Petrobras sobe 2% na esteira do petróleo, Magazine Luiza salta 5% e banco dispara até 40%

Confira os principais destaques da bolsa desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Impulsionado pela forte alta do petróleo, que puxou para cima as ações da Petrobras, o Ibovespa renovou nesta quarta-feira (13) máxima histórica de fechamento, superando os 75.000 pontos.

Em Nova York, o petróleo subiu mais de 2% após a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) comentar que o excedente do petróleo nos mercados globais começou a diminuir devido a um forte crescimento mais forte do que o esperado na demanda da Europa e dos Unidos Unidos, bem como por declínios na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e países não membros. Com isso, as ações da Petrobras chegaram a subir mais de 2% na máxima do dia e fecharam o pregão entre as maiores altas do Ibovespa. 

Do lado negativo, destaque para as ações da Localiza, que caíram até 4% após um corte de recomendação pelo HSBC. Os papéis da Vale e siderúrgicas também figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa em pregão misto para os preços do minério de ferro. 

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Fora do índice, chamaram atenção as ações do banco Indusval, que subiram até 30% em meio à venda de 70% da corretora Guide Investimentos para a gestora de investimentos chinesa Fosun pelo valor de R$ 290 milhões. Do outro lado, os papéis da Ser Educacional afundaram até 7% em meio ao anúncio de oferta de ações de até R$ 400 milhões. 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta quarta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 15,03, +1,08%; PETR4, R$ 15,68, +1,82%)
Puxadas pelos preços do petróleo, as ações da Petrobras subiram forte nesta sessão. Em Londres, os contratos da commodity do tipo Brent avançavam 1,70%, a US$ 55,19 o barril, enquanto os contratos do WTI, negociados em Nova York, fecharam em alta de 2,2%, a US$ 49,35 o barril. 

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Além disso, no radar, a estatal informou um empréstimo de R$ 4,5 bilhões junto ao Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,59, +0,63%), com prazo de 1286 dias a taxas em condições de mercado, para financiamento de exportações. Ainda de acordo com a companhia, a BR Distribuidora liquidou antecipadamente notas de crédito à exportação emitidas em favor do BB. “Assim, essa nova captação não apresentou impacto no endividamento líquido consolidado da Petrobras, nem em seu perfil. Tal operação encontra-se alinhada à estratégia da Petrobras de promover a reestruturação societária da BR, conforme fato relevante divulgado em 25 de agosto de 2017”, dizia o comunicado.

Ainda de acordo com a petrolífera, foi feito nesta terça-feira o pré-pagamento de financiamentos com o JPMorgan no valor total de US$ 1,13 bilhão, com vencimentos entre junho de 2019 e março de 2020. Simultaneamente, a companhia contratou um novo financiamento com a instituição, no valor de US$ 847,5 milhões e vencimento em 2022.

Por fim, a Petrobras informou que seu fundo de pensão, a Petros, apresentou um plano de equacionamento de déficit para seus planos, o PPSP (Plano Petros do Sistema Petrobras), que será de R$ 27,7 bilhões em 2017. Do montante total, a companhia vai arcar com R$ 12,8 bilhões; e a BR, com outros R$ 900 milhões. O restantes será pago pelos contribuintes a partir de dezembro. As avaliações são de que a medida afete 64 mil aposentados e 13 mil da ativa.

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Vale (VALE3, R$ 34,77, -1,39%; VALE5, R$ 31,80, -1,85%)
As ações da Vale fecharam no negativo nesta sessão. Hoje, o minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, fechou em leve alta de 0,25%, a US$ 76,56 a tonelada, enquanto os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dalian caíram 0,37%, a 534 iuanes. 

Acompanharam o movimento negativo os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 26,79, -1,03%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,03, -1,39%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,90, -1,50%), CSN (CSNA3, R$ 10,42, -1,98%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,46, -0,47%). 

Azul (AZUL4, R$ 27,91, +5,56%)
Após as ações fecharem ontem em queda de 5,23%, com volume financeiro quase 13 vezes acima da média registrada nos últimos 21 pregões, a companhia informou ao mercado que prepara uma oferta pública secundária de 40.630.186 ações. A operação pode movimentar ao menos R$ 1,074 bilhão, com base nas cotações de fechamento dos papéis desta terça-feira. Segundo fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), estão entre os vendedores na oferta Saleb II Founder 1, Star Sbia, WP-New Air, ZDBR, Maracatu LLC, Trip Investimentos, Trip Participações e Rio Novo Locações Ltda. Nos bastidores do mercado, a oferta secundária já era alvo de especulações.

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Ser Educacional (SEER3, R$ 30,89, -3,17%)
Após o cancelamento da tentativa de realizar “follow on” há cerca de 3 meses, a Ser Educacional informou ontem que seu conselho de adminstração aprovou um aumento do capital social de no mínimo R$ 237 milhões e R$ 400 milhões, mediante a emissão, para subscrição privada, de um volume de ações que pode ir de 8.214.815 até 13.888.889, ao preço de emissão de R$ 28,80 – o que representa um deságio de quase 10% frente ao fechamento de ontem.

