Petrobras, Vale e siderúrgicas amenizam ganhos após EUA; 3 small caps despencam após disparada e M.Dias Branco desaba 9%

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta terça-feira (7) 

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 16,18, +1,89%;PETR4, R$ 15,36, +1,72%)

Após ânimo na abertura do pregão, as ações da Petrobras zeram os ganhos depois da abertura dos EUA, apesar da alta de 0,79% do WTI, a US$ 53,62. 

Além disso, a estatal deve retomar a venda de ativos nas próximas semanas, segundo o presidente da companhia, Pedro Parente. Durante evento em Houston, ele disse que a estatal vê o TCU aprovando a metodologia de venda de ativos nas próximas semanas, abrindo caminho para que programa de desinvestimento seja retomado. A Petrobras já informou que pretende reduzir a relação dívida líquida/Ebitda para 2,5 vezes até fim de 2018.

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 31,78, +2,19%;VALE5, R$ 30,01, +2,11%) também diminuem os ganhos após a abertura dos EUA. Na máxima do dia, os ativos da empresa chegaram a subir 2,5%. As ações das siderúrgicas também seguem com ganhos, caso da Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 6,44, +2,71%), Gerdau (GGBR4, R$ 13,31, +1,53%), Usiminas (USIM5, R$ 5,15, +0,59%) e CSN (CSNA3, R$ 11,55, 0%), mas a alta foi amenizada.

O contrato futuro de minério negociado na Bolsa de Dalian registrou queda de 2,22%, enquanto o spot negociado em Qingdao ficou praticamente estável, com leves ganhos de 0,08%, a US$ 89,80 a tonelada. 

Ainda no radar da Vale, o Bradesco BBI elevou o preço-alvo para os ADRs para US$ 11,50 por papel (R$ 38,00), em meio à revisão para cima dos preços do minério de ferro (de US$ 65 a tonelada para US$ 70 em 2017 e de US$ 55 para US$ 60 em 2018. Contudo, a recomendação para as ações segue neutra, uma vez que os analistas destacam que o preço de equilíbrio da commodity está dentro do intervalo de US$ 55 a 60 a tonelada, ante o spot de US$ 88.

CCR (CCRO3, 17,62, -2,11%)

As ações da CCR registram queda após o balanço do quarto trimestre. A companhia teve lucro líquido de R$ 169,5 milhões no quarto trimestre, queda de 30,8% ante o mesmo período do ano anterior, em meio a recuo no tráfego. No período, a receita líquida somou R$ 1,69 bilhão, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2015, com o tráfego consolidado apresentando recuo de 7% no período.

O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado do grupo ficou em 988 milhões de reais, acréscimo de 0,4%. No fim de dezembro, a dívida líquida consolidada da CCR atingiu R$ 13,3 bilhões, com a relação dívida líquida sobre Ebitda dos últimos 12 meses em 2,5 vezes, ante 3,2 vezes no final de 2015, quando o valor era de R$ 11,5 bilhões.

Os investimentos do grupo CCR no último trimestre do ano passado, incluindo o ativo financeiro e gastos de manutenção, totalizaram R$ 1,2 bilhão ante R$ 958 milhões um ano antes. As unidades de negócio que mais investiram no período foram CCR Metrô Bahia, BH Airport, CCR MSVia, CCR RodoNorte e CCR AutoBAn, informou a companhia. Para 2017, a companhia prevê investir R$ 3,3 bilhões, após ter realizado investimento líquido de R$ 3,5 bilhões em 2016. A previsão no final de 2015 era investir R$ 4,3 bilhões no ano passado.

O BTG Pactual considerou o resultado abaixo das estimativas, mas mantém recomendação de compra para as ações, de olho nas oportunidades de crescimento e queda da taxa de juros no Brasil. Já para o Itaú BBA, o balanço foi neutro, com destaque negativo para a deterioração do lucro. 

M.Dias Branco (MDIA3, R$ 121,76, -9,13%)

A M. Dias Branco cai após o resultado decepcionar e, em seguida, ter a recomendação rebaixada pelo Itaú BBA. A companhia encerrou o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 236,1 milhões, o que representa um avanço de 92,4% ante igual trimestre de 2015. Em 2016, o lucro foi de R$ 784,4 milhões, uma alta de 29,9% ante o ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 240,8 milhões entre outubro e dezembro de 2016, um avanço de 80,6% ante o mesmo intervalo de 2015. No ano de 2016, o Ebitda totalizou R$ 919,4 milhões, o que representa um crescimento de 33,9% ante 2015.

A receita líquida da empresa foi de R$ 1,400 bilhão no quarto trimestre do ano, com alta de 16,8% ante igual trimestre do ano anterior. Nos 12 meses encerrados em dezembro, a receita líquida somou R$ 5,328 bilhões, com crescimento de 15,3% ante 2015.

O resultado financeiro no quarto trimestre de 2016 ficou em R$ 15,6 milhões positivo, ante resultado também positivo de R$ 9,2 milhões do quarto trimestre de 2015.

De acordo com o Itaú BBA, o Ebitda veio 17% abaixo da estimativa do banco e 13% abaixo do consenso. Os analistas apontam que a compressão de margens começou, o que pode ser atribuída em parte aos descontos. Em meio a esse cenário, os analistas rebaixaram a recomendação para a ação de neutra para underperform (desempenho abaixo da média do mercado), mantendo o preço-alvo em R$ 130,00.

