Balanços de bancos em Wall Street, dados dos EUA, varejo no Brasil e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Sinalizações do Fed também seguem no radar em meio a novas sinalizações de normalização de política monetária; futuros dos EUA têm leve alta

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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A sessão é sem sentido definido para os principais mercados mundiais nesta sexta-feira (14). Os índices futuros americanos apresentam leve alta após a baixa dos índices à vista na véspera, enquanto os mercados europeu e asiático têm um dia de queda após mais indícios sobre a normalização da política monetária nos EUA.

No Senado americano, Lael Brainard, indicada à vice presidente do Federal Reserve, sinalizou na véspera que a autoridade monetária deve aumentar a taxa de juros já em março. Outro membro do Fed, Christopher Waller, disse que três aumentos na taxa de juros parecem ser uma boa referência para 2022.

Hoje a temporada de resultados ganha força em Wall Street com os números do JP Morgan, Citigroup e Wells Fargo, enquanto a agenda econômica nos EUA conta com dados de varejo e indústria. Por aqui, atenção também para os dados de vendas de varejo, a serem divulgados pelo IBGE. Confira os destaques da sessão:

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1. Bolsas mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros americanos têm altas nesta sexta-feira (14), com investidores à espera da divulgação de resultados de grandes bancos. 

Na quinta-feira, o Dow recuou 0,48%; o S&P perdeu 1,42%; e o Nasdaq teve queda de 2,51%, encerrando uma sequência de três dias de ganhos, com o mau desempenho do setor de tecnologia após diversas autoridades do Federal Reserve sinalizarem que podem iniciar o processo de elevação da taxa de juros dos Estados Unidos em março. A alta reduz a atratividade relativa dos lucros futuros do mercado acionário.

A sinalização do Fed ocorre em meio ao avanço da inflação nos Estados Unidos, onde o índice de preços ao produtor avançou 0,2% em dezembro frente ao mês imediatamente anterior. Em 2021, os preços avançaram 9,7%, a maior alta da série registrada desde 2010. 

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A Microsoft teve perda de mais de 4% na quinta-feira; a Nvidia recuou 5%; Apple, Amazon, Meta, Netflix e Alphabet também fecharam em queda. Com o resultado negativo de quinta-feira, as principais bolsas caminham para sua segunda semana consecutiva de perdas, e o Nasdaq, para sua terceira.

Nesta sexta-feira, os bancos JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo divulgam seus resultados antes da abertura do mercado. Além disso, é esperada a divulgação de dados de vendas no varejo em dezembro.  

Leia mais: O que esperar dos resultados das empresas dos EUA no 4º trimestre de 2021? 

Veja o desempenho dos  índices às 7h15 (horário de Brasília):

Dow Jones Futuro (EUA), +0,22%

S&P 500 Futuro (EUA), +0,17%

Nasdaq Futuro (EUA), +0,10%

 Ásia

As bolsas asiáticas fecharam em queda na sexta-feira, com destaque negativo para os índices da Coreia do Sul e do Japão. Os papéis listados na China continental, por sua vez, fecharam sem sentido definido. Na Coreia do Sul, o banco central elevou a taxa referencial de juros em 0,25 ponto percentual, para 1,25%, a maior alta desde março de 2020 e o mesmo patamar registrado antes da pandemia, segundo informações da agência internacional de notícias Reuters. 

Dados divulgados na sexta-feira indicaram alta de 20,9% nas exportações da China em dólares em dezembro frente ao mesmo período do ano anterior, acima da expectativa de 20% de analistas ouvidos pela Reuters. As importações cresceram 19,5%, abaixo da expectativa de 26,3%. 

Em 2021, as exportações totais avançaram 29,9%, frente a 3,6% em 2020 e as importações tiveram alta de 30,1%, frente a queda de 1,1% em 2020. 

Nikkei (Japão), -1,28% (fechado)

Shanghai SE (China), -0,96% (fechado)

Hang Seng Index (Hong Kong), -0,19% (fechado)

Kospi (Coreia do Sul), -1,35% (fechado)

Europa

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, recua 0,5%, com destaque negativo para ações do setor de tecnologia e positivo do setor de petróleo e gás. 

Investidores se mantêm atentos para a situação na Ucrânia após a Rússia interromper conversas com membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que levou ao diplomata americano Michael Carpenter a afirmar que “os tambores da guerra estão ressoando alto, e a retórica se tornou um tanto estridente”. 

FTSE 100 (Reino Unido), -0,1%

Dax (Alemanha), -0,63%

CAC 40 (França), -0,71%

FTSE MIB (Itália), -0,79%

Os preços do petróleo avançam, os do minério de ferro recuam e os do Bitcoin também têm perdas.

