34 ações que andaram demais no rali da bolsa e não valem a pena comprar agora

Apesar disso, dois papéis ficaram para trás e oferecem uma boa oportunidade de entrada neste momento

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Com alta acumulada de 8% nos últimos nove pregões e nova máxima histórica marcada em 79.135 pontos, o Ibovespa iniciou 2018 com tudo e pelo ritmo acelerado das compras já na primeira semana promete dar muitas alegrias este ano. Porém, 6.000 pontos de valorização depois e diversas ações na máxima, para o investidor fica a grande questão: vale a pena comprar neste momento?

Nos próximos parágrafos, vou mostrar que neste momento existem poucas ações que oferecem um risco x retorno atrativo e 34 papéis que não valem a pena comprar agora, já que estão muito esticados e o respectivo stop loss não justifica o risco. Porém, as ações de Braskem (BRKM5) e BRF (BRFS3) ficaram devendo neste rali e estão na lista escassa de boas oportunidades de compra neste momento.

O rompimento do antigo topo histórico em 78.042 pontos no pregão passado não foi o gatilho da compra do mercado no curto prazo, que já está comprado desde 21 de dezembro, quando rompeu a LTB (Linha de Tendência de Baixa) de curto prazo e confirmou o “pivô de alta” formado entre 75.075 pontos e 70.825 pontos (veja mais aqui). Naquele momento, na região de 75 mil pontos, muitos papéis ainda estavam próximos das mínimas marcadas em novembro e ofereciam um risco x retorno atrativo para o trader, como no caso de Lojas Renner (LREN3) e Randon (RAPT4), recomendações de compra abertas no InfoTrade naquele momento e que foram encerradas em meio a disparada do mercado com lucro de 7%. Vale lembrar também das ações da Vale (VALE3), que na penúltima semana dezembro superaram a região de R$ 37,00 em base semanal e também ofereceram uma boa oportunidade (veja mais aqui).

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Obviamente, outras tantas ações deram compra neste período e até mesmo subiram ainda mais, como no caso das siderúrgicas, que somente no pregão passado dispararam 5% e ofereceram ganhos concretos em poucos dias. A ideia aqui não é “viver do passado” ou mesmo recomendar venda para o mercado, mas alertar que nos níveis atuais existem poucas ações que oferecem um risco x retorno atrativo, já que estão bastante esticadas em termos técnicos. Para entender melhor esse raciocínio, vamos dar uma olhada em dois estudos:

i) IFR (Índice de Força Relativa) de 14 dias;

ii) diferença entre o preço e a MM21 (média móvel de 21 dias).

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Quando o assunto é sobrecompra e sobrevenda na análise técnica, nada melhor do que olhar o IFR. Pela convenção entre os analistas técnicos, quando um papel está na região de 30, considera-se que o mercado exagerou na venda (sobrevenda), da mesma forma na faixa de 70 os investidores “forçaram” na compra (sobrecompra). De com levantamento feito pelo InfoMoney, das ações que fazem parte do IBrX 100, 17 estão com o IFR igual ou acima de 70 e outras 11 acima de 65, ou seja, próximas da região de sobrecompra.

Confira a lista completa:


Fonte: Bloomberg

Apesar de ser um dado interessante e que reflete como o mercado já andou bastante, quando estamos em uma tendência, observar IFRs altos não deixa de ser uma consequência do movimento principal. Por isso, para entender se vale a pena (ou não) entrar no mercado agora, prefiro observar a diferença entre o preço e a MM21, pois, com essa métrica, é possível ter uma ideia do stop loss da operação.

Vale o risco?
Antes de realizamos uma compra ou venda, a primeira pergunta que devemos responder é se vale correr o risco da operação em relação alvo projetado. Ganhos e perdas no mercado se dão sempre em juros compostos, que, por definição, têm característica exponencial: se você perde entre 1% a 10%, por exemplo, seu break even (ganho necessário para se recuperar de uma perda) é próximo da linearidade, mas a situação começa a engrossar a partir daí. Com 15% de prejuízo, o investidor terá que lucrar 17,65% para reaver suas perdas, ao passo que 20% de perda corresponde a 25% de ganho nesta comparação e para recuperar 50%, o trader necessita ganhar 100%. Como ninguém prevê o futuro, a única opção que o trader tem na mão quando vai operar é o risco e as probabilidades a seu favor.

Tendo isso em mente, ao comparar o preço do último fechamento em relação a MM21 das ações que fazem parte do IBrX 100, podemos observar que muitas estão afastadas da referência de suporte, ou seja, estão longe do último fundo, geralmente uma das referências mais utilizadas para dimensionar o stop loss da operação. Pelo levantamento feito pelo InfoMoney, 34 papéis estão 6% acima da MM21, ou seja, precisam oferece uma relação de risco x retorno muita atrativa para justiticar uma entrada. Para entender melhor esse conceito, vamos ao exemplo com os papéis da CSN (CSNA3), segundo maior percentual da lista.

Levando em conta que o swing trader (investidor que opera no curto prazo) fez a entrada no fechamento do pregão passado e considerando a distância entre o último fundo formado em R$ 7,32, temos um stop loss de 21% (retângulo vermelho), ou seja, para justificar uma entrada precisaria projetar um alvo de pelo menos 32% para valer o risco, o que representa atingir R$ 12,22, uma missão bastante árdua tratando-se de uma operação de curto prazo. Portanto, para minimizar esse risco, aguardar uma correção nos próximos dias é a melhor opção para o trader.

Confira a lista completa:


Fonte: Bloomberg

Ações atrasadas

Porém, como podemos ver pela lista, alguns papéis ficaram atrasados em meio a valorização do mercado e até mesmo podem ser uma alternativa com um risco x retorno interessante. Esse é o caso das ações da Braskem (BRKM5), recomendação de compra aberta pelo InfoTrade no final de dezembro em vista da sinalização de fundo sobre a faixa de R$ 42,00 e confirmaram o rompimento da LTB de curto prazo nessa semana. Da lista ainda, destaque também para os papéis da BRF (BRFS3), sugestão do analista técnico da XP Investimento, Gilberto Coelho, no programa “Operações com Giba” desta semana – confira aqui.

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Rafael Ribeiro é analista gráfico CNPI-T credenciado pela Apimec

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