Ações de Petrobras e Vale caem 2%; bancos fecham em queda após sessão volátil e Cielo tem baixa de 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (7)

Lara Rizério

Minério de ferro da Vale (Agência Vale)

Publicidade

SÃO PAULO – A sessão foi de expressivas perdas para o Ibovespa que, contudo, conseguiu fechar a semana próxima à estabilidade.

Na sessão desta sexta, as ações das empresas de commodities, caso de Petrobras (PETR3, R$ 23,31, -2,18%; PETR4, R$ 22,79, -1,85%) e Vale (VALE3, R$ 60,45, -2,23%) caíram forte em meio ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China (veja mais clicando aqui).

Além disso, os contratos do petróleo fecharam em queda, com o brent em baixa de 1,7% (US$ 44,31 o barril) e o WTI em queda de 1,6% (US$ 41,28 o barril) em meio às preocupações com a demanda com o ressurgimento dos casos de coronavírus em diversos países. Ainda assim, os contratos tiveram ganhos acumulados na semana. Enquanto isso, o minério de ferro com pureza de 62% negociado em Qingdao teve queda de 2,1%, a US$ 118,85 a tonelada.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Os bancos, por sua vez, tiveram uma sessão de forte volatilidade, mas fechando em queda, com movimentos mais fortes para baixo do Itaú e Santander. Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,11, -0,70%), Bradesco (BBDC3, R$ 20,29, -0,64%;BBDC4, R$ 21,84, -0,59%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 25,48, -2,11%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 29,25, -1,26%) abriram em queda, ainda que limitada, entre 1% e 2%, após o Senado aprovar projeto de lei que estabelece um teto para taxas de juros de cheque especial e cartão de crédito enquanto durar o estado de calamidade pública imposto pela pandemia.

Contudo, os bancos passaram a registrar alta durante a tarde, por volta das 14h30, mas logo amenizaram a alta. Segundo informações do Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou que não deve colocar em votação na Casa o projeto aprovado pelos senadores.

Para Maia, uma intervenção do Congresso nesse sentido pode provocar efeito colateral em outras linhas, encarecendo e limitando o crédito para os consumidores. Na visão do presidente da Câmara, os bancos precisam encontrar de maneira rápida “soluções” para produtos tão “nocivos” aos clientes.

Continua depois da publicidade

Porém, seguindo o cenário mais negativo no exterior e aguardando pelos próximos passos sobre a votação ou não do projeto na Câmara, os papéis do setor bancário não conseguiram sustentar os ganhos e fecharam em queda (veja mais sobre o cenário para o setor clicando aqui).

Já os papéis da Cielo (CIEL3, R$ 5,25, -6,25%) caíram forte após a disparada de mais de 10% da véspera em meio às declarações do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, de que existem discussões com o Bradesco sobe a divisão de ativos no setor de cartões. Os dois bancos dividem o controle da empresa de meios de pagamentos.

Apesar da forte reação positiva do mercado ontem, os analistas do Morgan Stanley apontaram em relatório que esta mudança tem diversos desafios para as empresas envolvidas. Com isso, eles ressaltam que os investidores deveriam ser mais cautelosos em relação ao otimismo que tomou conta no último pregão. Veja mais clicando aqui. 

A temporada de balanços vai mostrando como a pandemia da Covid-19 afetou as empresas. A Multiplan (MULT3, R$ 22,80, -3,43%) viu seu lucro recuar 38,6% – as ações de shoppings, que chegaram a subir forte na semana após o resultado do Iguatemi (IGTA3, R$ 35,85, -2,18%), registraram queda na sessão, também na esteira do cenário de maior aversão ao risco do pregão. A maior baixa do setor ficou com a brMalls (BRML3, R$ 10,84, -4,24%).

Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
HGTX3 7.30717 15.86
RAIL3 2.45938 23.33
BRFS3 2.3277 22.42
TIMP3 1.44737 15.42
PCAR3 0.92084 67.95

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
CIEL3 -6.25 5.25
BRML3 -4.24028 10.84
YDUQ3 -3.59497 32.18
MULT3 -3.43075 22.8
GOLL4 -3.3871 17.97

Bancos

O Senado concluiu na noite de ontem a aprovação do projeto de lei nº 1.116 que limita em 30% ao ano os juros cobrados por bancos em operações com cartão de crédito e cheque especial. A medida dependerá da Câmara e vale para operações de crédito contratadas durante o período de calamidade da pandemia do novo coronavírus, que a princípio vai até 31 de dezembro.

No caso das fintechs (empresas de tecnologia do setor financeiro), o limite de juros proposto é de 35% ao ano. Ideia com forte apelo popular no Brasil, o tabelamento do juro do cartão e do cheque especial foi aprovado por 56 votos 14 pelo plenário do Senado, com uma abstenção. A medida foi proposta em março deste ano pelo senador Alvaro Dias (Podemos-PR), quando a pandemia se intensificou no Brasil.

Os senadores ainda aprovaram uma emenda do PT abrindo espaço para o tabelamento permanente dos juros em operações de crédito com cartões após o período de calamidade pública, no próximo ano. A medida prevê que o Conselho Monetário Nacional (CMN) regule o limite de juros no cartão, assim como fez com o cheque especial, após o período de calamidade pública.

O CMN é formado por dois representantes do Ministério da Economia (o ministro e o secretário especial de Fazenda) e o presidente do Banco Central.

O Credit Suisse avaliou como negativa para o setor bancário a aprovação do projeto de lei. No entanto, reforçou, em comentário, a cliente, que a decisão era esperada. “Esperamos que a lei encontre grande resistência na Câmara dos Deputados. Mantemos nosso cenário de base, que é improvável que a lei prospere.”

Na tarde desta sexta, o Estadão informou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) sinalizou que não deve colocar em votação na Casa o projeto aprovado pelos senadores.

Para Maia, uma intervenção do Congresso nesse sentido pode provocar efeito colateral em outras linhas, encarecendo e limitando o crédito para os consumidores. Na visão do presidente da Câmara, os bancos precisam encontrar de maneira rápida “soluções” para produtos tão “nocivos” aos clientes.

“Os bancos têm que criar novos produtos no lugar do cartão de crédito e do cheque especial. Não dá mais para a sociedade pagar essas taxas de juros. Mas as soluções não são de intervenção no mercado financeiro. As soluções têm que vir dos próprios bancos, que precisam entender que vão abrir mão de uma receita. Da mesma forma que a sociedade não aceita mais pagar impostos, ela não aceita mais pagar os juros do cheque especial e do cartão de crédito”, disse Maia ao Estadão, ressaltando que o projeto é daqueles que “tem cara boa, mas gera muitos problemas”.

Petrobras (PETR3, R$ 23,31, -2,18%; PETR4, R$ 22,79, -1,85%)

A Petrobras informou que deu início à fase vinculante referente à venda da totalidade de sua participação no campo de Tartaruga, que faz parte da concessão em águas rasas SES-107D (Bacia de Sergipe-Alagoas).

Segundo a empresa, os habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo orientações para a realização de “due diligence” e envio das propostas vinculantes. A Petrobras detém 25% de participação no campo e a MahaEnergy Brasil Ltda é a operadora, com 75% de participação.

Multiplan (MULT3, R$ 22,80, -3,43%)

A operadora de shopping centers Multiplan fechou o segundo trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 70,802 milhões. O resultado foi 38,6% menor do que no mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 180,768 milhões, recuo de 15,6% na mesma base de comparação. A margem Ebitda, entretanto, subiu 4,4 pontos porcentuais, para 70,3%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) atingiu R$ 15,936 milhões, queda de 90,1%. A margem FFO despencou 43,4 pontos, para 6,2%.

A receita operacional líquida totalizou R$ 257,049 milhões, encolhimento de 20,9%.

A queda no lucro da Multiplan está relacionada à paralisação temporária dos shoppings durante a pandemia, à concessão de descontos nos aluguéis dos pontos comerciais e ao aumento nas provisões para lojistas inadimplentes.

