Ações de elétricas sobem 4% com bandeira tarifária; CSN e Usiminas caem e Petrobras tem leve baixa

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (1)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa passou a registrar ganhos durante a tarde desta quarta-feira, apesar da Vale (VALE3, R$ 98,85, +0,17%) ficar entre perdas e ganhos, assim como a CSN (CSNA3, R$ 34,88, +0,06%), enquanto Gerdau (GGBR4, R$ 28,15, -0,60%) e Usiminas (USIM5, R$ 17,00, -2,59%) tiveram queda.

Cabe destacar que o dia foi de forte baixa do minério na China, o que levou a uma queda dos ativos mais cedo, em continuidade ao movimento registrado em agosto. A referência do minério de ferro na bolsa de Dalian, para entrega em janeiro, chegou a cair 8,6%, maior recuo percentual desde 30 de julho, a 759 iuanes/tonelada, antes de fechar em queda de 7,8%, a 765 iuanes por tonelada.

Enquanto isso, a atividade industrial da China caiu em contração em agosto pela primeira vez em quase um ano e meio já que as medidas de contenção da Covid-19, gargalos de oferta e preços altos de matérias-primas pesaram sobre a produção.

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O dia foi novamente de queda para a Petrobras (PETR3, R$ 27,77, -0,54%; PETR4, R$ 27,04, -0,55%), mas a baixa também foi amenizada para menos de 1%.

A sessão é de estabilidade para o petróleo após a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, que formam o grupo conhecido como Opep+. A conclusão da reunião foi em linha com o esperado, com o grupo mantendo uma política já existente de aumentos graduais na produção de petróleo, apesar de ter revisado para cima as perspectivas de demanda para 2022 e de enfrentar a pressão dos Estados Unidos para que o bombeamento da commodity seja ampliado de forma mais rápida.

Cabe destacar que, na véspera, as ações da Petrobras caíram forte após o presidente Jair Bolsonaro afirmar ontem  em conversa com apoiadores que o governo irá “começar a trabalhar” no preço dos combustíveis, mas não adiantou o que pode ser feito além de cobrar, mais uma vez, mudanças no ICMS.

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Enquanto isso, bancos voltaram a registrar um dia de ganhos.

A sessão também foi de forte alta para ações de companhia de energia, na esteira da nova bandeira tarifária, ainda que a crise hídrica seja monitorada de perto pelos investidores do setor. Eneva (ENEV3, R$ 16,30, +4,02%), Cemig (CMIG4, R$ 13,97, +3,40%) e Copel (CPLE6, R$ 7,10, +3,80%) tiveram algumas das maiores altas do índice. Fora do Ibovespa, as ações da Omega (OMGE3, R$ 34,98, +5,55%) também avançaram.

Ativos como de Eneva, de energia térmica, e Omega, de energia eólica, são recorrentemente destacados como  vencedores relativos no cenário de crise hídrica, em meio à busca por novas fontes de energia.

Ainda no radar da Eletrobras (ELET3, R$ 38,68, +2,79%; ELET6, R$ 38,74, +2,57%), a companhia informou na terça-feira que pagará R$ 23,2 bilhões à União pelas outorgas de 22 usinas hidrelétricas que terão contratos renovados, em movimento relacionado ao processo de privatização da empresa, após o governo federal ter aprovado resolução que define o valor do benefício econômico dos novos contratos de concessão da companhia. O Credit Suisse aponta que esse é um novo passo para a privatização da elétrica (veja mais aqui).

Confira mais destaques:

CSN (CSNA3, R$ 34,88, +0,06%)

A CSN informou que a sua controlada, a CSN Cimentos, concluiu a aquisição do controle da Elizabeth Cimentos e Elizabeth Mineração.

A CSN informou sobre a operação em 30 de junho, com o negócio avaliado em R$ 1,08 bilhão, com pagamento em caixa, aporte de capital e assunção de dívidas.

Oi (OIBR3, R$ 1,02, -8,11%; OIBR4, R$ 1,71, -5,00%)

A Oi anunciou Cristiane Barretto Sales como nova diretora de finanças e relações com investidores (CFO e DRI) da companhia.

A executiva substitui Camille Faria, que deixou a empresa na segunda-feira para assumir o cargo de CFO na TIM.

