Ata do Fomc segue impactando bolsas mundiais; produção industrial no Brasil e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Tom mais "hawkish" apresentado no documento da última reunião de política monetária do Fed derruba mercados europeus e asiáticos

Equipe InfoMoney

Publicidade

A ata divulgada na tarde da véspera da última reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central americano, segue repercutindo no mercado nesta quinta-feira (6), principalmente na Europa e na Ásia, uma vez que as bolsas estavam fechadas nesses locais quando houve a divulgação da autoridade monetária dos EUA.

O documento veio significativamente mais hawk (duro, mostrando maior preocupação com inflação) do que o esperado pelo mercado, fazendo o rendimento dos títulos do Tesouro americano subirem e derrubando as bolsas, principalmente os nomes mais ligados à tecnologia.

“O Fed surpreendeu ao considerar subir os juros antes do que o previsto, a probabilidade precificada pelo mercado da subida ocorrer em março passou de 63% para 81%. O início da redução do balanço também pode começar mais cedo, da última vez que o Fed se propôs a reduzir seu balanço, ele começou 2 anos após a primeira alta de juros e, dessa vez, esse intervalo pode ser bem menor”, aponta a equipe de análise da XP.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Além de discussão sobre eventual aumento da taxa de juros mais cedo ou em ritmo mais rápido do que o mercado previa, a ata também mostrou possibilidade de diminuir a carteira de títulos do Tesouro e dos lastreados em hipotecas acumulados durante a pandemia, um passo além do divulgado até então.

Com isso, na véspera, o Ibovespa caiu 2,42%, a 101.005,64 pontos, na maior queda diária desde 26 de novembro e menor fechamento desde 1º de dezembro, enquanto Wall Street também teve queda. Na mínima, o índice rompeu as barreiras do 101 mil pontos, com a aversão ao risco por conta da ata  somando-se aos riscos fiscais domésticos.

Na agenda doméstica, atenção para os dados de produção industrial por aqui referentes a novembro, com expectativa de leve alta na base mensal. Confira os destaques:

Continua depois da publicidade

1. Bolsas mundiais

EUA

Os índices futuros americanos Dow e S&P têm leves altas enquanto o Nasdaq oscila negativamente nesta quinta-feira.

A ata divulgada na quarta-feira a respeito da reunião do Federal Reserve indicou que o banco central americano discute um aperto mais intenso e rápido da política monetária norte-americana, além das discussões para reduzir seu balanço patrimonial.

Segundo as minutas, “quase todos os participantes concordaram que provavelmente seria adequado iniciar a redução do balanço patrimonial em algum momento após a primeira alta da meta para a taxa de juros para os fundos federais”.

As ações recuaram após a divulgação da ata. O Dow Jones perdeu 1,07%; o S&P perdeu 1,94%; e o Nasdaq perdeu 3,34%, em seu pior desempenho desde fevereiro.

Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):

 EUA

Dow Jones Futuro (EUA), +0,24%

S&P 500 Futuro (EUA), +0,06%

Nasdaq Futuro (EUA), -0,26%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam a quinta-feira em queda, com destaque negativo para papéis listados no Japão, seguindo o ritmo dos papéis dos Estados Unidos na véspera. O movimento também é influenciado pela alta do rendimento de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que eleva a atratividade desse tipo de investimento comparativamente com o mercado acionário, e tende a aumentar o custo de tomada de empréstimos.

Em Hong Kong, no entanto, o índice Hang Seng fechou em alta, revertendo parcialmente perdas de ações de tecnologia que haviam sido registradas na quarta-feira. Os papéis do Tencent avançaram 1,49%; os do Alibaba, 5,68%; e os do Meituan, 3,64%.

Além disso, os papéis listados em Hong Kong da endividada incorporadora China Evergrande Group avançaram 3,13% após a agência internacional de notícias Reuters reportar que a empresa deve buscar adiar em seis meses no pagamento de um título local.

Nikkei (Japão), -2,88% (fechado)

Shanghai SE (China), -0,25% (fechado)

Hang Seng Index (Hong Kong), +0,72% (fechado)

Europa

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, recua 1,4%, seguindo as quedas de quarta-feira nos Estados Unidos, com destaque negativo do setor de tecnologia, em meio à preocupação com a perspectiva de elevação de taxas de juros e do rendimento de títulos do Tesouro.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,65%

Dax (Alemanha), -1,08%

CAC 40 (França), -1,23%

FTSE MIB (Itália), -1,52%

Os preços do petróleo têm ganhos, os do minério de ferro têm alta de mais de 4% e os do Bitcoin têm perdas de mais de 7%.