Os efeitos negativos da pandemia foram compensados por um corte de 67,7% nas despesas de sede, para R$ 13,5 milhões, o menor nível em 12 anos. A Multiplan reduziu e suspendeu contratos de trabalho (conforme autorizado pela lei 14.020) e diminuiu despesas com serviços e viagens.

Também foi registrada uma baixa de R$ 15,5 milhões na linha de remuneração baseada em ações. Fora isso, houve uma diminuição de 40,2% nas despesas com dívidas em meio à redução da Selic e renegociações.

O Bradesco BBI avalia que o cenário de curto e médio prazo é desafiador para a Multiplan. Ainda assim, não vê mudanças estruturais para o setor de shoppings no Brasil. A Multiplan é classificada como “neutra”, com preço-alvo de R$ 25.

Os analistas do Bradesco BBI destacaram ainda que embora os shoppings da Multiplan tenham operado apenas 8% do tempo (medido em horas) em relação ao registrado no segundo trimestre de 2019, as vendas totais atingiram 15%.

“Para aliviar os impactos do cenário da Covid-19 para seus lojistas, a Multiplan adotou medidas como a isenção de tarifas de aluguel para lojas fechadas; reduções de 50% nas taxas de condomínio; e isenção das taxas relacionadas a fundos de marketing”, reforçaram os analistas.

Tenda (TEND3, R$ 32,01, -4,30%)

A construtora Tenda registrou um lucro líquido de R$ 40,3 milhões no segundo trimestre do ano, um recuo de 45% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As vendas líquidas da construtora totalizaram R$ 576,4 milhões, alta de 20,1%.

A receita líquida foi de R$ 526,1 milhões no período, uma alta de 7,6% no comparativo anual. O Ebitda chegou a R$ 72,3 milhões, queda de 24,1%.

O Bradesco BBI atribui o resultado da tenda à resiliência do setor de baixa renda. “Vemos a Tenda muito bem posicionada para continuar apresentando bons resultados e é o nome mais barato do setor”, segundo relatório enviado a clientes.

A construtora é uma “top pick” do Bradesco BBI, com recomendação de “outperform” e preço-alvo de R$ 38.00.

BMG (BMGB4, R$ 5,48, +5,18%)

O Banco BMG registrou lucro líquido contábil de R$ 81 milhões no segundo trimestre de 2020, alta de 30,2% em relação ao mesmo período de 2019, e de 6,5% na comparação com o primeiro trimestre. No critério recorrente, o lucro da instituição financeira foi de R$ 101 milhões, avanço de 20,2% na relação anual, e de 3,9% na trimestral.

A rentabilidade do BMG no trimestre, medida pelo retorno sobre patrimônio líquido recorrente, ficou em 10,7%, ante 14,1% ano passado e 10,5% nos três primeiros meses deste ano. Os ativos totais chegaram a R$ 22,528 bilhões em junho, aumento de 30% em 12 meses e de 10,9% em três meses.

A carteira de crédito total do banco fechou o semestre em R$ 12,497 bilhões, número 21,8% maior que em junho do ano passado, e 6,6% superior à carteira de março deste ano. A inadimplência ficou estável em relação ao primeiro trimestre, em 5,9%, e aumentou levemente ante os 5,6% do ano passado.

O Índice de Basileia fechou junho em 19,8%, também praticamente estável em relação a março (19,9%), e muito mais confortável que o registrado em junho de 2019, quando estava em 13,6%.

Wiz (WIZS3, R$ 10,17, -1,45%)

A seguradora Wiz Soluções e Corretagem de Seguros registrou lucro líquido de R$ 34 milhões no segundo trimestre de 2020, queda de 37% em relação ao mesmo período de 2019, quando lucrou R$ 54 milhões.

A receita líquida caiu 9,3%, a R$ 149,5 milhões. O Ebitda teve baixa de 9,9%, somando R$ 81,2 milhões.

A Wiz anunciou ainda a compra de 40% da corretora de seguros do Banco BMG, a CMG. O valor da transação é de R$ 89,8 milhões.