Como CFO e DRI, Cristiane reportará diretamente ao CEO Rodrigo Abreu. Ela será “responsável pela continuidade da implementação da estratégia financeira da Companhia e foco na execução de seu plano de transformação, com ênfase na otimização e simplificação de suas operações, na implementação de uma nova disciplina financeira e na conclusão de todas as operações extraordinárias ora em andamento, de forma alinhada com o plano estratégico da Oi divulgado ao mercado em 19 de julho de 2021”.

Ambipar (AMBP3, R$ 64,40, -3,16%)

A Ambipar fechou nova compra, desta vez de 70% da Suprema Serviços Industriais, por meio de sua subsidiária Environmental.

“A Suprema atua há 26 anos no gerenciamento, movimentação e tratamento de resíduos, coprocessamento, valorização de recicláveis, carregamento e transporte de rocha com foco principal no setor de mineração”, destacou em comunicado.

Lojas Renner (LREN3, R$ 37,50, -1,47%)

A Renner informou ter concluído a aquisição da totalidade das quotas de emissão do Repassa Intermediação de Negócios.

“Fundada em 2015, o Repassa é uma plataforma online de revenda de roupas, calçados e acessórios e que atua em todo território nacional. É uma startup nativa digital com foco no público feminino, B e C+, e com ESG no centro do seu modelo de negócio, que tem a missão de aumentar o ciclo de vida das peças, gerando positivamente impacto ambiental e social
nesse processo. Opera através do modelo gerenciado, com curadoria de sortimento e qualidade, e controle sobre toda a jornada do consumidor. O mercado de revenda apresenta alto potencial de crescimento e é uma das grandes tendências do varejo de moda, principalmente entre gerações mais novas”, aponta a companhia.

Bemobi (BMOB3, R$ 22,99, +0,17%)

A Bemobi concluiu a compra  de 100% do capital social da Tiaxa (Zonamovil). Segundo a companhia, a “aquisição é um importante passo na implementação do plano estratégico visando alavancar o crescimento em serviços digitais com ênfase em microfinanças e plataformas digitais, canais e geografia”.

Eletrobras (ELET3, R$ 38,68, +2,79%; ELET6, R$ 38,74, +2,57%)

A Eletrobras informou na terça-feira que pagará R$ 23,2 bilhões à União pelas outorgas de 22 usinas hidrelétricas que terão contratos renovados, em movimento relacionado ao processo de privatização da empresa, após o governo federal ter aprovado resolução que define o valor do benefício econômico dos novos contratos de concessão da companhia.

Segundo a elétrica estatal, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) fixou o montante de R$ 62,5 bilhões como valor adicionado pelos novos contratos de concessão de geração de energia elétrica para as 22 usinas da Eletrobras, em condição precedente para a capitalização da empresa. Parte do valor adicionado, os R$ 23,2 bilhões serão pagos à União pela Eletrobras capitalizada ou por suas controladas pelas outorgas das usinas.

Conforme destaca o Credit Suisse, estes pontos são uma condição para a privatização. Os recursos devem ser injetados na conta CDE, a serem usados para diminuir as tarifas de eletricidade.

As mudanças foram diversas mas no geral, o efeito parece neutro, avaliam os analistas. As premissas usadas para calcular as taxas diferem das iniciais usadas em fevereiro, quando o governo anunciou as primeiras estimativas para a privatização. Na visão dos analistas, a publicação da resolução é importante (e em boa hora), já que o valuation que o BNDES está preparando para a Eletrobras (expectativa para início de outubro) depende das premissas usadas (e confirmação do pagamento da tarifa de concessão).

O comitê de privatização também deve passar mais detalhes do spin-off de Itaipu/Angra, detalhes do follow on (tamanho, diluição, tranches primária e secundaria) e governança. Por fim, o TCU deve emitir uma opinião sobre o processo assim os acionistas podem votar os termos da privatização, esperada para fevereiro 2022, avaliam.

Iguatemi (IGTA3, R$ 33,60, -1,73%) e Jereissati Participações ([ativo=JPSA3], R$ 29,19, -1,88%)

O comitê independente criado para analisar a proposta de incorporação da Iguatemi pela sua controladora, a Jereissati Participações, recomendou a elevação do prêmio a ser pago aos acionistas minoritários. Ficou definido que o prêmio de 10% inicialmente proposto subirá para 16,4%.