Segundo a empresa, o Credit Suisse assumiu o compromisso de subscrição da quantidade mínima (cerca de 60% da oferta) e os investidores terão entre 18 de setembro e 17 de outubro para subscrever. Além disso, a companhia afirmou ainda que o controlador, José Janguiê Bezerra Diniz, que detém 70% das ações ordinárias da companhia, decidiu colocar à venda até 11,13% do capital da empresa, fatia equivalente a 13.888.889 de ações ou aproximadamente R$ 440 milhões. Segundo a empresa, o “timing” da oferta secundária não dependerá do aumento de capital, o que deve criar um ‘overhang’ (excesso de liquidez) no papel, comentam os analistas do BTG Pactual. Janguiê não irá subscrever no aumento de capital e como resultado, assumindo: i) um aumento de capital de R$ 400 milhões; e ii) uma oferta secundária bem sucedida, a sua participação final na companhia irá cair para 53%.

“Como já escrevemos no passado, o fato do controlador não estar susbcrevendo na primária e ainda estar vendendo na secundária certamente levanta algumas preocupações. A boa notícia é que tal movimento irá melhorar e muito a liquidez do papel (estimamos que saia dos atuais R$ 4 milhões por dia para cerca de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões)”, comentam os analistas do banco. Eles apontam ainda que o racional da transação é focar em fusões e aquisições, além de financiar o crescimento orgânico (principalmente agora com a aceleração da abertura de novos campi e novos polos). Eles seguem com a visão de que a Ser é uma das mais beneficiadas com as novas mudanças regulatórias no EAD (ensino à distância) e reiteraram compra para o papel. 

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Localiza (RENT3, R$ 61,65, -3,25%)
As ações da Localiza lideraram as perdas do Ibovespa após o HSBC ter cortado a recomendação do papel de compra para manutenção. Na mínima do dia, as ações caíram 4,38%, a R$ 60,93. 

Eletropaulo (ELPL4, R$ 15,98, -1,30%)
Em assembleia geral extraordinária, os acionistas da companhia aprovaram a admissão da companhia elétrica no Novo Mercado. A companhia informou que, com isso, ocorrerá a conversão da totalidade das suas ações preferenciais em ações ordinárias, na proporção de um para um, e a reforma global do seu Estatuto Social para adaptá-lo ao Regulamento de Listagem do Novo Mercado da B3, para assim incorporar os demais ajustes detalhados na proposta da administração, com a sua respectiva consolidação. A companhia informou ainda que os acionistas titulares de ações preferenciais que não compareceram, se abstiveram de votar ou votaram contra a conversão das ações na Assembleia Especial poderão exercer o direito de retirada relativamente às ações preferenciais de emissão da Companhia desde que sejam, comprovada e ininterruptamente, titulares desde 23 de fevereiro deste ano.

Segundo a Suno Research, o comunicado reflete uma preocupação interessante da gestão da empresa em se aproximar dos acionistas minoritários, o que é entendido como positivo pelo mercado e que refletiu na alta de 37% da mínima deixada no começo de junho para cá. A consultoria, no entanto, diz que entende que a empresa já teve dias melhores – e isso pode ser explicado pelo endividamento no limitar do que considera ser elevado frente aos resultados operacionais que produz – e, por conta disso, prefere ficar fora dos papéis. 

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Klabin (KLBN11, R$ 18,69, +0,92%)
A empresa confirmou a emissão de US$ 500 milhões em green bond, com cupom de 4,785% e vencimento em 19 de setembro de 2027. Segundo a companhia, os títulos serão distribuídos em operações isentas de registro nos Estados Unidos para investidores institucionais qualificados. Os recursos captados serão destinados a projetos que reforçam a atuação sócio-ambiental da empresa.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 72,30, +4,75%)
As ações da Magazine Luiza estancaram a queda de 12% ontem e fecharam em alta hoje, na esteira da aprovação pelo conselho de administração da empresa de uma oferta de 24 milhões de ações. Na máxima do dia, os papéis subiram 4,32%, a R$ 72,00. No blog “O Investidor de Sucesso” da última terça-feira, o editor do InfoMoney e analista Thiago Salomão, comentava por que seguia recomendando a compra do papel mesmo diante da forte queda (veja aqui a análise completa). 

 Banco Indusval (IDVL3, R$ 2,50, +14,16%; IDVL4, R$ 2,13, +5,45%)
As ações do Banco Indusval dispararam após anunciar, na noite de ontem, a venda de 70% do capital da sua corretora Guide Investimentos para a gestora de investimentos chinesa Fosun pelo valor de R$ 290 milhões.  O Indusval manterá participação de 20% na Guide, com 56.208 ações preferenciais, mas terá a opção de vender essa fatia à própria Fosun no futuro, com eventuais acréscimos proporcionais à valorização do ativo. O preço atribuído a 100% da corretora é de R$ 414 milhões. Na máxima do dia, as ações ONs subiram 39,27%, a R$ 3,05, enquanto os papéis PNs registraram alta de 17,33%, a R$ 2,37.