Agência de energia atômica da ONU diz não receber mais dados de monitoramento de Chernobyl

Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA afirmou que 'existe risco claro de acidente nuclear' na Ucrânia

Equipe InfoMoney

Publicidade

A agência de energia atômica da ONU (AIEA) disse na terça-feira (8) que não está mais recebendo a transmissão de dados de seus sistemas na usina nuclear de Chernobyl, que foi tomada por soldados russos no início da invasão à Ucrânia.

As forças russas tomaram o local em 24 de fevereiro, logo no começo da guerra, e a agência afirma que a comunicação entre a usina e os reguladores nucleares da Ucrânia está ocorrendo apenas por e-mail.

Na semana passada, a Rússia assumiu também o controle de Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Leia também:

A AIEA disse no comunicado que o fluxo de informações se deteriorou ainda mais e “está analisando o status dos sistemas de monitoramento de salvaguardas em outros locais da Ucrânia e fornecerá mais informações em breve”.

Segundo o jornal “The Wall Street Journal”, os sistemas de salvaguardas operam remotamente em muitos países e transmitem dados à agência para indicar que uma instalação nuclear está sendo operada normalmente e nenhum equipamento ou material está sendo desviado para fins ilícitos.

Continua depois da publicidade

13 dias de trabalho ininterrupto

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, o argentino Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA (sigla para Agência Internacional de Energia Atômica), afirmou que “existe risco claro de acidente nuclear” na Ucrânia.

Grossi disse também, no comunicado da AIEA, que “está se tornando cada vez mais urgente e importante para o gerenciamento seguro da usina nuclear de Chernobyl rotacionar cerca de 210 funcionários técnicos e guardas que trabalham lá desde que as forças russas assumiram o controle do local, há quase duas semanas”.

A agência diz que “o mesmo turno está de plantão na central nuclear de Chornobyl desde o dia anterior à entrada dos militares russos no local”, que há relatos que os funcionários estão com acesso limitado a alimentos, água e remédios e que “a situação para a equipe está piorando”.

Diante da situação, Grossi afirmou que os funcionários que operam instalações nucleares “devem poder descansar e trabalhar em turnos regulares” e que “isso é crucial para a segurança nuclear geral”. “Estou profundamente preocupado com a situação difícil e estressante que os funcionários da usina nuclear de Chernobyl enfrentam e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear”.