Siderúrgicas saltam com trégua entre EUA e China, enquanto Petrobras e Vale sobem 2%; bancos caem

Confira os destaques desta segunda-feira (3) na Bolsa brasileira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a subir quase 2% e a superar os 91 mil pontos na máxima do dia, mas diminuiu os ganhos registrados mais cedo com a trégua comercial entre EUA e China. Nesta sessão, houve um movimento de realização e, desta forma, não conseguiu ultrapassar mais uma vez os 90 mil pontos no fechamento. 

Os papéis de siderúrgicas, contudo, seguiram em um movimento de fortes ganhos por causa do acordo do G-20 entre as duas maiores economias do mundo. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) também tiveram ganhos, ainda que mais que mais modestos com relação à máxima atingida logo no início da sessão.

Confira os destaques do mercado nesta segunda-feira (3):

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Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4)

As ações de Bradesco e Itaú foram destaques de queda na Bolsa. “Com a virada do mês e alta recente das ações, está havendo um movimento de realização e ajuste de carteiras mensal”, destacou para a Bloomberg Tatiana Brandt, analista da Eleven Financial, que não vê a queda relacionada a questões específicas do setor.

 

Petrobras (PETR3; PETR4)

As ações da Petrobras registraram um dia de alta, em meio à disparada de 4% do petróleo. A disparada após pior semana em uma década também ocorre depois que os líderes da Rússia e Arábia Saudita, também reunidos no G-20, terem ampliado um pacto para controlar os preços no mercado – embora os dois países ainda não tenham confirmado novos cortes de produção.

No radar da companhia, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as vendas de gasolina no Brasil caíram 13,75% em outubro em relação ao mesmo período do ano passado. O volume chegou a 3,05 milhões de metros cúbicos – menor nível dos últimos cinco anos pelo sétimo mês consecutivo, em meio a uma perda de competitividade nas bombas para o etanol hidratado.

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Ainda no radar de Petrobras, a estatal antecipou o pagamento de US$ 500 milhões com o Bank of America que venceriam em 2023 e de US$ 850 milhões com o Intesa Sanpaolo que venceriam em 2022.

Em comunicado, a companhia também informou que a BlackRock aumentou a sua participação na estatal para 5% de ações PN, “se qualificando como detentora de participação acionária relevante no capital social da companhia”.

De forma agregada, as participações societárias detidas pela BlackRock alcançaram 247,2 milhões de ações PN e 16,6 milhões de ADRs.

Vale (VALE3) e siderúrgicas 

As ações de Vale e siderúrgicas subiram forte em meio à trégua entre os EUA e a China, que impulsionam as commodities, com o minério de ferro negociado em Dalian com alta de cerca de 2%. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, reuniram-se em Buenos Aires e chegaram a um acordo para uma “trégua” comercial de 90 dias, período no qual não serão elevadas as tarifas de importação.

Trump e Xi tiveram um jantar na noite de anteontem (1), que durou duas horas e meia e ocorreu logo após o encerramento da cúpula do G20. Quando Trump e Xi saíram da sala de reunião, foram recebidos por um longo aplauso. De acordo com a mídia chinesa, os dois concordaram em não elevar as tarifas sobre itens de importação a partir do dia 1 de janeiro, em um sinal de trégua, que durará 90 dias, para que EUA e China possam negociar tarifas e mecanismos de comércio. Com isso, Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) registram também fortes altas. 

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Ainda no radar das siderúrgicas, a Usiminas fará a partir de hoje uma parada programada de 11 dias de seu alto-forno nº 3 da usina de Ipatinga (MG), para fazer reparos no interior do equipamento para manutenção da segurança operacional e dos níveis de produção, além da melhoria do sistema de refrigeração. Segundo o jornal Valor Econômico, a obra terá um custo de R$ 55 milhões.

Sabesp (SBSP3)

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda o nome do o professor Benedito Braga, de 71 anos, como novo presidente da Sabesp. Braga foi secretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos de 2015 a 2018 e serviu na diretoria colegiada da ANA (Agência Nacional de Águas) de 2000 a 2009. Ele também foi presidente do Programa Hidrológico Internacional da Unesco, em Paris, de 2004 a 2005.

BR Distribuidora (BRDT3)

A BR distribuidora deve entrar no Ibovespa, segundo apontou a primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa com base no pregão de 30 de novembro de 2018 para entrar em vigor entre o período de janeiro a abril de 2019.

Além disso, as ações ordinárias da Via Varejo (VVAR3) substituem as units após a varejista aderir ao novo mercado.  Se a prévia for confirmada, o total de ações no índice passará a ser de 66. 

A companhia ainda aprovou a distribuição de remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) referente ao exercício de 2018, no montante bruto de R$ 563.795.476,5, correspondentes a R$ 0,48394461502. O pagamento será efetuado no dia 30 de abril de 2019, com base na posição acionária de 11 de dezembro de 2018.

Segundo a companhia, as ações da BR Distribuidora passam a ser negociadas ‘ex-juros’ a partir de 12 de dezembro, ou seja, quem comprar nesta data não terá direito a receber tais dividendos.

