As 9 ações para ficar de olho no início do pregão desta quinta-feira

As informações mais importantes para você começar o dia bem informado 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mercado brasileiro repercute o anúncio de contingenciamento do governo e também digere o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta manhã pelo Banco Central e notícias sobre revisão de metas de inflação pelo BC. Os mercados mundiais têm um dia de cautela, de olho no PIB dos EUA e em falas de dirigentes do Fed. Confira os destaques desta quinta (30):

1. Ações para monitorar
BM&FBovespa
(BVMF3) e Cetip: Após a fusão, a BM&FBovespa-Cetip anunciaram a nova marca, B3-Brasil, Bolsa, Balcão. A “B3 chega para potencializar oportunidades de negócios em um ambiente de mercado dinâmico, desafiador e competitivo em escala global”, segundo comunicado publicado nos principais jornais e no website da companhia. Em comunicado enviado à CVM, BM&FBovespa convoca AGO e AGE para 28 de abril, às 11h. Entre os assuntos a serem tratados na AGE está deliberar sobre a alteração da denominação social da companhia para “B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão”. 
Petrobras (PETR3; PETR4): A Petrobras informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não pretende prosseguir com o processo de venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde, confirmando o que publicou a Reuters nesta quarta-feira. Já segundo a colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, parte dos acionistas da Petrobras está reclamando do descumprimento de regras da Lei das SAs. Diz a lei que o não pagamento de dividendos por três anos dá direito a voto no conselho para quem possui ações preferenciais. Consultada, a CVM explica que este assunto foi abordado pela autarquia em 2015, em consequência de dois pedidos de interrupção de assembleias. Ambos foram negados com base na Lei do Petróleo. A conversão permitiria diluição do controle da União, o que a lei não permite. Por fim, a coluna do Broad destaca que a Petrobras deu o “start” nas tratativas de uma nova captação de bônus no exterior, que deverá se desenrolar na semana que vem. 
WEG (WEGE3): A Weg fechou contrato para construir complexo solar de R$ 450 milhões. A empresa concluiu a assinatura de um contrato com o fundo dinamarquês Nordic Power Partners para a construção de um complexo solar de 90 MW no Brasil, disse João Paulo Gualberto da Silva, diretor de novas energias da Weg.
Oi (OIBR4): Destaque para duas notícias sobre Oi. O jornal O Estado de S. Paulo informa que o Conselho da Anatel pretende abrir processo para cassar a concessão de telefonia fixa da Oi. Já o jornal Folha de S. Paulo informa que a intervenção do governo na Oi  poderá ocorrer já na próxima semana. 
PDG (PDGR3): A PDG Realty, incorporadora que está em recuperação judicial, anunciou prejuízo líquido de R$ 2,440 bilhões no quarto trimestre de 2016, número 23,9% pior que o valor de R$ 1,969 bilhão no mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2016, o prejuízo aumentou em 92%, para R$ 5,307 bilhões, de R$ 2,764 bilhões em 2015.
JHSF (JHSF3): A JHSF reverteu o lucro líquido de R$ 88,6 milhões do quarto trimestre de 2015 e divulgou prejuízo de R$ 204,9 milhões no mesmo período de 2016. No total do ano passado, o prejuízo foi de R$ 250,6 milhões, ante lucro de R$ 109,7 milhões em 2015. 
Klabin (KLBN11): A  Klabin teve a recomendação elevada de neutra para outperform pelo Itaú BBA, com preço justo de R$ 20,00 por ação. De acordo com os analistas do banco, os múltiplos atuais oferecem uma relação risco-retorno atrativa. Além disso, a empresa está exposta positivamente ao cenário de recuperação do Brasil.  
Banrisul (BRSR6): O Banrisul propôs o pagamento de R$ 16.677.064,42 em dividendos, com o tema sendo debatido em assembleia no dia 28 de abril, data que também servirá de base para o pagamento. O banco também convocou Assembleia para a data para deliberar o aumento de capital de R$ 250 milhões mediante o aproveitamento das reservas de expansão e estatutárias.
Viver (VIVR3): A Viver, primeira incorporadora listada na bolsa em processo de recuperação judicial, encerrou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo líquido de R$ 102,2 milhões, montante 11,5% maior do que o prejuízo de R$ 91,7 milhões registrado no mesmo trimestre de 2015. Em 2016, o prejuízo totalizou R$ 347,1 milhões, uma piora de 33,1% frente a 2015.

 

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  1. 2. Bolsas mundiais

    A sessão é de cautela para as bolsas europeias e para os mercados futuros em Nova York, com os investidores à espera do PIB do quarto trimestre de 2016 e com o dia de leve queda para as commodities. Além disso, o mercado digere os primeiros passos para a saída do Reino Unido da União Europeia e a sinalização dada pelo BCE (Banco Central Europeu) de que não vai alterar a sua estratégia de política monetária. 

  2. Na Ásia, os mercados acionários da China recuaram pelo quarto dia nesta quinta-feira, com as permanentes preocupações sobre liquidez ainda mais alimentadas por restrições no investimento imobiliário. Os mercados no restante na região também apresentaram perdas em meio à redução das expectativas de que o BCE vai acabar com sua política monetária frouxa.