Commodities

Petróleo WTI, +1%, a US$ 78,63 o barril
Petróleo Brent, +0,83%, a US$ 81,47 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 4,14%, a 717 iuanes, o equivalente a US$ 112,45

Criptomoedas

O Bitcoin (BTC) se comporta como ativo de risco e volta a acompanhar a queda generalizada nas bolsas após publicação da ata do Fomc.

Após atingir US$ 42.500 ontem e ensaiar estabilização em US$ 43 mil, o Bitcoin inicia novo movimento de queda nesta manhã. O recuo nas últimas 24 horas é de 9,2%, a 42.747.

2. Agenda

Brasil

Nesta quinta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica divulga dados semanais sobre consumo de energia, sem horário definido
8h: IGP-DI divulgado pela FGV
9h: Produção industrial de novembro divulgada pelo IBGE, com projeção de alta mensal de 0,1%, mas de queda de 4,2% na base anual

EUA

10h30: Pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana, com a previsão de 197 mil
10h30: Balança comercial semanal relativa a novembro, com expectativa de saldo negativo de US$ 77,1 bilhões
10h30: Dados semanais sobre exportação de grãos
12h: Encomendas à indústria em novembro, com expectativa de alta de 1,5%
12h: ISM de serviços relativo a dezembro, com expectativa de 66,9 pontos

Zona do Euro

11h: Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu, realiza um pronunciamento

Alemanha
10h: Dados preliminares de inflação em dezembro, com expectativa de alta de 0,4% no mês e de 22,9% na comparação anual, segundo consenso Refinitiv

3. Movimento de servidores

Manchete de capa do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira afirma que a movimentação de funcionários federais deflagrada em dezembro vem atingindo efeitos práticos e pode prejudicar o abastecimento do país.

No Porto de Santos, a operação-padrão (execução de atividades com rigor extremo, de forma a reduzir o ritmo de trabalho) implementada por auditores da Receita Federal desde o dia 23 vem atrasando a liberação de trigo vindo da Argentina, o que pode levar a falta do cereal no mercado. De acordo com a Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo), três navios estão esperando a desembarcação em Santos, com 100 mil toneladas no total, equivalente ao consumo mensal de São Paulo.

Os auditores pressionam por um “bônus de eficiência” à categoria. Segundo o Estadão, a redução de atividades de auditores federais agropecuários também afeta a importação de trigo.

Em Roraima, 800 caminhões ficaram parados na quarta-feira. Circula em grupos de auditores um vídeo com cerca de 200 caminhões na fila da alfândega em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela. Na noite de quarta a Receita informou que os caminhões começaram a ser liberados.

Reportagem do jornal Valor Econômico diz que, em Foz do Iguaçu (PR), o maior porto seco da América Latina em movimentação de cargas e em aduanas do lado paraguaio da fronteira há 267 carretas esperando fiscalização para entrar ou sair do Brasil.

Os protestos se estendem por carreiras do BC e chegou a auditores do Trabalho, que dizem que pretendem entregar cargos de confiança. Uma paralisação está marcada para o dia 18, com indicativo de greve geral para fevereiro.

4. Avanço da Ômicron no Brasil

Levantamento realizado pela plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford e referência na publicação de dados sobre Covid, indicam que a variante Ômicron já é responsável por 58,33% dos casos de Covid rastreados no Brasil.

Os dados dizem respeito à presença da nova cepa em todas as sequências analisadas até duas semanas anteriores ao dia 27 de dezembro. Até o dia 13 de dezembro, a Ômicron era responsável por 2,85% dos casos rastreados

Identificada em novembro na África do Sul, há sinais de que a variante B1.1.529 é mais contagiosa porém afeta menos os pulmões, o que pode reduzir seu impacto sobre a saúde pública.

Nos primeiros cinco dias de dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro registrou 2.485 casos de Covid, 80% do patamar do mês de dezembro inteiro.

Em São Paulo, dados de boletins diários da Secretaria Municipal de Saúde indicam aumento de 53% na quantidade de casos de Covid no município em duas semanas. A taxa de leitos de UTI ocupados aumentou 21%.