Com isso, os conselhos de administração da Iguatemi e da Jereissati aprovaram a convocação de assembleia geral de acionistas para o dia 1º de outubro. Os controladores de ambas empresas vão se abster de votar, de forma que a operação será submetida à aprovação exclusivamente pelos minoritários.

Em junho, a Iguatemi e a Jereissati Participações comunicaram a intenção de fusão dos negócios. Em troca, foi sugerido um prêmio de 10% sobre a cotação média das ações nos 30 dias anteriores.

Petrobras (PETR3, R$ 27,77, -0,54%; PETR4, R$ 27,04, -0,55%)

A Petrobras informa que finalizou a cessão de sua participação de 10% no campo de Lapa para a TotalEnergies. A operação, que envolve também a cessão da totalidade da participação detida pela Petrobras Netherlands B.V. (PNBV) na Lapa Oil & Gas B.V., sociedade constituída na Holanda, foi concluída com o pagamento de US$ 49,4 milhões para a Petrobras, já com os ajustes previstos no contrato.

CCR (CCRO3, R$ 12,30, +0,41%)

Durante o 15º CCR Day, a nova diretoria da empresa (liderada por Marco Cauduro, CEO) apresentou seu plano estratégico de 5 anos, recentemente aprovado.

A equipe de análise da XP apontou ter positivamente impressionada com o perfil centrado na sustentabilidade da apresentação da companhia (uma indicação positiva, na opinião dos analistas, de governança corporativa aprimorada).

“Destacamos três pontos principais: (i) o crescimento continua no centro da estratégia da empresa (com foco em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos), com o Estado de São Paulo de volta ao radar; (ii) plataforma aeroportuária em desenvolvimento; e (iii) TIRs reais de dois dígitos esperadas em projetos recentes. Reiteramos nossa visão positiva sobre as rodovias pedagiadas no Brasil e a preferência pela CCR no setor”, apontam.

Vitru (VTRU:NASDAQ)

O Credit Suisse atualizou o seu modelo baseado em fluxo de caixa descontado (DCF na sigla em inglês) para a Vitru. O banco manteve avaliação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) e elevou o preço-alvo de US$ 15 para US$ 19, frente à cotação de terça de US$ 16,91 dos papéis VTRU na Nasdaq.

Para 2021, o banco diz esperar rendimento de R$ 2,48 por ação, frente à expectativa anterior de R$ 3,34.

O banco diz que a Vitru já é uma das maiores instituições em ensino a distância e que sua base de alunos vem crescendo significativamente, em 30% no segundo trimestre, na comparação anual. O banco ressalta que, ao incorporar a UniCesumar, a empresa passa a ter a segunda maior base de alunos matriculados em ensino a distância, e a terceira base total. Além disso, a empresa incorpora pela primeira vez um campus de medicina.

O Credit acredita que a empresa está bem posicionada para se beneficiar do crescimento do ensino a distância.

SLC Agrícola (SLCE3, R$ 46,20, +13,40%)

A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos do Brasil, informou na terça-feira que as terras de propriedade da companhia foram avaliadas em R$ 6,94 bilhões neste ano, salto de 75,2% em relação a 2020.

Segundo fato relevante, o resultado valida a tese da empresa de que seria positivo o retorno obtido com investimento em terras no Brasil.

De acordo com avaliação conduzida pela consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, o valor atual do hectare médio agricultável de propriedade da SLC Agrícola corresponde a R$ 35.693.

O Credit Suisse comentou a divulgação pela SLC de suas estimativas sobre terrenos em 2021, vendo-o como muito positivo e em linha com a visão do banco de que a forte dinâmica de preços da soja pode levar a preços de terras muito maiores. A valorização da terra arável foi de 85%, o que impulsiona o valor líquido do ativo (NAV em inglês) a R$ 44, frente à cotação de terça de R$ 40,74.

Dexco (DXCO3, R$ 20,80, +0,92%)

A Dexco, antiga Duratex, informou ter encerrado  seu programa de recompra de ações iniciado no último dia 26.

Foram cinco milhões de papéis adquiridos, quase 2% do total das ações em circulação.

A companhia afirmou que seu programa de recompra teve como objetivo fazer frente às obrigações assumidas para os próximos três exercícios sociais, decorrentes dos planos de opções de ações e dos planos de remuneração de longo prazo baseados em ações vigentes na empresa.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.