    No mercado de commodities, o petróleo WTI tem leve queda, mas se mantém acima de US$ 49; minério recua em Dalian, na China; Associação de Ferro & Aço da China vê preços caindo com produção siderúrgica menor; metais recuam em Londres

Às 8h02, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -0,20%

*CAC-40 (França) -0,06%

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*DAX (Alemanha) +0,08%

*Xangai (China) -1% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,37% (fechado)

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*Nikkei (Japão) -0,80% (fechado)

*Petróleo brent -0,50%, a US$ 52,16 o barril

*Petróleo WTI -0,22%, a US$ 49,40 o barril

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*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -0,57%, a US$ 81,78 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,53%, a 559 iuanes

 

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3. Agenda de indicadores

O destaque doméstico é o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) que o BC passou a divulgar às 8h. O Banco Central revisou a previsão para o PIB em 2017 para baixo, de 0,8% para 0,5%, com uma leve alta para a previsão para o consumo das famílias, de 0,4% para 0,5%, enquanto para o consumo do governo foi para baixo, de alta de 0,5% para 0,2%. A previsão do PIB da indústria caiu de alta de 0,6% para leve queda de 0,1%, enquando o PIB agropecuário subiu de alta de % para 6,4%; de serviços caiu de alta de 0,4% para 0,1%. O IPCA no cenário de referência subiu de 3,8% na Aata do Copom para 3,9% no RTI, enquanto no cenário de mercado caiu de alta de 4,2% para 4%. Sobre o cenário global, o Banco Central apontou incerteza sobre a sustentabilidade do avanço e manutenção do preço de commodities e destacou que o alto grau de incerteza poderia dificultar o processo de desinflação. Por outro lado, o BC destacou que o cenário para o IPCA em 2019 está ligeiramente abaixo de 4,5%, refletindo expectativa sobre definição de metas.

Ainda sobre o tema “política monetária”, o jornal Folha de S. Paulo afirma que o ministro da Fazenda Henrique Meirelles quer reduzir meta de inflação para 4,25% já para 2018. Para 2019, meta seria reduzida para 4%. O corte da meta para 2018 exigiria convocação de CMN extraordinário, enquanto a redução de 2019 seria no CMN de junho. 

Às 9h, serão conhecidos os dados das vendas do varejo em janeiro. A projeção da LCA é de avanço de 1,3% na comparação mensal e queda de 3,5% na base anual. Às 11h30, o Tesouro Nacional realiza leilão tradicional de LTN e NTN-F e resgate antecipado de NTN-F.  Além disso, deve ser conhecido também o resultado primário do governo central, que ainda não tem horário de divulgação definido.

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

No exterior, destaque para o PIB dos Estados Unidos, que sai às 9h30. As estimativas do mercado apontam para um avanço de 2,0% no quarto trimestre de 2016, ante 3,5% no período anterior. No mesmo horário também serão conhecidos os pedidos de auxílio desemprego. Foco também para as falas dos presidentes regionais do Fed Robert Kaplan, de Dallas, às 12h, e John Williams, de São Francisco, às 12h15. Às 22h, saem os PMIs Industrial e de Serviços da China.

4. Anúncio do governo

O mercado repercute o anúncio feito na noite da última quarta-feira, em que o governo informou que  promoverá o fim parcial da desoneração da folha e elevará alíquota sobre IOF para cooperativas de crédito, dentro dos esforços para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2017. Além disso, haverá contingenciamento de R$ 42 bilhões no Orçamento deste ano para atingir o objetivo, que também contará com receitas de R$ 10,1 bilhões por decisões favoráveis na Justiça envolvendo a retomada para a União de usinas hidrelétricas.

Segundo relatório do Goldman Sachs, assinado pelo economista para a América Latina, Alberto
Ramos, o anúncio de medidas do governo ficou amplamente em linha com as expectativas do mercado e portanto devem ser neutras para ativos, Do lado positivo, economista destaca a determinação do governo de não validar um déficit mais amplo e o fato de as medidas anunciadas, que implicam aumento da carga
tributária, ter sido mais limitado do que o esperado mais cedo.  

Por fim, destaque para um revés para o governo. O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (29) a proposta de emenda à Constituição (PEC) 395/14, que autoriza universidades públicas e institutos federais a cobrar por cursos de extensão e pós-graduação lato sensu (especializações). Foram 304 votos favoráveis e 139 contrários, mas eram necessários 308 votos “sim” para aprovar a proposta, que agora será arquivada. O texto tinha sido aprovado em primeiro turno em fevereiro de 2016, com 318 votos favoráveis e 129 contrários. Esta proposta agora será arquivada. “O governo tinha orientado sua bancada para que votasse a favor dessa proposta. Essa derrota aumentará a incerteza com a PEC da Reforma da Previdência Social”, afirma a LCA.  

5. Cassação no TSE

De acordo com informações da Folha,  o relatório final do ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), aponta que ele votará pela cassação da chapa de Dilma Rousseff-Michel Temer e contra a punição para tornar os dois candidatos inelegíveis.  Para cassar a chapa, não é necessário, destacam membros do tribunal, que os candidatos tenham ciência dos atos ilícitos. Mas  para torná-los inelegíveis é preciso provar o dolo ou a culpa do candidato. 

O jornal O Estado de S. Paulo informa, por sua vez, que o julgamento deve ser interrompido por um pedido de vista. Segundo o Estado apurou, o ministro Napoleão Nunes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já sinalizou que deve pedir mais tempo de análise para se debruçar sobre o caso.

(Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.