Em Pernambuco, o número de solicitações ativas de leitos de UTI e de enfermaria para pacientes com problemas respiratórios cresceu 858% entre os dias 4 e 21 de dezembro.

Carnavais de rua cancelados

Na quarta-feira as prefeituras de Recife e Olinda, em Pernambuco, cancelaram seus tradicionais carnavais de rua por conta do avanço da variante Ômicron e da alta nos casos de influenza. As medidas ocorrem após a prefeitura do Rio realizar o mesmo movimento, mas manter a festa no Sambódromo e em locais fechados.

A prefeitura afirma que o Carnaval em Recife poderá ser realizado em outro período do ano, caso as doenças avancem em um ritmo mais moderado.

Vacinação de crianças

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde desistiu de exigir prescrição médica por escrito para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, contrariando a vontade do presidente Jair Bolsonaro. O titular da pasta, Marcelo Queiroga, negou que tenha havido um recuo. A expectativa é que as primeiras doses de vacinas da Pfizer, já liberadas para essa faixa etária pela Anvisa, cheguem ao Brasil em 13 de janeiro, com distribuição no dia seguinte aos Estados e municípios.

Problemas com registros nacionais

Reportagem publicada nesta quinta-feira pelo portal UOL afirma que o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) está desatualizado desde o dia 29 de novembro, em meio à lotação de salas de emergência brasileiras por conta do avanço da gripe e da variante Ômicron. Nele, municípios devem reportar casos graves, internações e mortes por influenza ou Covid-19.

O problema se deve a um ataque hacker realizado em 10 de dezembro contra o site do Ministério da Saúde e ao aplicativo e à página do ConectSUS, que prejudicaram o registro de casos por estados. Como os dados de 29 de novembro eram os últimos disponíveis, eles permaneceram. Assim, o país não sabe quantos doentes de Covid ou gripe tem infectados e internados no total, prejudicando a precisão de boletins do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Balanço Covid

Os registros de novos casos e mortes de coronavírus começaram a normalizar a divulgação na última terça-feira (4). Especialistas acreditam que, além da alta com a variante Ômicron, o número de novos casos de Covid no Brasil vem sendo impulsionado pelos dados represados após o ataque. Na quarta-feira (5) foram registrados 27.578 novos casos de Covid. A média móvel de novos casos em sete dias foi de 12.391, o que representa alta de 318% em relação ao patamar de 14 dias antes.

Em um dia, o Brasil registrou 133 mortes por Covid-19 em 24 horas. Assim, a média móvel de mortes por Covid em 7 dias ficou em 98, queda de 2% em comparação com o patamar de 14 dias antes, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa divulgadas às 20h. O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 161.500.131 pessoas, o que representa 75,71% da população.

5. Radar corporativo

Gol (GOLL4

A Gol (GOLL4) divulgou sua prévia operacional de dezembro mostrando que a demanda (medida por passageiro-quilômetro transportado, na sigla em inglês, RPK) total avançou 15,2% no quarto trimestre na comparação com o mesmo intervalo de 2020.

Já a oferta (assento-quilômetro oferecido, ASK na sigla em inglês) avançou 13% entre outubro e dezembro frente igual período de 2020.

A taxa de ocupação no quarto trimestre, por sua vez, avançou 1,6 ponto porcentual, para 82,6%, enquanto as decolagens subiram 22,3% e o total de assentos cresceu 19,8%.

Carrefour (CRFB3)

O Carrefour Brasil (CRFB3) informou ontem (5) que aumento de capital no valor de R$ 4,8 bilhões aprovado em AGE perdeu efeito.

O aumento estava condicionado à publicação do projeto de reforma do IR, que não saiu no DOU até 31 de dezembro de 2021.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse que a oferta de ações da Eletrobras será realizada em meados de março e que a precificação das ações da estatal, dentro do processo de capitalização, será feita em abril.

O cronograma foi apresentado pelo BNDES na audiência pública sobre o processo de desestatização da Eletrobras. 

Grupo Mateus (GMAT3

O Grupo Mateus (GMAT3) bateu o recorde de aberturas pelo segundo ano consecutivo, com 44 novas lojas em 2021.

Com as inaugurações de dezembro, o Grupo Mateus encerrou 2021 com 202 lojas em operação, sendo 61 de varejo, 42 de atacarejo e 99 de eletro. 

Para 2022, a empresa continua otimista com um plano ousado de expansão, em seis estados da Região Nordeste (Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte).

Oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje. Assista aqui!