Decisão foi em linha com o esperado pelo mercado, que passou a concentrar mais as atenções para o que esperar para próximas reuniões

Equipe InfoMoney

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira (15), a taxa Selic em um 0,5 ponto percentual, passando de 12,75% para 13,25%. Com isso, a taxa básica de juros atingiu o seu maior patamar desde dezembro de 2016 e com uma alta pela 11ª vez seguida.

A decisão da instituição monetária brasileira foi em linha com as projeções do mercado, que precificava uma alta desta magnitude em meio ao ambiente inflacionário ainda desafiador.

Para a próxima reunião, o Comitê escreveu, no comunicado, que antevê um novo ajuste, de igual (+0,5pp) ou menor magnitude (+0,25pp).

“O Comitê nota que a crescente incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação”, afirma no comunicado.

Além disso, o comitê pontua que seus “passos futuros” poderão ser ajustados “para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.”

Confira a trajetória da Selic desde 2003: 

Taxa Selic histórico

Segundo o comunicado, o Comitê entende que a decisão de hoje reflete “a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023”.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, acrescentou.

Conforme o Copom, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, “é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”.

“O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, argumentou.

Leia também:
Fed eleva taxa de juros em 0,75 ponto percentual, maior aumento desde 1994; projeções para inflação sobem

Veja os cenários traçados

Por fim, o Comitê ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se:

Entre os riscos de baixa, ressaltam-se:

Inflação guia decisões do Copom

Desde a última reunião, a inflação global voltou a assustar e os riscos fiscais se intensificaram no Brasil, com o novo pacote do governo para os combustíveis, sem sinais firmes de melhora do cenário de preços.

A redução temporária de impostos incidentes sobre os combustíveis poderia atrapalhar ainda mais a tarefa do BC de levar a inflação para a meta, com um possível efeito “rebote” aumentando as chances de um terceiro ano consecutivo de rompimento da meta em 2023.

Com isso, a expectativa passou a se concentrar mais nas sinalizações para as próximas reuniões: para a sinalização de um encerramento da alta de juros nesta reunião de junho ou a continuidade de altas nas taxas.

Oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje. Assista aqui.