A companhia ainda informou que vai submeter a seus acionistas a proposta de desdobramento da totalidade de suas ações ordinárias na proporção de um para três. A proposta vai ser avaliada em uma Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, que será realizada em 13 de abril de 2017, às 9h, na sede da empresa.

Oi (OIBR3, R$ 5,79, +7,22%; OIBR4, R$ 4,50, +8,43%)

A Oi tem novo dia de disparada, avança 30% em três sessões. Os ativos ON da companhia já avançam 120% em 2017, enquanto os PNs saltam 100%, registrando o maior patamar desde agosto de 2015. 

No radar da empresa,  justiça portuguesa reconheceu o processo de recuperação judicial da Oi no Brasil, informou a operadora em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de segunda-feira. Conforme o documento, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa confirmou que os credores da companhia e da subsidiária Telemar Norte Leste estarão sujeitos às decisões proferidas pela justiça brasileira.

Em junho do ano passado, a Oi entrou com o maior pedido de recuperação judicial na história do país, a fim de reestruturar uma dívida de cerca de 65 bilhões de reais.

Smiles (SMLE3, R$ 60,49, -0,84%)

As ações da Smiles registram leve queda após terem a recomendação cortada de overweight (desempenho acima da média do mercado) para neutra pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 65,00. Por outro lado, o BTG Pactual destacou sua preferência sobre a companhia em relação a ação de outra empresa de programa de fidelidade, a Multiplus (MPLU3, R$ 35,33, -0,14%). O preço-alvo para as ações SMLE3 foram elevados de R$ 65 para R$ 73. Já o preço-alvo da Multiplus foi reduzido de R$ 48,00 para R$ 42,00.

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 56,50, -1,53%) e Via Varejo (VVAR11, R$ 10,74, -2,01%)

As ações do Pão de Açúcar e da Via Varejo registram queda na esteira do resultado do controlador, o francês Casino. No Brasil, o lucro operacional do Casino caiu para 314 milhões de euros, ante 434 milhões de euros, afetado por gastos promocionais para impulsionar as vendas na rede de supermercados Extra.

Além disso, o presidente da varejista francesa, Jean-Charles Naouri, afirmou que o  Casino ainda não decidiu o que fará com os recursos provenientes da venda da Via Varejo no Brasil. Em coletiva de imprensa após a divulgação dos resultados de 2016, que fez as ações do grupo francês cair nesta sessão, o executivo afirmou que o capital obtido com a venda da Via Varejo pode ser usado para reduzir a despesa financeira ou acelerar a expansão das lojas Assaí no Brasil.

Naouri afirmou ainda que vê boa tendência comercial para o Grupo Pão de Açúcar, controlado pelo Casino, no Brasil em 2017, a exemplo do que se observou no quarto trimestre do ano passado. De acordo com ele, o Casino mira investimentos de pouco menos de 1 bilhão de euros neste ano.

Small caps em queda

As ações de três small caps que dispararam na véspera ou registraram um movimento de forte valorização nos últimos dias “sem explicação”, têm um dia de baixa nesta terça-feira. 

Após quatro altas seguidas e ganhos de 185% no ano, as ações da CSU Cardsystem (CARD3, R$ 13,06, -6,11%) realizam os ganhos. O balanço da companhia será divulgado no próximo dia 9 de março, depois do fechamento do pregão. Em comunicado no final de fevereiro, quando as ações já registraram forte alta, a companhia informou à CVM desconhecer o motivo para alta tão expressiva. “Todavia, com o intuito de auxiliarmos, informamos que a Sul América, acionista que detinha 17,2% de participação sobre o capital social da CSU em março de 2016, alienou sua participação acionária para menos de 5% de participação, conforme último ‘comunicado ao mercado’ enviado à CVM em 14 de fevereiro de 2017. 

Outra ação com movimento parecido é a Springs Global (SGPS3, R$ 10,10, -6,48%). Após avançar 23% nas últimas duas sessões, o papel cai forte. Em resposta à BM&FBovespa sobre a oscilação recente dos papéis, a diretora de relações com investidores da empresa, Alessandra Gadelha, disse que não há nenhum fato do conhecimento da companhia que pudesse justificar a movimentação dos papéis. A informação foi divulgada ao mercado nesta manhã no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

Por fim, está a Mills (MILS3, R$ 4,83, -5,11%), que cai forte hoje após disparar 18,65% na última segunda-feira. No radar da companhia, ela convocou assembleia de debenturistas para tratar de waiver. O encontro será no dia 22 de março, às 10h. 

Cemig (CMIG4, R$ 11,37, +2,43%)

As ações da Cemig registram ganhos nesta sessão. Em comunicado, a companhia informou que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu liminar para manter a Cemig Geração e Transmissão na titularidade da concessão da Usina Hidrelétrica de São Simão, em Minas Gerais, nas bases iniciais do Contrato de Concessão n.º 007/97, até a conclusão do julgamento do mandado de segurança nº 21.465, no STJ, impetrado pela Companhia.

Saraiva (SLED4, R$ 5,58, -2,28%)

As ações da Saraiva caem pela segunda sessão seguida. Na véspera, os papéis caíram 3,55% em meio à entrevista do presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz, que negou conversações para venda para a Saraiva. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.