Ainda no radar da companhia, as ações de BR Distribuidora foram adicionadas à 1ª prévia da carteira teórica do Ibovespa no pregão de 30 de novembro para o período de janeiro a abril de 2019.

Cemig (CMIG4)

A Cemig adquiriu na última sexta-feira (30) a totalidade das ações ordinárias da Rio Minas Energia (RME), acionista da Light, detidas pelo BB – Banco de Investimento, BV Financeira e Santander Brasil. Segundo fato relevante, a companhia pagou R$ 659,4 milhões pelas ações ON da RME e quitou todos os seus compromissos com os bancos.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig concluiu a venda da subsidiária Keystone Foods para a norte-americana Tyson Foods pelo valor de US$ 1,4 bilhão. Com a venda, a Marfrig segue sua estratégia com foco no mercado global de carne bovina e reduz seu nível de alavancagem financeira.

Ainda no radar de Marfrig, a companhia fez uma oferta pelo segmento de bovinos da BRF na Argentina e pela produção de hambúrguer no Brasil. Pela proposta, a Marfrig forneceria hambúrguer para a BRF. Segundo o Valor Econômico, a proposta foi bem recebida na BRF, mas a operação ainda não foi fechada.

Santander (SANB11)

O Santander Brasil fez uma nova emissão de letras imobiliárias garantidas (LIG) no valor de R$ 153 milhões. As operações têm prazo de três anos, sem liquidez. Também em novembro, o Santander já havia emitido duas LIGs, no montante de R$ 24 milhões.

Banco do Brasil (BBAS3)

Segundo informa a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, um dos alvos do programa de privatizações do governo de Jair Bolsonaro deverá ser a BBDTVM. A empresa é a principal gestora de fundos de investimentos do Brasil, tendo patrimônio líquido de aproximadamente R$ 1 trilhão.

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade concluiu a venda de participação em joint venture para a Mapfre. A conclusão do negócio deve liberar R$ 2,1 bilhões de necessidades de capital, montante que poderá ser distribuído aos acionistas.

JBS (JBSS3)

A JBS está fazendo planos para retomar aquisições e abrir o capital da companhia nos Estados Unidos. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, após vender diversos ativos para reduzir dívidas nos últimos 18 meses, a companhia voltou a analisar aquisições, desta vez complementares à sua linha de negócios.

Ainda no radar da companhia, o Estadão informa que o BNDES está se preparando para vender sua participação de 21,3% na JBS. O banco enviará nas próximas semanas carta-convite às instituições financeiras para que elas possam participar do processo.

A fatia do BNDES na JBS é avaliada no mercado em R$ 6,8 bilhões, considerando o fechamento da cotação da ação na sexta-feira, a R$ 11,77. O desenho de como será a venda da sua participação ainda não está definido: poderá ser feita em bloco para um único investidor ou negociada aos poucos na Bolsa.

“O acordo de acionistas entre as duas companhias será revisado no fim de 2019. Porém, a saída do BNDES antes desse prazo poderia ser positiva para um potencial IPO da JBS nos Estados Unidos, cujo interesse vem sendo reforçado pela empresa”, destaca a XP Research. 

Suzano (SUZB3)

A Suzano está oferecendo a seus clientes a possibilidade de travar o preço da celulose em 2019. De acordo com o presidente da companhia Walter Schalka, que conversou com o Valor Econômico, o objetivo é oferecer maior previsibilidade de preços após o fechamento da fusão com a Fibria, podendo travar os valores na cotação de referência atual, também com desconto fixo.

Azul (AZUL4)

A Azul foi rebaixada de compra para neutra pelo Goldman Sachs, uma vez que o mercado já está precificando a margem EBIT de 11,3% em 2019, escreveram os analistas Bruno Amorim e Julia Guanaes em relatório de 3 de dezembro. “Acreditamos que o risco/retorno não é mais tão atraente neste momento”, avaliam eles, que destacam que os preços mais baixos do petróleo e o poder de precificação da Azul provavelmente impulsionarão maiores margens em 2019. 

As estimativas de receita líquida da Azul foram reduzidas em 1% e 2% para 2019 e 2020, respectivamente; Margem EBIT aumentou para 2018-2020 com estimativas menores de custos de combustível de aviação. Já o preço-alvo foi elevado para R$ 40,70, de R$ 37,70 para refletir principalmente os preços mais baixos dos combustíveis. A ação acumula alta de 29% no ano, contra 17% do Ibovespa.

Oi (OIBR4)

A Oi contratou a consultoria Oliver Wyman para atuar como Project Management Office do projeto de implantação do plano de capex da companhia, elaborado no âmbito do Plano de Recuperação Judicial, que prevê investimentos em média de R$ 7 bilhões anuais, em um ciclo de três anos.

“Oliver Wyman aportará expertise para assegurar o acompanhamento e controle de execução dos investimentos de forma célere, eficiente e no melhor potencial de retorno”, disse a companhia.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.