Valid (VLID3, R$ 11,11, -2,46%)

A Valid registrou prejuízo de R$ 148,1 milhões entre abril e junho de 2020, ante um lucro de R$ 6,3 milhões no segundo trimestre de 2019.

A receita da certificadora digital teve queda de 10,5%, a R$ 414,6 milhões, com a pandemia do coronavírus afetando os negócios da Valid.

Ouro Fino (OFSA3, R$ 30,65, -0,29%)

A empresa de saúde animal Ouro Fino registrou lucro ajustado de R$ 15,2 milhões no segundo trimestre do ano, leve queda de 0,7% na coparação com igual período do ano passado.

No período, a companhia registrou receita líquida de R$ 172,5 milhões, queda de 2,9% no comparativo anual. O Ebitda ajustado ficou em R$ 38,6 milhões, alta de 11,6%.

Burger King Brasil (BKBR3, R$ 11,28, +6,72%)

A BK Brasil, que administra os restaurantes do Burger King no Brasil, registrou prejuízo líquido de R$ 186,7 milhões no segundo trimestre de 2020, ante prejuízo de R$ 600 mil em igual período de 2019.

A receita operacional líquida ficou em R$ 292,7 milhões entre abril e junho, uma queda de 56,7%. Já o Ebitda ficou negativo em R$ 92 milhões, ante resultado positivo de R4 95,1 milhões no segundo trimestre de 2019.

A companhia totalizava 868 restaurantes da marca Burger King e 41 restaurantes Popeyes ao final do semestre.

O Morgan Stanley destacou o esforço da companhia em trabalhar com canais de venda alternativos. “A entrega e o drive thru representaram até 80% das vendas no 2T20 e ajudaram a minimizar o impacto do distanciamento social”, segundo relatório enviado a clientes.

Outro ponto destaque foi o balanço da empresa, com uma posição de caixa significativa, “o que será essencial para retomar seu plano de abertura de lojas assim que as condições do mercado melhorarem”.

Ser Educacional (SEER3, R$ 15,19, +0,07%)

A Ser Educacional comunicou a compra, por meio de sua subsidiária Cenesup, da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (Facimed) por R$ 150 milhões.

Oi (OIBR3, R$ 1,56, 0%;OIBR4, R$ 2,45, +1,24%)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não tem preferência sobre outros credores no plano de recuperação judicial da operadora Oi, que se arrasta desde 2016.

A Oi deve à Anatel mais de R$ 11 bilhões relativos a multas e outras penalidades.

O STJ considerou que os créditos reivindicados pela Anatel têm natureza administrativa e, portanto, não podem ter o tratamento prioritário destinado aos créditos tributários.

Cemig (CMIG4, R$ 11,18, -2,02%)

Em coletiva de imprensa realizada via redes sociais, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), informou que a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) não vai aplicar o reajuste nas contas dos consumidores de 4,27%, que foi aprovado em maio. Na quarta-feira, a companhia havia comunicado que está contestando reajuste aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e que pediria a devolução de R$ 714,4 milhões aos clientes de seu braço de distribuição.

Segundo informações da Agência Minas, o cancelamento do aumento, que se refere ao reajuste anual, é resultado de negociação entre o governo e a presidência da Cemig. Segundo Zema, a medida faz parte do esforço para amenizar os impactos da pandemia de covid-19 na população do Estado. Ainda segundo o governo, a iniciativa deve beneficiar também pequenos empresários.

Profarma (PFRM3, R$ 6,08, -5%)

Também foi finalizado o IPO da d1000, braço no varejo farmacêutico da Profarma. A companhia levantou R$ 400,1 milhões que serão investidos na expansão da rede.

O valor de cada ação saiu a R$ 17, no piso da faixa indicativa de preço que ia até R$ 20,32.

O início das negociações das ações no Novo Mercado ocorrerá em 10 de agosto.

(com Agência Estado e Bloomberg)

Aprenda a fazer trades com potencial de ganho de R$ 50 a R$ 500 operando apenas 10 minutos por dia: inscreva-se gratuitamente na Semana dos Vencedores

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.