 Commodities

Petróleo WTI, +0,58%, a US$ 82,6 o barril

Petróleo Brent, +0,84%, a US$ 85,17 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 2,3%, a 722 iuanes, o equivalente a US$ 113,74

Bitcoin

Os preços do Bitcoin recuam 2,72%, a US$ 42.616,32

2. Agenda

Europa

10h30: Discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE)

Brasil

9h: Vendas no varejo em novembro, com projeção Refinitiv de queda de 0,2% na comparação mensal e de baixa de 6,5% na comparação anual

Estados Unidos

10h30: Vendas no varejo em dezembro, com projeção Refinitiv de estabilidade na comparação mensal
11h15: Produção industrial, estoques e vendas da indústria em dezembro; consenso Refinitiv aponta para alta de 0,3% na base mensal
12h: Confiança do consumidor

China

22h30: Preços de imóveis em dezembro

3. Mobilização de servidores federais

Na noite de quinta-feira, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita (Sindifisco), Isac Falcão, se reuniu com o ministro da Economia Paulo Guedes para negociar uma solução para o congelamento salarial, além de outras pautas da categoria. Auditores vêm entregando cargos de chefia e realizando operação padrão (execução de atividades com rigor excessivo, prejudicando o fluxo de trabalho). 

Em entrevista ao site Congresso em Foco, Falcão classificou o encontro como “frustrante”. “A gente esperava que fosse apresentada hoje a solução, o decreto em vias de ser editado. (…) O ministro se manifestou no sentido de entender o pleito, e de achar justo. Mas disse que não pode dar um prazo para a implementação, e entende que esse não é o momento da solução dessas questões”, disse. 

Ele disse que cabe ao presidente buscar modificar o Orçamento junto ao Congresso Nacional e que, sem perspectiva de solução no curto prazo, deve haver “acirramento do movimento de auditores da Receita Federal”. 

Servidores federais vêm se articulando por melhor remuneração desde que o governo sinalizou conceder ajustes apenas para policiais da esfera federal. Mobilizados desde dezembro, os auditores-fiscais da Receita exigem que seja implementado um bônus de desempenho prometido pelo governo desde 2017; ajuste salarial, que não ocorre desde 2019; e o aumento na verba destinada à Receita, que sofreu corte de 54% no último orçamento. 

Segundo informações de bastidores do portal UOL, a atuação de Guedes sobre o problema vem sendo avaliada pela ala política do governo como uma “trapalhada”, e alguns auxiliares avaliam que Guedes teria ajudado a inflar as categorias ao defender que não houvesse ajuste.

Ainda sobre o tema, Bolsonaro também foi alertado dos riscos de a concessão de reajustes para apenas uma categoria ser judicializada e o governo ter que oferecer aumento para todos os servidores.

Debate sobre Orçamento

Deputados, senadores e ministros enfrentam embates para a distribuição do Orçamento de 2022.

A nova crise fez com que Bolsonaro mudasse a palavra final sobre a execução orçamentária do Ministério da Economia para a Casa Civil, transferindo o poder de Paulo Guedes para Ciro Nogueira. Caberá à equipe de Ciro Nogueira escolher quanto e onde cortar gastos para acomodar as despesas com investimento.

Ainda no radar Palácio do Planalto e o Ministério da Economia avaliam promover um veto de até R$ 9 bilhões no Orçamento de 2022 para recompor gastos que estariam subestimados nas contas aprovadas pelo Congresso Nacional, segundo disse à Reuters uma fonte do governo com conhecimento do assunto.

Eleições

Reportagem de bastidores publicada na quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo afirma que a cúpula do PSB deve intensificar a pressão sobre o PT para que haja sinalização clara sobre o cenário para as eleições em outubro. Em dezembro, o PSB convidou oficialmente o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para se filiar à legenda após sua saída do PSDB.

Há a possibilidade de que Alckmin seja indicado como vice na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Segundo a Folha, em troca do apoio a Lula, o PSB quer que o PT apoie seus candidatos em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Acre e Pernambuco. Os partidos também cogitam formar uma federação partidária, o que esbarra em impasses regionais.

4. Alta de casos e mortes por Covid

Na quinta-feira (13) foram registrados 97.221 novos casos de Covid. A média móvel em sete dias foi de 60.072, alta de 634% em relação ao patamar de 14 dias antes, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa divulgadas às 20h.

Especialistas acreditam que, além do impacto da variante Ômicron do coronavírus, o número de novos casos de Covid no Brasil vem sendo impulsionado pelos dados represados após o ataque hacker realizado em 10 de dezembro ao Ministério da Saúde. Em um dia o Brasil registrou 190 mortes por Covid. Assim, a média móvel de mortes em 7 dias ficou em 126, alta de 29% em comparação com o patamar de 14 dias antes. 

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 161.727.955 pessoas, o que representa 75,82% da população. A segunda dose ou vacina de dose única foi aplicada em 145.151.664 pessoas, ou 68,04% da população. E a dose de reforço foi aplicada em 31.799.107 pessoas, ou 14,91% da população.

Autoteste de Covid

Na quinta-feira, o Ministério da Saúde enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para autorizar o autoteste de Covid no Brasil. O ministério orienta que o teste seja realizado de forma complementar de triagem e que as pessoas com testes positivo se isolem para evitar infectar outras. 

5. Radar corporativo

Aliansce Sonae (ALSO3) e brMalls (BRML3)

Em comunicado ao mercado enviado na manhã desta sexta-feira (14), a brMalls  informou que seu Conselho de Administração decidiu, por unanimidade, recusar a proposta de combinação dos negócios com a Aliansce Sonae.

A companhia entendeu que a proposta subavalia, consideravelmente, o valor justo da brMalls e do seu portfolio de ativos e, portanto, não atende aos melhores interesses dos acionistas.

A Aliansce Sonae enviou na noite de ontem uma Proposta Não Vinculante de Combinação de  Negócios ao Conselho de Administração da brMalls. 

A Aliansce propõe  que  os  acionistas  de  brMalls  recebam,  como  resultado  da operação, 265.013.405 novas ações ordinárias de emissão de ALSO, representativas de 50% do capital social de ALSO (excluindo-se as ações em tesouraria), assumindo, dessa forma, uma relação de substituição de ações de 0,31769690 ações ordinárias de emissão de ALSO para cada 1 ação ordinária de emissão de brMalls, mais uma parcela em dinheiro no montante total de R$ 1,350 bilhão, representando R$ 1,6184 por ação ordinária de emissão de brMalls.

A Operação trata-se de uma fusão entre iguais (merger  of  equals), na qual ALSO oferece aos acionistas de brMalls participação final de 50% do capital social da companhia combinada, pagamento em dinheiro no valor equivalente a aproximadamente 20% do valor de mercado de brMalls e a relação de troca que reflete um prêmio implícito de múltiplo relativo para os acionistas de brMalls de aproximadamente 13%, se considerados os respectivos múltiplos de EV/ EBITDA 2019 de brMalls e ALSO.

Até o momento, não existe acordo assinado ou aceite formal acerca da combinação de negócios objeto da proposta.

Cyrela (CYRE3)

A Cyrela (CYRE3) atingiu R$ 2,5 bilhões em VGV de lançamentos no quarto trimestre de 2021, queda de 11,1% contra um ano antes.

As vendas líquidas contratadas neste trimestre somaram R$1.575milhões, valor 15% inferior ao registrado no 4T20 (R$ 1.860milhões). A participação da Companhia nas vendas contratadas foi de 90% no 4T21, abaixo dos 91% do mesmo trimestre do ano anterior e do 3T21.

Os dados operacionais resultaram em um indicador de Vendas sobre Oferta (VSO) de 12 meses de 44,0%,ficando abaixo do VSO 12 meses apresentado no mesmo trimestre do ano anterior (48,4%).

Lavvi (LAVV3

A Lavvi Empreendimentos Imobiliários (LAVV3) registrou lançamentos de R$ 211 milhões no 4T21, representados pelo Grand Vitrali. No ano, os lançamentos somaram R$ 1,2 bilhão.

As vendas líquidas foram de R$ 155 milhões no 4T21. Em 2021, as vendas totalizaram R$ 942 milhões, 120% superior a 2020.

O VSO (vendas sobre oferta) somou 22% no 4T21, e de 49% no lançamento. No ano, a VSO de lançamentos foi de 63%, enquanto a de estoque foi de 66%.

Minerva (BEEF3

O Conselho Administrativo da Minerva (BEEF3) aprovou que se iniciem estudos para potencial processo de redomiciliação, que poderá resultar na migração da base acionária para a sociedade a ser constituída no exterior, com listagem das ações no mercado estrangeiro.

Log-In (LOGN3)

A MSC comprou uma fatia de 67% na Log-in, em leilão de oferta pública de ações (OPA) realizado na quinta-feira. Na operação, a companhia deverá desembolsar R$ 1,75 bilhões (equivalente a US$ 316 milhões).

As ações foram precificadas a R$ 25, um prêmio de aproximadamente 17,6% em relação ao preço médio de R$ 21,26 das ações ordinárias da companhia nos 30 pregões anteriores a 10 de dezembro na B3.

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